terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

EM MEIO A TANTAS TRAGÉDIAS... UMA CHACINA NÃO GANHOU OS “HOLOFOTES” DA GRANDE MÍDIA: PM COLOCA EM PRÁTICA “PACOTE ANTI-CRIME” DE MORO E A “LICENÇA PARA MATAR” DO GOVERNADOR FASCISTA WILSON WITZEL ASSASSINANDO A SANGUE FRIO 15 JOVENS EM COMUNIDADE POBRE NO CENTRO DO RIO


Com tantas tragédias humanas correndo nos últimos dias cobertas amplamente pela grande mídia, a chacina perpetrada pela PM no Morro de Santa Tereza que deixou 15 jovens mortos na última sexta-feira (08.02) quase passou “em branco”... até porque todos os mortos eram pretos e pobres acusados de traficantes nos morros da Coroa, Fallet-Fogueteiro e dos Prazeres, localizados no Rio Comprido e Santa Tereza. Foram assassinados a sangue frio no interior de uma casa onde residia uma moradora que nada tem a ver com tráfico. Denúncias de familiares sobre o contexto das mortes apontam que cerca de 20 jovens entre 14 e 22 anos já estavam encurralados dentro de uma casa quando aconteceu a abordagem e não houve troca de tiros. Obviamente o crime não teve a “cobertura” da morte dos atletas de base do Flamengo ou do jornalista Ricardo Boechat, afinal tombaram a uma ação policial “justificada” pela disputa da zona entre Comando Vermelho e Terceiro Comando Puro, nada mais “natural”. Na comunidade carioca a PM colocou em prática antecipadamente o “pacote anticrime” apresentado pelo Juiz Moro: liberdade total para a polícia matar tendo como álibi o “perigo iminente”, com a nova legislação a ser aprovada garantindo que haverá nenhuma punição legal aos assassinos de farda. Esta foi a operação policial mais violenta do Rio de Janeiro em mais de 12 anos. Em campanha e já durante o mandato, o governador fascista Wilson Witzel prometeu uma guerra contra os pobres. Ele já está entregando a “promessa”. Os pobres e negros do morro no centro do Rio estirados ao chão ensanguentados não nasceram traficantes de segunda (se é que eram), tinham idades bem parecidas dos “garotos do flamengo”, a sua maneira também eram adolescentes cheios de sonhos como os que perderam a vida no “Ninho do Urubu”, entraram no “time” do crime em meio a barbárie capitalista que assola as grandes metrópoles. Foram executados dentro de uma casa, quando estavam se rendendo aos policiais, o que fotos, relatos e circunstâncias apontam, inclusive o macabro “socorro” prestado, o de levar os corpos ao hospital, para “desfazer o local” e impedir a perícia. Segundo o relato de uma moradora, quando seu filho virou-se de costas para negociar a rendição com o grupo, agentes atiraram contra ele. “Deram um tiro nas costas. Furaram meu filho todo. Não me respeitaram em momento nenhum, nem meu filho de oito anos. Falou na cara do meu filho: ‘bem feito’.” A mãe também disse que os policiais tentaram impedir que familiares entrassem na casa para identificar os corpos. Outro familiar de dois jovens mortos afirmou à Folha que ambos eram envolvidos com o tráfico. Contudo, declarou que os dois se entregaram e foram mortos pelos policiais ainda assim. Fica evidente que a licença total para a PM matar entrou em vigor, mesmo antes da legislação do ministro Sérgio Moro, já está sendo operada na prática. O policial mata sem temor da mínima represália legal com a justificativa de ter sido tomado por “violenta emoção”. O justiceiro da Lava Jato, agora no cargo de Ministro da Justiça, propôs no seu reacionário pacote o item que prevê alterações no Código Penal relativas à legítima defesa, trata-se da possibilidade de redução ou mesmo isenção de pena de policiais que causarem morte durante sua atividade, um verdadeiro "tributo" aos policiais assassinos e milicianos fascistas que integram o aparelho repressor da burguesia. 


Como já explicamos, a polícia em seu todo institucional é o braço armado dos interesses capitalistas, trata-se do monopólio estatal que a burguesia detém para exercer a violência contra o proletariado e a população oprimida. Não defendemos nenhum tipo de "reforma democrática" no aparato policial como apregoa o PSOL e o PSTU, combatemos pela sua destruição revolucionária no bojo da demolição do Estado burguês. Exigir o "fim da PM" e sua substituição por uma "polícia democrática" ou "comunitária", como advogam os revisionistas, corresponde a admitir a legitimidade histórica da repressão da burguesia sobre os trabalhadores por meios mais "civilizados". Para julgar e condenar crimes hediondos praticados contra nosso povo por agentes do Estado capitalista, é necessário a organização de comitês de segurança militar do proletariado, que proteja o povo trabalhador da PM e dos bancos criminosos que agem a sombra da burguesia.