A presidente da Câmara dos Estados Unidos, a Democrata Nancy
Pelosi, anunciou nesta terça-feira (24.09) a abertura do processo de
impeachment contra o presidente Donaldo Trump. Trump é acusado de tentar
pressionar a Ucrânia para investigar o ex-vice-presidente Joe Biden, um
possível adversário nas eleições de 2020. “Hoje, estou anunciando que a Câmara
dos Deputados está avançando com um inquérito oficial de impeachment. O
presidente deve ser responsabilizado. Ninguém está acima da lei”, declarou
Nancy em sessão no Congresso. “Foi uma violação das responsabilidades constitucionais",
disse ainda, em declaração à imprensa, se referindo à conversa de Trump com o
presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, em julho. Trump respondeu no Twitter, se dizendo vítima
de perseguição: “Eles nunca viram a transcrição da ligação. A caça às bruxas
total!". A LBI caracterizou com muita precisão esta tendência golpista no “coração”
do imperialismo em 2017, imediatamente após a vitória eleitoral do “palhaço
reacionário” Donald Trump, em um artigo publicado em janeiro daquele ano que
agora reproduzimos na íntegra para nossos leitores do BLOG logo abaixo. Não
podemos, como Marxistas Revolucionários, de nos abster da denúncia política do
nefasto papel jogado pelo partido Democrata, controlado pelo clã dos Clintons,
na preparação da marcha do golpe de estado que visa retroceder as conquistas
democráticas do proletariado norte-americano, justamente quando o proletariado
encontra-se em luta, como estamos vendo com a greve nacional operária na GM. Trump
foi a farsa republicana que tomou o lugar do Tea Party na eleição passada que
derrotou a senhora da guerra “madame Clinton”. Sua permanência na Casa Branca é
temporária por mais que tente agradar os Falcões do Pentágono. Entretanto
durante todo seu mandato não teve força suficiente para deflagrar um ataque
real contra os “inimigos” militares dos EUA (Rússia, China e a própria Coréia
do Norte), por isso está marcado para cair. Nosso combate mortal revolucionário
contra o reacionário Trump não nos impede de denunciar o que seria um
novo governo ianque controlado diretamente pelos generais e falcões Democratas
do Pentágono, ou seja, um retrocesso histórico ímpar para o conjunto da classe
operária internacional que devemos combater apontando a independência política
de classe diante dos bandos burgueses em disputa!
O IDIOTA ÚTIL: BURGUESIA IANQUE EMPOSSOU TRUMP E JÁ PREPARA
UM GOLPE DE ESTADO PARA IMPOR UM RECRUDESCIMENTO AO REGIME REPUBLICANO (PARTE –
I)
(BLOG DA LBI, 21 DE JANEIRO DE 2017)
O cenário estava todo armado para um retumbante fiasco
eleitoral de Trump: sem apoio de massas, sem respaldo do próprio partido, além
de enfrentar uma candidata lançada pelo establishment dominante imperialista.
Mesmo derrotado no voto popular (a maior derrota nas urnas de toda a história
republicana dos EUA, cerca de 2,8 milhões de votos) a burguesia ianque impôs a
sua posse, mas por que? A resposta embora complexa deve ser bem direta: Diante
da enorme crise financeira que se avizinha para o início da nova década, o
imperialismo necessitava fazer "ajustes" em seu regime político e o
melhor caminho encontrado foi dar a vitória ao "palhaço reacionário"
para depois o golpeá-lo facilmente do poder, "implantando" um outro
formato de regime ao velho republicanismo "democrático" dos EUA. É
verdade que existiam outros caminhos para as classes dominantes ianques que
agiram em plena sintonia com a elite financeira bursátil mundial, o primeiro
seria "empoderar" na Casa Branca uma alternativa vinda do "Tea
Party" (ainda permanecendo como uma ala intestina do Partido Republicano)
e derrotar facilmente a odiada madame Clinton. Parecia o roteiro mais evidente,
porém ainda muito prematuro para a conjuntura de 2017, com os EUA atravessando
uma leve recuperação econômica do crash sofrido em 2008. A outra rota possível
e que até a nós da LBI se apresentou como "factível", representaria
uma vitória dos Democratas como a expressão de uma "ponte" temporal
para a transição de um governo de extrema direita em 2021. Entretanto a diversificação
nacional do voto "trumpista" pelos rincões mais castigados e
atrasados do país, levando os Republicanos a um triunfo folgado no Colégio
Eleitoral, forçou a posse do bilionário falastrão no comando do monstro
imperial. Estamos concientes que o nosso prognóstico histórico para a próxima
etapa que os EUA atravessará não é um mero palpite leviano, sabemos que este
país imperialista símbolo da democracia ocidental moderna nunca foi permeado
por um golpe de estado, como a França e Alemanha por exemplo, apesar de já
terem acontecido algumas tentativas como o assassinato do presidente Kennedy em
1963 e mais longinquamente uma guerra civil em 1861 que culminou com o outro
assassinato, o de Abraham Lincoln pouco depois. O próprio "cowboy"
republicano Ronald Reagan também foi alvo de uma tentativa de eliminação física
mal sucedida em 1981(chegou a ser atingido por vários tiros), 69 dias logo após
assumir a presidência da república, nesta ocasião o Secretário de Estado
Alexander Haig chegou a anunciar que estava no comando da nação, tendo que ser
"demovido" da iniciativa poucas horas depois. Portanto tentar ou
mesmo matar presidentes nos EUA não é propriamente uma "novidade" na
maior "democracia" do planeta, porém conseguir suprimir mesmo que
parcialmente a constituição federal celebrada com apenas 7 artigos em 1788 será
uma operação de grande envergadura com gravíssima repercussão histórica não só
para o destino dos EUA.