A tragédia do Hospital Badim é responsabilidade direta de
seus sócios proprietários, no caso o médico cirurgião José Badim, que se
associou financeiramente ao poderoso grupo de medicina privada Rede D’Or São
Luiz, um dos maiores do país. Um típico caso que vem ocorrendo nas últimas
décadas, onde clínicas viram hospitais de pequeno e médio porte para depois
serem incorporadas por grandes corporações do setor de saúde privada, sem a
devida alteração de segurança em sua estrutura logística. Porém o conglomerado
comercial do setor de saúde, Rede D’Or, declara que não participa da gestão
direta da unidade em que ocorreu a tragédia nesta última quinta-feira(12/09),
vitimando ao menos onze pacientes que estavam internados no Hospital Badim. O
prédio que pegou fogo foi construído há 19 anos na Rua São Francisco Xavier no
tradicional bairro carioca da Tijuca, outro edifício anexo a ele, foi
inaugurado em 2018, após a sociedade entre o cirurgião plástico José Badim e o
grupo Rede D’Or. A causa da morte da maior parte dos pacientes vitimados
ocorreu por asfixia por inalação da fumaça, tendo em média uma idade acima de
65 anos, ou seja os internados com maior vulnerabilidade e sem condições de
locomoção própria para escapar do incêndio foram os atingidos pela tragédia provocada
pela total irresponsabilidade destes capitalistas e médicos mercenários que se
convertem em comerciantes da saúde humana. No regime social da propriedade
privada dos meios de produção, na esmagadora maioria dos casos tornar-se médico
não é uma vocação para salvar vidas, mas sim o “projeto” de um “bom negócio”.
Não por coincidência a medicina no Brasil está “infestada” por uma escória
mercenária e corrupta, onde alimentar a “indústria da doença” é a forma mais
“fácil” para a realização de lucros que logo se transformam em capital, na
forma de clínicas luxuosas e hospitais privados. Somente o grupo D’Or possui
quase cinquenta unidades hospitalares, além de outras atividades afins na área
da saúde. Nesta sinistra “cadeia da morte” estão envolvidos trustes de
laboratórios imperialistas, gigantescas redes de farmácias, indústrias
multinacionais de equipamentos, conglomerados de hospitais, até chegar mesmo as
pequenas clínicas provincianas que “sonham” em chegar ao topo desta cadeia
capitalista. Muito distante do mercenarismo sem a menor ética em defesa da
vida, está situada a medicina no Estado Operário de Cuba, onde ser médico
representa uma vocação para servir a humanidade e não para se tornar um
“milionário” às custas das enfermidades da população. Logicamente em Cuba
existe todo um sistema público e estatal de saúde de altíssima
qualidade(reconhecida mundialmente), onde não se admite a possibilidade de
comerciar vidas humanas. Desgraçadamente no Brasil tragédias assassinas como a
que ocorreu no Hospital Badim , ceifando mais de uma dezena de vítimas, são
recorrentes, tanto na debilitada área da saúde pública quanto na privada.
Somente o socialismo poderá garantir uma assistência social e médica integral e
de alto padrão tecnológico e humano para toda a população brasileira, enquanto
se adotar o padrão da medicina como sinônimo de lucro, milhares de vidas
humanas serão consumidas pela voracidade do capital.