segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

CAI MAIS UM GOVERNO DE FRENTE POPULAR DIANTE DA OFENSIVA DIREITISTA NA AMÉRICA LATINA: A HISTÓRICA FMLN, EL SALVADOR, É ELEITORALMENTE DERROTADA APÓS TRÊS GESTÕES ESTATAIS CONSECUTIVAS


El Salvador, o país centro do palco de uma das guerrilhas mais icônicas da América Latina, passou por eleições presidenciais neste último domingo (03/02). O resultado deste pleito eleitoral representou um revés histórico para a Frente Farabundo Marti de Libertação Nacional (FMLN), que governava o país da América Central há três gestões estatais consecutiva, e desta vez pela primeira vez em mais de trinta anos resignou-se a um humilhante terceiro lugar. O vencedor chama-se Nayib Bukele, o jovem ex-prefeito da capital, San Salvador, ex-dirigente da FMLN, mas que agora apresenta-se como uma "novidade" política, por não integrar nenhum dos dois maiores partidos tradicionais, a fascista ARENA e a Frente Popular FMLN. Nayib Bukele, se apresentou nas eleições com a legenda da "Grande Aliança pela Unidade Nacional" (GANA), um agrupamento neoliberal que se reivindica de "direita democrática" e que "navega" na ofensiva reacionária que varre todo nosso continente, orientada diretamente pelo imperialismo ianque. O candidato Hugo Martínez, da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN), apesar de ter sido apoiado pelo atual presidente Salvador Sánchez Cerén, não conseguiu escapar do desgaste político provocado pela profunda crise econômica por que passa o país, em função do atual governo de esquerda seguir à risca o "receituário" de "ajuste" do rentismo Internacional. Carlos Calleja, candidato da ARENA (Aliança Republicana Nacionalista, da direita fascista), ficou em segundo lugar abalado eleitoralmente pela recente prisão de um ex-presidente (António Saca) ligado ao seu reacionário partido. A FMLN foi uma das organizações políticas mais vinculadas ao PT brasileiro, que assessorou por anos seus governos, deslocando inclusive o publicitário João Santana (preso na famigerada operação "Lava Jato") para El Salvador. Porém os "conselhos" neoliberais do PT dados a FMLN de abrir a economia do país aos investidores institucionais, levaram El Salvador a um colapso econômico e também agora a um fiasco eleitoral da antiga guerrilha, hoje "domesticada" como mais um partido da ordem capitalista. O resultado eleitoral em El Salvador joga muita pressão na vizinha Nicarágua, que sob o governo da FSLN (antiga guerrilha) atravessava um processo político "limite" de uma nova guerra civil. A derrota da FMLN também "isola" ainda mais no continente o governo Chavista de Maduro na Venezuela, que como os "parceiros" da Frente Popular (Bolívia, Nicarágua e até hoje El Salvador) recusa-se a expropriar a burguesia e armar as massas populares. Esta linha programática Social Democrata dos governos da "esquerda " ou mesmo "centro-esquerda", vem gerando grandes derrotas sociais em nossa região, e se não for revertida por uma estratégia revolucionária do proletariado levará invariavelmente ao triunfo militar e político da Casa Branca e seus "financistas" de Wall Street em toda América Latina.