A divulgação da recente pesquisa realizada pelo “instituto”
de pesquisa DataFolha, serviu na verdade para balizar a vertente política da burguesia nacional nesta
conjuntura de recessão econômica e ofensiva neofascista do governo Bolsonaro.
Em primeiro lugar queremos pontuar que estas pesquisas corporativas realizadas
por empresas travestidas de “institutos” carecem de qualquer fundamento
científico, servem como elemento de “afirmação popular” das principais
tendências das classes dominantes, ou seja, naturalizam como “verdade emanada do
povo” seus próprios desejos políticos. Posto este fundamento, vamos ao que se
passou na tão “badalada” pesquisa. Divulgada nesta quinta-feira (05/09) pelo
jornal "Folha de S.Paulo" mostrou os supostos índices de aprovação de
ministros do governo neofascista pelo levantamento, o ministro da Justiça e
Segurança Pública, Sergio Moro, continua com a aprovação (soma dos
entrevistados que o avaliam como "ótimo" ou "bom") maior
que a do presidente Bolsonaro. O “instituto” DataFolha indica que o justiceiro
Moro é conhecido por 94% dos entrevistados, a taxa mais alta entre os
ministros, dentre os que afirmam conhecê-lo, Moro foi avaliado como ótimo ou
bom por 54%, como regular por 24%, e como ruim ou péssimo por 20%. Em resumo, o
que a burguesia nacional quer afirmar nesta pesquisa é que a aprovação de Moro
é 25 pontos percentuais maior que a de Bolsonaro (54% a 29%). Em um momento em
que a gerência estatal neofascista encontra dificuldades econômicas e políticas
para conduzir o processo de consolidação do regime bonapartista, instalado no
país após o golpe institucional que apeou a Frente Popular do governo em 2016,
nada mais útil para a classe dominante do que reafirmar quem é realmente seu
avalista: não resta dúvida de que é Moro que cumpre esta função histórica.
Equivocaram-se redondamente os que apostaram na queda de Moro logo após as
revelações da “Vaza Jato”, nem mesmo o sociopata Deltan foi “eliminado”, a
razão é bem simples: Foi a “ República de Curitiba” a principal responsável por
iniciar devastação econômica do país sob a orientação direta da Casa Branca para
favorecer os oligopólios imperialistas. Enquanto a besta presidencial fascista
desfia diariamente seu rosário de asneiras, como uma artimanha claramente
distracionista, cabe a Moro a tarefa de respaldar juridicamente este regime,
levado ao poder pela imensa articulação da famigerada operação “Lava Jato”. Na
outra ponta o rentista Guedes leva a cabo integralmente o ajuste neoliberal
exigido pela banca financeira internacional. Aos “tolos” da esquerda reformista
coube a missão de “bobos da corte”, acreditando que a burguesia “liberal
progressista” fará oposição de verdade ao governo neofascista. Desgraçadamente
o movimento operário está atado a esta política de colaboração de classes,
assistindo passivo ao “circo dos horrores” que está levando a subtração de
todas suas conquistas históricas.