Hoje, 16 de Setembro, completam-se 46 anos do assassinato de
Victor Jara pela ditadura chilena. Dias antes de sua morte ele foi detido pelos
militares, junto com outros alunos e professores e conduzido ao Estádio Chile,
convertido em campo de concentração e um dos maiores centros de detenção e
tortura. Lá foi mantido durante vários dias após o fatídico 11 de setembro. O
regime fascista torturou o cantor e compositor revolucionário, disparou duas
vezes em sua cabeça e braços. Jara tinha os dedos das mãos esmagados por seu
“crime” de cantar a revolução, ele foi alvejado 44 vezes como expressão do ódio
dos militares pelo homem que fez ode ao Socialismo e a luta dos explorados.
Vitor chegou a fazer canções em pleno cárcere, como a música “Estadio Chile”. A
imprensa burguesa deu grande destaque ao fato do ex-militar Pedro Pablo
Barrientos ter sido considerado em meados de 2016 como culpado da morte do
músico, citando uma decisão da Corte federal da cidade de Orlando que
determinou que o ex-tenente pague uma indenização de 28 milhões de dólares (95 milhões
de reais) à família. A “condenação” do militar chileno nos EUA não passou de
puro distracionismo histórico, uma verdadeira piada de mau gosto na medida em
que o imperialismo ianque, a CIA e a Casa Branca planejaram e patrocinaram o
golpe militar junto com os generais fascistas tendo Pinochet a frente das
operações. Esses são os verdadeiros culpados pelo assassinato de Vitor Jara e
dos milhares de militantes chilenos assassinados pela ditadura sanguinária.
Nossas diferenças políticas com Vitor (militante do PC) que muitas vezes compôs
canções em defesa da “Paz Mundial” e da política stalinista que apregoava o
“Socialismo em um só país”, como “O direito de viver em Paz” em referência ao
Vietnã, não nos impedem de homenageá-lo com o mais genuíno respeito comunista,
ao contrário, ele provou com sua própria morte a dedicação máxima a causa da
revolução proletária, mais além da política de colaboração de classes da UP e
do governo Allende. A verdadeira punição aos torturadores e seus “patronos”
capitalistas não poderá ser efetivada por nenhum governo “democrático” no marco
de um Estado capitalista seja no Chile ou nos EUA, pelo simples fato de que a
burguesia jamais se “autopunirá” de seus monstruosos crimes históricos, como
vemos agora com a ascensão do fascista Bolsonaro no Brasil. Somente a revolução
socialista será capaz de “vingar” nossos heróis e combatentes mortos e
torturados por um regime militar posto a serviço das grandes multinacionais
imperialistas, como foi o genial cantor e compositor Vitor Jara. A única forma
de vingar plenamente a morte de Jara e dos milhares de militantes que tombaram
na luta contra a ditadura militar no Chile e em todo a América Latina é
enterrar definitivamente da história da humanidade todo e qualquer regime que
venha “cultuar” a exploração da classe operária por um punhado de parasitas,
protegidos pelas armas de seu Estado capitalista. O acerto de contas que o
proletariado necessita realizar com os facínoras da ditadura militar seja no
Chile ou no Brasil de Bolsonaro, deverá inevitavelmente vir na esteira do
implacável combate ao regime capitalista e sua forma mais aperfeiçoada de
“estabilidade democrática”, a democracia dos ricos. Para a classe operária o
verdadeiro julgamento de seus covardes algozes só acontecerá quando for capaz
de construir seus próprios organismos de poder, estabelecendo tribunais
operários e populares de julgamento e punição, como instrumentos da histórica
justiça de classe do proletariado! Por isso, declaramos a viva voz quando se
completam os 46 anos de seu assassinato pelos chacais fascistas: Victor Jara
Presente! Na luta pelo Socialismo sempre!