quinta-feira, 5 de setembro de 2019

O QUE REVELA A PESQUISA DATAFOLHA: QUEM É O REAL AVALISTA DO REGIME BONAPARTISTA DIANTE DA BURGUESIA NACIONAL?


A divulgação da recente pesquisa realizada pelo “instituto” de pesquisa DataFolha, serviu na verdade para balizar a  vertente política da burguesia nacional nesta conjuntura de recessão econômica e ofensiva neofascista do governo Bolsonaro. Em primeiro lugar queremos pontuar que estas pesquisas corporativas realizadas por empresas travestidas de “institutos” carecem de qualquer fundamento científico, servem como elemento de “afirmação popular” das principais tendências das classes dominantes, ou seja, naturalizam como “verdade emanada do povo” seus próprios desejos políticos. Posto este fundamento, vamos ao que se passou na tão “badalada” pesquisa. Divulgada nesta quinta-feira (05/09) pelo jornal "Folha de S.Paulo" mostrou os supostos índices de aprovação de ministros do governo neofascista pelo levantamento, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, continua com a aprovação (soma dos entrevistados que o avaliam como "ótimo" ou "bom") maior que a do presidente Bolsonaro. O “instituto” DataFolha indica que o justiceiro Moro é conhecido por 94% dos entrevistados, a taxa mais alta entre os ministros, dentre os que afirmam conhecê-lo, Moro foi avaliado como ótimo ou bom por 54%, como regular por 24%, e como ruim ou péssimo por 20%. Em resumo, o que a burguesia nacional quer afirmar nesta pesquisa é que a aprovação de Moro é 25 pontos percentuais maior que a de Bolsonaro (54% a 29%). Em um momento em que a gerência estatal neofascista encontra dificuldades econômicas e políticas para conduzir o processo de consolidação do regime bonapartista, instalado no país após o golpe institucional que apeou a Frente Popular do governo em 2016, nada mais útil para a classe dominante do que reafirmar quem é realmente seu avalista: não resta dúvida de que é Moro que cumpre esta função histórica. Equivocaram-se redondamente os que apostaram na queda de Moro logo após as revelações da “Vaza Jato”, nem mesmo o sociopata Deltan foi “eliminado”, a razão é bem simples: Foi a “ República de Curitiba” a principal responsável por iniciar devastação econômica do país sob a orientação direta da Casa Branca para favorecer os oligopólios imperialistas. Enquanto a besta presidencial fascista desfia diariamente seu rosário de asneiras, como uma artimanha claramente distracionista, cabe a Moro a tarefa de respaldar juridicamente este regime, levado ao poder pela imensa articulação da famigerada operação “Lava Jato”. Na outra ponta o rentista Guedes leva a cabo integralmente o ajuste neoliberal exigido pela banca financeira internacional. Aos “tolos” da esquerda reformista coube a missão de “bobos da corte”, acreditando que a burguesia “liberal progressista” fará oposição de verdade ao governo neofascista. Desgraçadamente o movimento operário está atado a esta política de colaboração de classes, assistindo passivo ao “circo dos horrores” que está levando a subtração de todas suas conquistas históricas.