PELA CONSTRUÇÃO DO PARTIDO REVOLUCIONÁRIO: “ASAMBLEA INTERNACIONAL DE LOS PUEBLOS” NÃO SE CONFIGUROU COMO ALTERNATIVA PROLETÁRIA
PARA DERROTAR O IMPERIALISMO E SUPERAR O REGIME BURGUÊS CHAVISTA!
Ocorreu neste domingo, 24.02, a abertura da “Asamblea
Internacional de los Pueblos” logo após o “Concierto por la Paz” que reuniu
milhares de pessoas na “Plaza de los Museos” em Caracas. Delegações de 85
países representando movimentos sociais se fizeram presentes. A vice-presidenta
da Venezuela, Delcy Rodríguez, fez o discurso inaugural denunciando a
provocação imperialista que ocorreu no sábado e acabou em um grande fiasco. Ao
lado dela, dirigentes de importantes entidades sindicais e populares, como o
MST do Brasil. Militantes da Brigada Leon Trotsky participaram da plenária geral
de abertura. Ficou evidente já no início dos trabalhos que a plataforma
social-democrata da direção política da “Asamblea” impede que ela se constitua
como embrião de uma alternativa revolucionária de poder ao regime nacionalista
burguês chavista. Este importante organismo de frente única não aponta para a
superação da democracia burguesa na Venezuela pela via da Revolução Socialista,
ao contrário apenas para sua “radizalização” nos marcos do capitalismo,
recorrendo ao programa econômico centrado na “distribuição de renda” que
preserva a propriedade privada dos meios de produção. Apesar de ter massiva
presença de militantes sindicais, populares e indígenas de todo o planeta, a
plenária submeteu-se completamente a plataforma de colaboração de classes do
PSUV, sua marca foi a defesa da “paz mundial” e da busca do “diálogo
internacional” via a ONU. Com um claro perfil político reformista, os eixos
discutidos giraram apenas na solidariedade genérica ao governo Maduro, sem
apontar na necessidade da superação das instituições burguesas “bolivarianas”
em que se sustenta o regime Chavista. No tocante a defesa do país frente a
intervenção militar imperialista não foi sequer ventilada pela mesa
coordenadora a questão do armamento popular imediato dos trabalhadores. Os Trotskistas
compreendem que o chavismo, como uma expressão radicalizada do nacionalismo
burguês, historicamente é incapaz de levar adiante a tarefa de construção dos
conselhos operários de poder, os Soviets. A demagogia bolivariana em todo da
formação dos conselhos populares para enfrentar a ofensiva imperialista se
mostrou como mais uma falácia da “boliburguesia”, agora diante do
aprofundamento da crise social Maduro se apoia exclusivamente nos militares
“fiéis”. A Brigada Leon Trotsky dialogou com dezenas de companheiros de vários
países explicando nossa posição: combater na mesma trincheira do governo
Maduro, do PSUV e das organizações de base do Chavismo contra a investida de
Trump e da direita não significa avalizar o programa de colaboração de classes.
Explicamos que para vencer é primordial o armamento popular, a expropriação da
burguesia e a formação de conselhos operários para construir uma verdadeira
república socialista na Venezuela, para não cair pelas mãos do imperialismo
ianque e da direita que trabalha diuturnamente para que as FFAA passem para o
campo da reação burguesa. Alertaremos para várias delegações que a cúpula
militar se mantém ao lado de Maduro, ou melhor, no mesmo campo da
“Boligurguesia”, mas esta situação de “equilíbrio” é altamente instável e tende
a se desfazer rapidamente por pressão do imperialismo. A ausência de um pólo
genuinamente socialista na disputa pela direção política do proletariado e na
própria “Asamblea” reforça ainda mais a necessidade do chamado feito pela LBI
para que outras organizações trotskistas atuem na luta concreta por construir
um verdadeiro partido revolucionário internacionalista que supere pela esquerda
o Chavismo na Venezuela, sob pena do governo nacionalista burguês de Maduro e
seus aliados reformistas que controlam a “Asamblea” arrastarem os
trabalhadores para mais uma derrota histórica como ocorreu na Líbia de Kadaffi
pelas mãos assassinas da OTAN.
Brigada Leon Trotsky presente no Plenário
da "Asamblea
Internacional de los Pueblos"
|