13 DE FEVEREIRO DE 1989 - HÁ 30 ANOS O EXÉRCITO VERMELHO SE RETIRAVA DO AFEGANISTÃO:
OS REVOLUCIONÁRIOS APOIARAM A OCUPAÇÃO SOVIÉTICA PARA DETER O AVANÇO DO IMPERIALISMO NA FRONTEIRA DA URSS E ESTENDER AS CONQUISTAS DA REVOLUÇÃO!
OS REVOLUCIONÁRIOS APOIARAM A OCUPAÇÃO SOVIÉTICA PARA DETER O AVANÇO DO IMPERIALISMO NA FRONTEIRA DA URSS E ESTENDER AS CONQUISTAS DA REVOLUÇÃO!
A grande maioria das organizações de “esquerda” que defenderam
a falsa “Primavera Árabe” na Líbia e depois na Síria apoiaram a chamada “guerra
santa” contra a ocupação do Exército Vermelho no Afeganistão em 1979. Naquela
ocasião, agentes da CIA treinaram e armaram os mujaheddin (guerreiros da
liberdade) para desestabilizar o governo de frente popular, dirigido pelo
Partido Popular Democrático de Babrak Kar-mal, uma espécie de satélite político
da burocracia soviética. Por adotar medidas muito tímidas e limitadas, que
feriram interesses dos latifundiários semifeudais do Afeganistão seguidores do
Islã, como uma reforma agrária parcial e a abolição da burqa (véu muçulmano
imposto às mulheres) e da escravidão feminina, o governo frente-populista do
PPD sofreu um ataque militar dos mujaheddin apoiados pela CIA, que tencionava o
estabelecimento de um posto avançado do Pentágono na fronteira com o Estado
operário soviético. Uma posição justa do proletariado mundial deveria partir do
apoio à ocupação soviética ao Afeganistão, assim como da exigência de um
programa radical de expropriações, no caminho da extensão das conquistas de
1917 naquele país atrasado, porém integrado à produção capitalista mundial. Em 15
de fevereiro de 1989, os burocratas restauracionistas, liderados por Gorbachev
promoveram a retirada do exército soviético do Afeganistão, pactuando com os
EUA a retirada dos agentes da CIA do país e o estabelecimento de um governo
muçulmano oriundo das diversas milícias fundamentalistas que combateram os
soviéticos. Neste governo, o Taleban (formado a partir da influência da
burguesia paquistanesa sobre a região) integra-se como fração minoritária até
1995, quando, a partir da barbárie vigente surgida desde 1989, golpeia as
demais frações e concentra o poder do Estado em suas mãos. A partir do governo
central do Taleban, que controlava cerca de 90% de todo o território nacional,
Bin Laden e Al Qaeda iniciaram seu novo "combate sagrado" ao antigo
aliado: o imperialismo ianque, fundando núcleos de treinamento de guerrilha no
Afeganistão. Ficou obvio que a drástica mudança de Bin Laden, armado pela CIA
nos anos 70 e depois seu principal inimigo, teve como móvel a espoliação do
território afegão e árabe pelos grupos econômicos imperialistas, que geram a
miséria e atraso secular de toda a Ásia Central e península arábica. A pressão
política das massas e o sentimento antiimperialista obrigaram as direções
islâmicas a adotarem uma postura "radical" contra alvos
imperialistas, mas sem a conseqüência de uma luta internacional proletária
contra o capitalismo mundial. Por isso, essas direções nacionalistas burguesas
oscilam em momentos históricos, ora combatendo os interesses do proletariado,
como no caso da ocupação soviética em 79, ora combatendo o imperialismo, como
na Guerra do Golfo, ou nos enfrentamentos militares com os EUA. A ofensiva
imperialista iniciada em 89 com a retirada das tropas soviéticas do Afeganistão
e, logo depois a derrubada contrarrevolucionária do Muro de Berlim, culminando
com o fim da própria URSS em 1991, pavimentou uma perspectiva de guerras de
ocupação a diversos países e, ao mesmo tempo, de fomentar contrarrevoluções
internas sob pressão dos EUA. Atualmente, como marxistas revolucionários,
apoiamos cada ofensiva sobre os agressores imperialistas e suas tropas de
ocupação no Afeganistão, postando-se em frente única, com absoluta
independência política, com as forças que enfrentam as tropas de rapina das
potências capitalistas. Cada revés sofrido pelos invasores dos EUA e da OTAN no
Afeganistão ajuda a elevar o nível de consciência do proletariado e aumenta a
sua confiança de que o imperialismo pode ser derrotado, forjando as condições
para a construção de uma autêntica direção revolucionária que lute pela
edificação do socialismo. Esses ataques representam uma resposta militar dos
povos oprimidos e suas organizações ao imperialismo, muitas vezes por meios não
convencionais de combate militar. Defendemos a unidade de ação com as forças
que estão em luta contra o imperialismo. Nesse combate consideramos justa toda
e qualquer ação de resistência armada das massas à dominação belicista das
metrópoles capitalistas sobre os povos oprimidos! Lutamos vigorosamente pela
expulsão das tropas da OTAN de toda região, impulsionando uma frente de ação
político e militar com as forças da resistência nacional afegã contra os
saqueadores imperialistas, forjando a construção do partido revolucionário para
superar as direções burguesas em suas mais variadas facetas.