O QUE ESTÁ EM JOGO NA VENEZUELA NÃO É A “LISURA“ DA ELEIÇÃO BURGUESA: REGIME NACIONALISTA BURGUÊS MILITARIZADO OU GOVERNO NEOLIBERAL TÍTERE DO IMPERIALISMO IANQUE?
A Social Democracia latino-americana, incluindo aí sua ala
lulopetista, vêm mostrando “moderação” em relação a crise venezuelana e até
agora seguindo uma orientação expressa pela Casa Branca exige somente de Maduro
que entregue as “atas eleitorais”, enquanto se abstém de caracterizar como uma
fraude a vitória da candidatura do PSUV. Nessa linha de “conciliação para
mediar” o conflito, estão os presidentes Petro da Colômbia, Obrador do México e
naturalmente Lula como o porta-voz de Washington em nossa região. Boric do
Chile parece se inclinar a fechar com o bloco mais à direita, puxado pelo
Uruguai, Peru e Argentina, que não reconhece a vitória de Maduro. Entretanto a
chamada esquerda revisionista do Trotskysmo, que sempre tenta delimitar alguns
centímetros políticos com o reformismo e a Social Democracia, vem denunciando
histericamente a fraude do regime bolivariano, exigindo não “atas”, mas sim a
própria deposição de Maduro. É o caso do PTS, IS e PO argentinos, que afirmam
ser a fraude eleitoral um recurso político não “ético”, exigindo assim a
“lisura absoluta” do processo sucessório burguês por parte do regime
nacionalista militarizado na Venezuela, desde sua gênese com o coronel Hugo
Chavez na presidência do país. Por sua vez este arco revisionista, que no
passado recente afirmava ter ocorrido uma “revolução socialista ” na Venezuela,
com a instauração do regime burguês bolivariano no início dos anos 2000, agora
se diz “traído” por Maduro, por supostamente “descontinuar a obra de Chavez”.
Em resumo para os revisionistas não existe nenhum regime nacionalista burguês
na Venezuela e tampouco não há mais nenhum resquício do tal “socialismo do
século XXI” no país.