Ocorrem hoje, 10 de setembro, assembleias para os
trabalhadores decidirem o início da greve nacional nos Correios. O adiamento da
mobilização se deu pela política de contenção das lutas da categoria das
direções sindicais (FENTECT/CUT e FINDECT/CTB) que aceitaram a chantagem do TST
e acabaram por submeter a paralisação na ECT as negociações inócuas com o
governo Bolsonaro. Os trabalhadores que participaram das assembleias do dia 04
foram “convencidos” pelas direções sindicais cutistas de que era preciso adiar
novamente a greve marcada a fim esperar a assembleia marcada na base do
Sindicato de São Paulo e Rio de Janeiro, controlada pelos pelegos da Federação
controlada pelo PCdoB, para o dia 10 de setembro. Os trabalhadores que já
estavam preparados para a greve, aprovaram que vão esperar com a deliberação que não vão aceitar mais um adiamento do movimento de
greve, até por que a categoria já está sem acordo coletivo de trabalho e a
direção da ECT já pode implementar o pagamento de salários, benefícios e
direitos pela lei trabalhista ordinária, ou seja, aquilo que é estabelecido
pela CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas. A melhor forma de unificar com SP
e RJ seria uma forte greve dos sindicatos da Fentect, que são a maioria, o que colocaria
pressão na base da Findect para forçar que essa encampasse a mobilização. Para
que a greve aconteça e seja vitoriosa, é necessária da mobilização da base da
categoria! O fascista deseja impedir a greve para fazer a entrega da ECT para o
capital nacional e internacional de forma mais organizada, retirando direitos e
demitindo trabalhadores. Esta política da burocracia sindical acaba por apoiar
a política de desmonte do Planalto. A tarefa de fazer uma forte greve nacional
vem sendo adiada, sendo tarefa dos setores classistas impulsionar a mobilização
pela base para garantir que a categoria, nacionalmente, começa hoje a greve
defesa de seus direitos, condições de trabalho e contra a privatização dos
Correios. Os trabalhadores dos Correios protestam contra a proposta de reajuste
salarial oferecida pela empresa, de 0,8%. A proposta é menor que os 3,1% da
inflação acumulada em 12 meses pelo Índice de Preços ao Consumidor (INPC). A
categoria protesta quanto a proposta de revogação do acordo coletivo. Entre as
cláusulas, está a exclusão do vale cultura, redução do adicional de férias de
70% para 33% e aumento da mensalidade do convênio médico e da co-participação
em tratamentos de saúde. A exclusão dos pais de planos de saúde também é um
ponto sensível na negociação, além da luta contra a privatização anunciada por
Bolsonaro. Ao contrário de apostar na pressão sobre o parlamento como defendem
juntos CUT, CTB, FENTECT e FINDETC uma política de colaboração de classes e
traição das lutas, é necessário engajar a vanguarda classista na preparação de
uma verdadeira Greve Geral de todas as estatais e do setor privado, que
paralise a produção industrial, os transportes e o comercio, ocupando fábricas
e terras para impor através da luta direta revolucionária a derrota do governo
Bolsonaro/Guedes e de suas contrarreformas neoliberais! Nesse sentido, uma
forte greve nacional dos trabalhadores dos Correios pode ser o ponta pé inicial
que aponte o caminho da luta direta para derrotar o ajuste neoliberal em curso!