ELEIÇÕES BANCÁRIOS/CE: PSTU (CONLUTAS) E PSOL (RESISTÊNCIA) INTEGRAM CHAPÃO DE
COLABORAÇÃO DE CLASSES COM A DIREÇÃO TRAIDORA DO SINDICATO (CUT/CTB), ABORTANDO
A LUTA POR CONSTRUIR UMA ALTERNATIVA CLASSISTA DE OPOSIÇÃO!
Longe de resgatar o sindicato para os bancários e bem perto
de arrancar alegria ao futuro da burocracia traidora da CUT/CTB, que dirige há
anos o sindicato dos bancários do Ceará, o PSTU que constituía com o PSOL um
tipo de oposição bancária domesticada e inofensiva, resolve integrar, para as
eleições do sindicato em julho próximo, uma chapa de “unidade” com a burocracia
traidora da CUT e CTB, justamente com aqueles que dizia combater. Como vimos
tratava-se de pura demagogia! Tudo para chegar à direção do sindicato a
qualquer preço e usufruir das benesses sindicais como liberações e
estabilidade. Essa “unidade” não avança a luta dos bancários, apenas servirá
para confundir e desmoralizar o ativismo classista, além de anistiar a política
de colaboração de classes dessa burocracia sindical vendida que enfiou goela
abaixo da categoria a farsa da mesa única da Fenaban, pautas rebaixadas, fóruns
viciados, assembleias burocráticas, antidemocráticas e acordos rebaixados
bianuais. Foram os novos “aliados” do PSTU-PSOL que dividiram política e
fisicamente assembleias por banco para sabotar nossas greves em benefício dos
banqueiros e da estabilidade política dos governos da Frente Popular. O combate
e denúncia das traições da burocracia governista cedem vez para a diplomacia,
adaptação oportunista e anistia à sua política de colaboração de classes. Em
2018, o PSTU que defendia a prisão de Lula, depois em um giro de 180º chegou a
ingressar pela porta dos fundos numa chapa de unidade “Lula Livre” com os
pelegos da CUT e CTB só para ter direito a delegados aos fóruns viciados da
campanha salarial.
Não é de hoje essa política criminosa do PSTU de concessões
programáticas e manobras à direita para comercializar princípios e enveredar
numa unidade política com iniciativas do imperialismo na Líbia, Síria, Egito e
no Brasil, com o vergonhoso apoio ao impeachment que resultou no golpe
institucional que apeou Dilma do governo (Fora Todos) e à prisão política de
Lula pela Lava Jato. Depois, frente ao seu isolamento político na vanguarda,
acabou apoiando o PT nas eleições presidenciais de 2018 e também já negocia seu
retorno ao aparato da UNE. Além disso, para garantir alguma sobrevivência
política adotou o discurso do fetiche da “unidade” com as centrais pelegas
(CUT, CTB, FS, UGT...) como tábua de salvação, tanto no plano político como no
sindical como ocorreu nos atos do 1º de maio. Essa política de conchavos entre
grupos e partidos reformistas que apresenta-se sob bandeiras e proposições
genéricas e ambíguas, pretensamente combativas, servem para melhor ludibriar os
trabalhadores. O programa comum deles é a conciliação de classes, a
desmobilização dos trabalhadores e a completa adaptação à democracia burguesa e
suas instituições.
Não é à toa que em eleições sindicais anteriores, apesar do
MOB fazer um chamado à construção de uma chapa unitária da Oposição através não
de acordos de bastidores mas fruto de uma Convenção da Oposição, ampla e
democraticamente convocada na base para aprovar um programa classista e eleger
os membros da chapa pela proporcionalidade direta dos setores em disputa, o
PSTU junto com o PSOL promoveu uma política de exclusão, censura e veto
político contra o MOB e os militantes da LBI, o que garantiu a reeleição da
dobradinha PT/PCdoB. Afinal, a defesa da unidade e pluralidade política só
serve para aqueles que estão à sua direita, isto é, para a burocracia sindical
e nunca para os que estão à sua esquerda como o MOB e a LBI.
Unidade! Quem não a quer? Mas nem toda “unidade” resulta em
força. A unidade com traidores significa derrota, isto é, reciclar uma
burocracia completamente desgastada na base com forças e elementos que
fraudulentamente rejuvenescerão a burocracia sindical, com um verniz de
esquerda, conferindo-lhe fôlego para continuar a mesma política de derrotas é
simplesmente uma traição. É uma soma que subtrai, dispersando forças para o
enfrentamento de classe contra o governo da direita fascista. Por isso, o que
se vê são apenas “dias de luta” de 24hs só com atos ordeiros e pacíficos
orientados apenas a desgastar eleitoralmente o governo e negociar esmolas no
ajuste neoliberal através de lobby parlamentar.
Nós do MOB e companheiros classistas que assinam essa nota,
não só estamos na contramão dessa política criminosa como a denunciamos e a
combatemos. Os trabalhadores querem unidade para a luta, mas não para fazer
pacto social, não para sabotar as mobilizações, não para servir aos objetivos
de camarilhas pelegas de esquerda ou de direita que atuam como uma federação
diplomática dos interesses corrompidos do Estado. Chamamos o ativismo combativo
que protagonizou greves históricas na categoria a não depositar qualquer
confiança nessa burocracia reciclada da chapa “Unidade pra Lutar”. Devemos
construir e fortalecer um polo alternativo de direção a partir de um núcleo de
lutadores que não se vergue às chantagens da burocracia sindical vendida nem ao
oportunismo congênito da oposição domesticada e adaptada do PSTU e Resistência (PSOL)
que vai manobrando politicamente de acordo com seus interesses de aparato.
Enquanto isso, os trabalhadores amargam demissões em massa, assédio moral,
destruição da previdência pública, tentativa de privatização das estatais e
bancos públicos, arrocho salarial, terceirização...
Nesse momento de profunda polarização política com a
ofensiva da direita fascista no país contra os direitos e conquistas dos
trabalhadores, é fundamental romper o caráter defensivo e disperso das lutas,
unificando-as e centralizando-as rumo a construção de um amplo movimento que
culmine numa greve geral por tempo indeterminado, capaz de derrotar demissões
em massa, assédio moral, destruição da previdência pública, tentativa de
privatização das estatais e bancos públicos, arrocho salarial, terceirização,
enfim toda a ofensiva neoliberal do fascista Bolsonaro. Denunciar a capitulação
política das direções conciliadoras e intervir na crise com fisionomia própria,
através de um programa operário e independente significa forjar uma alternativa
classista dos trabalhadores para arrancá-los da influência da política de
conciliação de classes dessa corrompida burocracia sindical.
ASSINAM:
HYRLANDA MOREIRA – BRADESCO
ANTONIO PITOMBEIRA – BANCO DO BRASIL
EDUARDO MAIA – CEF
AIRTON NASCIMENTO – BRADESCO
AUGUSTO CÉSAR PAIVA – CEF
NELSON AZEVEDO – BRADESCO
VALDÉCIO FERREIRA – CEF