sexta-feira, 13 de setembro de 2019

TRAGÉDIA DO HOSPITAL BADIM: QUANDO A SAÚDE DOS SERES HUMANOS SE TRANSFORMA EM MERCADORIA, LUCRO E CAPITAL NA MÃO DE COMERCIANTES DA MEDICINA PRIVADA


A tragédia do Hospital Badim é responsabilidade direta de seus sócios proprietários, no caso o médico cirurgião José Badim, que se associou financeiramente ao poderoso grupo de medicina privada Rede D’Or São Luiz, um dos maiores do país. Um típico caso que vem ocorrendo nas últimas décadas, onde clínicas viram hospitais de pequeno e médio porte para depois serem incorporadas por grandes corporações do setor de saúde privada, sem a devida alteração de segurança em sua estrutura logística. Porém o conglomerado comercial do setor de saúde, Rede D’Or, declara que não participa da gestão direta da unidade em que ocorreu a tragédia nesta última quinta-feira(12/09), vitimando ao menos onze pacientes que estavam internados no Hospital Badim. O prédio que pegou fogo foi construído há 19 anos na Rua São Francisco Xavier no tradicional bairro carioca da Tijuca, outro edifício anexo a ele, foi inaugurado em 2018, após a sociedade entre o cirurgião plástico José Badim e o grupo Rede D’Or. A causa da morte da maior parte dos pacientes vitimados ocorreu por asfixia por inalação da fumaça, tendo em média uma idade acima de 65 anos, ou seja os internados com maior vulnerabilidade e sem condições de locomoção própria para escapar do incêndio foram os atingidos pela tragédia provocada pela total irresponsabilidade destes capitalistas e médicos mercenários que se convertem em comerciantes da saúde humana. No regime social da propriedade privada dos meios de produção, na esmagadora maioria dos casos tornar-se médico não é uma vocação para salvar vidas, mas sim o “projeto” de um “bom negócio”. Não por coincidência a medicina no Brasil está “infestada” por uma escória mercenária e corrupta, onde alimentar a “indústria da doença” é a forma mais “fácil” para a realização de lucros que logo se transformam em capital, na forma de clínicas luxuosas e hospitais privados. Somente o grupo D’Or possui quase cinquenta unidades hospitalares, além de outras atividades afins na área da saúde. Nesta sinistra “cadeia da morte” estão envolvidos trustes de laboratórios imperialistas, gigantescas redes de farmácias, indústrias multinacionais de equipamentos, conglomerados de hospitais, até chegar mesmo as pequenas clínicas provincianas que “sonham” em chegar ao topo desta cadeia capitalista. Muito distante do mercenarismo sem a menor ética em defesa da vida, está situada a medicina no Estado Operário de Cuba, onde ser médico representa uma vocação para servir a humanidade e não para se tornar um “milionário” às custas das enfermidades da população. Logicamente em Cuba existe todo um sistema público e estatal de saúde de altíssima qualidade(reconhecida mundialmente), onde não se admite a possibilidade de comerciar vidas humanas. Desgraçadamente no Brasil tragédias assassinas como a que ocorreu no Hospital Badim , ceifando mais de uma dezena de vítimas, são recorrentes, tanto na debilitada área da saúde pública quanto na privada. Somente o socialismo poderá garantir uma assistência social e médica integral e de alto padrão tecnológico e humano para toda a população brasileira, enquanto se adotar o padrão da medicina como sinônimo de lucro, milhares de vidas humanas serão consumidas pela voracidade do capital.