sexta-feira, 27 de setembro de 2019

EX-CHEFE GERAL DA LAVA JATO ESTIMULA ATAQUE AO STF: CONFISSÃO DO BANDITISMO DE JANOT É A SENHA PARA AS HORDAS BOLSONARISTAS “TERMINAREM O SERVIÇO” QUE ELE NÃO CONCLUIU...


O ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou nesta quinta-feira, 26/09 que chegou a ir armado para o Supremo Tribunal Federal (STF) com a intenção de assassinar o ministro Gilmar Mendes: “Não ia ser ameaça não. Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele (Gilmar) e depois me suicidar” (entrevista de Janot ao jornal O Estado de S. Paulo). Não por coincidência o STF julgou nesta mesma quinta-feira um habeas corpus que defendia que réus delatados deveriam apresentar alegações finais após os réus delatores em ação penal, uma tese que foi aprovada por ampla maioria na seção da Corte e que levará necessariamente a anulação de dezenas de sentenças fraudulentas da Lava Jato, chanceladas pelo justiceiro Sérgio Moro. A “confissão” pretérita de Janot não tem nada do tipo de um “peso na consciência” por parte de um criminoso, na verdade é a senha para a deflagração de um ataque geral ao STF por partes das hordas bolsonaristas, que já preveem uma série de derrotas da famigerada “República de Curitiba” hoje encastelada no Palácio do Planalto. O banditismo confesso de uma figura que esteve à frente de um organismo nacional de “defesa da constituição” colocou a nu o caráter das máfias burguesas que controlam todo o sistema judiciário do país. Em particular Rodrigo Janot, teve um papel de protagonismo político no golpe institucional que derrubou o governo petista da presidente Dilma Rousseff, fornecendo todo o suporte da PGR para “amedrontar” os ministros do STF, que na época seguiram à risca a cartilha da farsa da Lava Jato. Gilmar Mendes, o suposto desafeto de Janot, foi um dos principais impulsionadores do impeachment de Dilma no Supremo, chegando mesmo anular a nomeação de Lula como Ministro de Estado do governo petista. Agora a disputa inter burguesa pelo controle da máquina estatal atinge um grau elevado, fazendo com que antigos adversários se unifiquem na oposição ao atual governo neofascista de Bolsonaro. É o caso de Gilmar Mendes, um golpista de primeira hora e que agora enfrenta a “fúria” dos lavajatistas e bolsonaristas, inconformados com sua nova postura em apoio ao setor garantista do STF. O “segredo” da virada nas posições de Gilmar na Corte encontra-se na formação do chamado “Centrão”, bloco parlamentar que controla o Congresso Nacional, aprovando integralmente na agenda neoliberal de Paulo Guedes, mas se colocando como “oposição moderada” ao governo Bolsonaro. Gilmar e Rodrigo Maia atuam em total sintonia política e ameaçam quebrar a frágil maioria da Lava Jato estabelecida nas instâncias superiores da República após o golpe parlamentar de 2016. Obviamente que as forças da Frente Popular (PT, PSOL e PCdoB) também ingressaram de “carona” neste novo bloco de poder do Centrão, com algumas ressalvas, mas de olhos fixados nas eleições presidenciais de 2022. Estes “arranjos” sem nenhum princípio programático da política burguesa têm gerado uma certa confusão nas trincheiras dos neófitos fascistas, que escolheram o que consideram “elo” mais fraco no STF para deflagrarem um ataque de proporções ainda imprevisíveis, como demonstrou as últimas declarações do sicário Rodrigo Janot.