Em 4 de setembro de 1969, o embaixador ianque Charles Burke Elbrick
foi capturado por uma ação conjunta da ALN e da Dissidência da Guanabara
(DI-GB) no Rio de Janeiro em plena ditadura militar, exigindo a libertação de
15 presos políticos e a divulgação de um manifesto como condição para a
devolução do diplomata. Câmara Ferreira, o comandante Toledo, esteve à frente
desta espetacular e heroica ação dos grupos guerrilheiros urbanos no Brasil. A
ideia da captura havia partido da DI-GB (depois MR-8), mas ela não tinha
quadros experientes para executar essa tarefa. Por isso, pediu a colaboração da
ALN de São Paulo. O apoio foi acertado diretamente com Câmara Ferreira. A essa
ação foram incorporados Virgílio Gomes da Silva (Jonas) e o próprio Toledo,
ambos dirigentes da ALN. O primeiro seria o comandante militar e o segundo
comporia o comando político, que ajudaria a elaborar o manifesto público e a
lista de militantes presos que seriam trocados pelo embaixador, além de definir
os delicados passos das negociações com a ditadura. A operação realizada na
semana da pátria por 12 militantes das duas organizações foi um sucesso. A
ditadura foi forçada a atender às reivindicações dos revolucionários: os 15 presos
políticos foram enviados para o México. O manifesto foi publicado nos
principais jornais e divulgado em todas as rádios e televisões. O texto
divulgado concluía assim: “Finalmente, queremos advertir aqueles que torturam,
espancam e matam nossos companheiros: não vamos aceitar a continuação dessa
prática odiosa. Estamos dando o último aviso. Quem prosseguir torturando,
espancando e matando ponha as barbas de molho. Agora é olho por olho, dente por
dente.”. A ditadura saiu desmoralizada. Contudo, a resposta dos militares seria
dura e desarticularia a ALN, eliminando seus principais dirigentes. Poucos dias
depois, em 29 de setembro de 1969, Virgílio Gomes da Silva (o comandante Jonas)
foi preso, brutalmente torturado e assassinado nas dependências da Operação
Bandeirante (OBAN). Quase todos os envolvidos no rapto do embaixador foram
presos. Em outubro, o comandante Toledo, como era conhecido, foi obrigado a
sair do país até que as coisas se acalmassem. Mas elas não se acalmaram, pelo
contrário se agravaram. Na França, recebeu a trágica notícia do assassinato de
Carlos Marighella, ocorrido em 4 de novembro em plena Alameda Casa Branca na
cidade de São Paulo.
Apesar de nossas diferenças com as organizações guerrilheiras, quando se completam 50 anos da ação espetacular da captura do embaixador ianque Charles Burke Elbrick rendemos aos militantes que executaram nossa mais profunda homenagem e admiração. Vale registrar que salvo alguns setores do “Partidão” que já flertavam com uma “flexibilização” do leninismo em direção à social democracia, o que anos depois daria origem ao chamado “eurocomunismo”, as organizações de esquerda (como a ALN e o MR-8) que se levantaram em armas contra os facínoras adotavam a estratégia da defesa da ditadura do proletariado versus ditadura capitalista, sob a forma concreta assumida em 64 de um regime político militar. Portanto, o incontestável heroísmo desses militantes na luta contra a ditadura militar, fazem deles heróis dos trabalhadores brasileiros e de sua vanguarda comunista. A LBI, que se mantém firme no combate por desmascarar a democracia dos ricos como uma face da ditadura do capital e dedica o melhor de suas forças à construção do partido revolucionário, espelha-se no exemplo inquebrantável desses camaradas que, apesar dos erros programáticos e de alguns terem involuído décadas depois para a senda reformista da socialdemocracia, combateram bravamente naqueles dias e muitos pagaram com a sua própria vida a luta contra os gorilas genocidas.
Apesar de nossas diferenças com as organizações guerrilheiras, quando se completam 50 anos da ação espetacular da captura do embaixador ianque Charles Burke Elbrick rendemos aos militantes que executaram nossa mais profunda homenagem e admiração. Vale registrar que salvo alguns setores do “Partidão” que já flertavam com uma “flexibilização” do leninismo em direção à social democracia, o que anos depois daria origem ao chamado “eurocomunismo”, as organizações de esquerda (como a ALN e o MR-8) que se levantaram em armas contra os facínoras adotavam a estratégia da defesa da ditadura do proletariado versus ditadura capitalista, sob a forma concreta assumida em 64 de um regime político militar. Portanto, o incontestável heroísmo desses militantes na luta contra a ditadura militar, fazem deles heróis dos trabalhadores brasileiros e de sua vanguarda comunista. A LBI, que se mantém firme no combate por desmascarar a democracia dos ricos como uma face da ditadura do capital e dedica o melhor de suas forças à construção do partido revolucionário, espelha-se no exemplo inquebrantável desses camaradas que, apesar dos erros programáticos e de alguns terem involuído décadas depois para a senda reformista da socialdemocracia, combateram bravamente naqueles dias e muitos pagaram com a sua própria vida a luta contra os gorilas genocidas.