GOVERNO DA BUROCRACIA CHINESA PATROCINA UNIDADE DO HAMAS E DA CORRUPTA ANP, RENUNCIANDO A LUTA ARMADA E A DEFESA DA DESTRUIÇÃO DO ENCLAVE DE ISRAEL: BRENO ALTMAN DIZ QUE PROPOSTA É UM “AVANÇO”, MAS NA VERDADE É UM ENORME RETROCESSO DA RESISTÊNCIA ARMADA PALESTINA!
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, anunciou na semana passada que 14 grupos palestinos concordaram em formar “um governo provisório de reconciliação nacional”, com o objetivo de governar a Faixa de Gaza e a Cisjordânia quando a guerra contra Israel terminar. O Jornalista Breno Altman saudou a medida afirmando: “Grande notícia a formação de um governo de unidade palestina, negociado sob mediação chinesa. O pacto inclui Fatah, Hamas, FPLP e outros. Superada a divisão ocorrida em 2007, essa frente aumenta a força da resistência palestina e avança muito na construção de um Estado soberano” (23/07). A declaração entusiasta de Altman encobre que a burocracia capitalista chinesa busca incorporar a Faixa de Gaza e a Cisjordânia como sua nova “zona de investimentos capitalista” (Nova Rota da Seda) patrocinando para tal fim um co-governo entre o Hamas e os traidores da ANP (Al Fatah) que respeite a existência do enclave terrorista de Israel e abra mão do combate armado a ocupação sionista, planejando dessa forma criar as condições estratégicas de mínima estabilidade capitalista para fazer vultosos negócios em uma cobiçada região comercial no Oriente Médio, além de impor um enorme retrocesso da resistência armada palestina.
Nesse sentido, Wang Yi declarou que “A reconciliação é uma questão interna das facções palestinas, mas ao mesmo tempo não pode ser alcançada sem o apoio da comunidade internacional", em uma nítida afirmação que o governo da burocracia restauracionista chinesa atua a serviço da Governança Global do Capital Financeiro, com o objetivo de estabilizar a região para controlar os negócios em Gaza e Cisjordânia, preservando sempre a existência de Israel e as relações políticas e econômicas com as burguesias árabes.
Por essa razão a “Declaração de Pequim” ao contrário do que afirma Altman não é um avanço, é um instrumento de pressão política e financeira para que o Hamas feche o mais rápido possível um “acordo de paz” com o enclave sionista e renuncie à luta armada!
Ao contrário das narrativas fantasiosas de reformistas como Breno Altman, o tal “governo de unidade nacional palestino” patrocinado pela China é parte da cantilena do “mundo multipolar” que pressupõe a coexistência dos dois polos imperialistas, o que inclui para ambos a preservação da existência de Israel. Trata-se de uma tentativa de preservar as relações de produção capitalista dos países com uma “maquiagem” mais humana e justa, aos olhos embotados do proletariado mundial.
Com esse objetivo, os representantes da burocracia restauracionista chinesa receberam representantes de diferentes grupos palestinos, incluindo o movimento Hamas, que governa Gaza, e a organização corrupta Fatah, que comanda fraudulentamente a vendida Autoridade Nacional Palestina (ANP), exercendo controle administrativo parcial na Cisjordânia ocupada em completa submissão com Israel.
Ambos os grupos têm estado em desacordo, desde que os combatentes do Hamas expulsaram o Fatah da Faixa, na sequência de confrontos fratricidas que se seguiram à vitória do movimento islâmico, nas eleições de 2006.
A declaração emitida após a reunião das facções palestinas
em Pequim, em 22 de julho, inclui dois tipos de decisões: uma política e outra
econômica. A formação de um governo nacional interino com o consenso das
facções palestinas e por decreto presidencial com base na Lei Básica Palestina
é a primeira etapa prática mencionada. Em seguida, a preparação para a
realização de eleições sob a supervisão da Comissão Central Palestina de
Eleições o mais rápido possível, de acordo com a lei eleitoral aprovada. Em
seguida, foi enfatizada a necessidade de formar um novo Conselho Nacional a fim
de aprofundar a parceria política para assumir a responsabilidade nacional e
desenvolver as instituições da Organização para a Libertação da Palestina (OLP),
depois de ativar e organizar a estrutura de liderança temporária unificada para
a tomada de decisões políticas, de acordo com o que foi acordado no documento
do Acordo Nacional Palestino assinado em 4 de maio de 2011. Todos esses pontos
obviamente estão baseados no respeito a existência de Israel e no fim da guerra
contra o enclave sionista, pontos chaves que a burocracia chinesa impõe para
que seja literalmente “fiadora da paz” (patrocinadora financeira) na região, o que na verdade é uma cortina
de fumaça para fazer da zona um propulsor dos negócios do imperialismo chinês. Esse
plano seria executável através de reunião mensais com observadores chineses e
das reacionárias burguesias árabes, como a do Catar, um instrumento claro de monitoramento do Hamas que será permanentemente chantageado por Pequim.
Não esqueçamos que a burocracia capitalista chinesa condenou veementemente a ação armada heroica do Iêmen contra os navios mercantes no canal de Ormuz e busca costurar um cessar fogo como deseja a ONU com a entrega dos presos políticos de Israel
Por diversas vezes a embaixada chinesa nos EUA disse que a China estava preocupada com a "escalada da tensão" no mar Vermelho. O porta-voz Liu Pengyu declarou que isso serve os interesses comuns da comunidade internacional e que a China instou "as partes relevantes a desempenharem um papel construtivo e responsável na manutenção de um mar Vermelho seguro e estável". Não por acaso, a China convocou todos os países a trabalharem em conjunto para manter a segurança das rotas marítimas no mar Vermelho, conforme declarado pelo representante de Pequim nas Nações Unidas, Zhang Jun, durante uma sessão do Conselho de Segurança. "A China insta todas as partes, especialmente os países importantes com influência, a desempenharem um papel construtivo e responsável e a colaborarem para manter a segurança e as rotas de navegação no mar Vermelho", afirmou o embaixador.
Como o Blog da LBI noticiou o “CC” do partido governante chinês manifestou-se logo após o ataque dos EUA e seus aliados contra o Iêmen: “A China espera que todas as partes envolvidas possam desempenhar um papel construtivo e responsável na manutenção da segurança e da estabilidade na região”. Seguindo a direção no mesmo covarde cinismo de um governo marionete da Governança Global do Capital Financeiro: “Apela a todas as partes envolvidas para que mantenham a calma e exerçam moderação para evitar uma nova escalada de conflitos”, anunciou a Porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning.
A preocupação “comercial” da burocracia restauracionista chinesa é bem clara: “A área do Mar Vermelho é uma importante rota comercial internacional de bens e energia, por isso a China espera que todas as partes envolvidas possam desempenhar um papel construtivo e responsável”. Nenhuma solidariedade, mesmo que formal, com a nação árabe atacada pelo imperialismo, para os cretinos “comunistas” a única preocupação é com os seus negócios e a submissão aos interesses da Goverança Global do Capital Financeiro!
Nesse marco, a principal razão da China patrocinar o acordo entre os grupos palestinos são seus interesses econômicos no Oriente Médio, que ficariam ameaçados se o conflito se prolongar e agravar, abrindo mais frente de guerra como no Líbano e Irã. Pequim depende fortemente de importações de petróleo e cerca de metade vem do Golfo. Os países do Oriente Médio são cada vez mais importantes na Iniciativa do Cinturão e Rota, conhecida como nova rota da seda, um ponto fundamental da sua política externa e econômica imperialista, o que não representa um ponto de apoio da luta histórica do povo palestino para retomar seu território histórico das garras de Israel, como vende falsamente Breno Altman.