segunda-feira, 9 de setembro de 2019

ESQUERDA REFORMISTA COMEMOROU A INDICAÇÃO DE UM FASCISTA PARA A CHEFIAR A PGR: SUPOSTA DERROTA DE MORO NÃO PASSA DE MAIS UM DELÍRIO OPORTUNISTA DA FRENTE POPULAR...


A indicação do reacionário Augusto Aras ao cargo de Procurador Geral da República (PGR), feita pelo presidente neofascista Jair Bolsonaro no último dia 05/09, foi comemorada pela esquerda reformista como uma “grande vitória”, que em seu mundo imaginário e oportunista representaria uma derrota do ministro justiceiro Sérgio Moro e sua famigerada operação “Lava Jato”.  É a primeira vez desde 2003 que o indicado para chefiar a Procuradoria-Geral da República não está na chamada “lista tríplice”, criada em 2001 e que elege os três Procuradores mais votados pelos seus pares. Como os partidos políticos que compõe a Frente Popular vem há muito tempo perdendo até mesmo a noção do ridículo, desta vez seu cretinismo institucional ultrapassou todos os limites, identificando um notório fascista como Aras com a luta democrática contra a República de Curitiba e seus “Procuradores de capital”. Para não pensar que se trata de um exagero de nossa parte, vejamos o que em entrevista ao Congresso em Foco, o subprocurador aposentado Eugênio Aragão, ex-ministro da Justiça durante o governo da presidenta Dilma, afirmou sobre a decisão de Bolsonro em indicar Augusto Aras para a Procuradoria-Geral da República: “Se fosse qualquer um da lista tríplice, seria a representação do corporativismo mais bruto do Ministério Público”. Mas Aragão não foi o único a saudar a indicação de Aras, o Blog frente populista “Tijolaço”, chegou a enxergar um esmagamento de Moro: “A escolha de Augusto Aras para a Procuradoria Geral da República, ontem, deixou claro, já nas primeiras horas, que o esmagamento de Sérgio Moro terá, claro, um preço para Jair Bolsonaro.” (Tijolaço 07/09). Mas ao contrário do que dizem cinicamente os petistas e afins, o Procurador Augusto Aras é um mais um personagem protofascista nesta conjuntura de golpe institucional e instauração do regime bonapartista, e um dos seus primeiros atos será nomear para sua equipe um sub Procurador, Ailton Benedito, que já foi denunciado na Comissão de presos e desaparecidos políticos.

Desde o surgimento das revelações do site “The Intercept”(Vaza Jato), a esquerda reformista vem “profetizando” a iminente queda do ministro justiceiro Moro, sem ao menos articular uma ação direta conjunta entre as denúncias publicadas pelo jornalista Glenn Greenwald e o movimento de massas. Pensam os apologistas da democracia burguesa que o chamado “Estado de Direito” iria enquadrar por si só a mafiosa “República de Curitiba” e na sequência libertar Lula do seu cárcere político. No curso das ilusões institucionais semeadas pela Frente Popular, espalhou-se as versões acerca da “humilhação” de Moro por Bolsonaro, do rompimento político entre ambos e até mesmo de uma mudança na mais alta cúpula da Polícia Federal, obviamente nada disto ocorreu e o justiceiro continua mais firme do que nunca no atual governo neofascista, do qual ele é o principal fiador do regime bonapartista diante da burguesia nacional. Na medida em que as direções burocráticas recuam da ação direta e apostam todas suas fichas na institucionalidade burguesa, as denúncias da “Vaza Jato” perderam força e o que é pior acabaram sendo protagonizaras por figuras da direita conservadora, como Reinaldo Azevedo do pasquim golpista “Folha de São Paulo”.

Com a recente indicação do admirador da ditadura militar, Augusto Aras para comandar nacionalmente toda a estrutura da PGR, que ainda terá que passar pelo crivo do Senado,  e a “eliminação” dos lavajatistas  Raquel e Deltan, os reformistas crônicos voltaram a crer na ficção da derrota de Moro e de sua subjugação frente a Bolsonaro. Porém os delírios do PT e seus sócios menores duraram muito pouco, quando foi divulgada a mais nova pesquisa do DataFolha, apontando quase intacta a popularidade de Moro enquanto despenca a de Bolsonaro. Foi o recado político passado pela burguesia através do DataFolha: o avalista do processo que resultou neste regime de exceção, chama-se Sérgio Moro...Se por acaso Aras não é um “lavajatista” nato, isto não tem grande importância, afinal o STF continua amedrontado pelas ameaças dos generais e também das chantagens do próprio justiceiro da “República de Curitiba”.