sábado, 6 de julho de 2024

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS NO IRÃ: VENCEU PEZESHKIAN, O CANDIDATO “PREFERIDO” PELO IMPERIALISMO IANQUE 

Masoud Pezeshkian, batizado pela mídia corporativa como o “candidato reformista”, venceu nesta última sexta-feira (04/07) a segunda volta das eleições presidenciais antecipadas no Irã. De acordo com os resultados finais, Pezeshkian obteve 16.384.403 votos, enquanto seu rival Jalili recebeu 13.538.179. O número total de votos expressos nas urnas foi de 30.530.157. A taxa de participação situou-se em 49,8%, bem aquém do esperado pelo Regime dos Aiatolás. A alcunha de “reformista” dada pela mídia corporativa a Pezeshkian corresponde ao próprio desejo do imperialismo ianque de “reformar” o regime nacionalista burguês do Irã. Não foi por acaso que o líder Khamenei, que controla com “mão de ferro” o Estado capitalista, vetou a candidatura antiimperialista do ex-presidente Ahmadinejad, com objetivo de uma aproximação política com os EUA.

Pezeshkian de 69 anos, é um médico cirurgião cardíaco que se tornou político e assumiu como Ministro da Saúde na década de 2000 e como Primeiro Vice-Presidente do Parlamento de 2016 a 2020. Como uma liderança não clérica no interior de um regime islâmico, Pezeshkian ascendeu politicamente fazendo apologia da necessidade de “reformas” pró-ocidentais e de uma reaproximação internacional com os EUA e seus acólitos europeus. Neste sentido sua vitória ainda que não represente uma inflexão total nos rumos do regime nacionalista burguês dos aiatolás, aponta todo um panorama que busca reverter as conquistas antiimperialistas da revolução islâmica que derribou o Xá Reza Pahlavi, ocorrida em 1979.

O presidente eleito do Irã é abertamente a favor da reabertura das relações diplomacia com os Estados Unidos e da retomada das negociações sobre o acordo nuclear de 2015, que impôs sérias limitações para a defesa militar do país persa. Como parte deste acordo, o Irã concordou em abrir mão de armas atômicas em troca do alívio das sanções econômicas imperialistas.

O “reformista” também defende um “relaxamento” das restrições sociais, intrínsecas da cultura milenar persa, incluindo uma atitude mais branda do regime em relação ao uso obrigatório do hijab pelas mulheres iranianas. Obviamente os Marxistas Leninistas se opõe a qualquer opressão do Estado burguês sobre as mulheres e a juventude, entretanto temos que saber diferenciar muito bem a luta pelas liberdades democráticas, da capitulação ideológica diante da “importação” forçada de uma civilização ocidentalizada totalmente estranha as suas tradições históricas.

Estas eleições foram convocadas após a estranha morte do presidente Ebrahim Raisi, juntamente com outros altos dirigentes do regime dos Aiatolás, quando o helicóptero em que viajavam, sem nenhum esquema de segurança foi abatido por forças sionistas na zona montanhosa iraniana. Até agora, o líder Khamenei se recusou a iniciar uma investigação mais rigorosa do “acidente”, assim como atribuir qualquer responsabilidade do fato ao enclave terrorista de Israel.