Com tantas tragédias humanas correndo nos últimos dias
cobertas amplamente pela grande mídia, a chacina perpetrada pela PM no Morro de
Santa Tereza que deixou 15 jovens mortos na última sexta-feira (08.02) quase
passou “em branco”... até porque todos os mortos eram pretos e pobres acusados
de traficantes nos morros da Coroa, Fallet-Fogueteiro e dos Prazeres,
localizados no Rio Comprido e Santa Tereza. Foram assassinados a sangue frio no
interior de uma casa onde residia uma moradora que nada tem a ver com tráfico. Denúncias
de familiares sobre o contexto das mortes apontam que cerca de 20 jovens entre
14 e 22 anos já estavam encurralados dentro de uma casa quando aconteceu a
abordagem e não houve troca de tiros. Obviamente o crime não teve a “cobertura”
da morte dos atletas de base do Flamengo ou do jornalista Ricardo Boechat,
afinal tombaram a uma ação policial “justificada” pela disputa da zona entre
Comando Vermelho e Terceiro Comando Puro, nada mais “natural”. Na comunidade
carioca a PM colocou em prática antecipadamente o “pacote anticrime”
apresentado pelo Juiz Moro: liberdade total para a polícia matar tendo como
álibi o “perigo iminente”, com a nova legislação a ser aprovada garantindo que
haverá nenhuma punição legal aos assassinos de farda. Esta foi a operação
policial mais violenta do Rio de Janeiro em mais de 12 anos. Em campanha e já
durante o mandato, o governador fascista Wilson Witzel prometeu uma guerra
contra os pobres. Ele já está entregando a “promessa”. Os pobres e negros do
morro no centro do Rio estirados ao chão ensanguentados não nasceram traficantes
de segunda (se é que eram), tinham idades bem parecidas dos “garotos do
flamengo”, a sua maneira também eram adolescentes cheios de sonhos como os que
perderam a vida no “Ninho do Urubu”, entraram no “time” do crime em meio a
barbárie capitalista que assola as grandes metrópoles. Foram executados dentro
de uma casa, quando estavam se rendendo aos policiais, o que fotos, relatos e
circunstâncias apontam, inclusive o macabro “socorro” prestado, o de levar os
corpos ao hospital, para “desfazer o local” e impedir a perícia. Segundo o
relato de uma moradora, quando seu filho virou-se de costas para negociar a
rendição com o grupo, agentes atiraram contra ele. “Deram um tiro nas costas.
Furaram meu filho todo. Não me respeitaram em momento nenhum, nem meu filho de
oito anos. Falou na cara do meu filho: ‘bem feito’.” A mãe também disse que os
policiais tentaram impedir que familiares entrassem na casa para identificar os
corpos. Outro familiar de dois jovens mortos afirmou à Folha que ambos eram
envolvidos com o tráfico. Contudo, declarou que os dois se entregaram e foram
mortos pelos policiais ainda assim. Fica evidente que a licença total para a PM
matar entrou em vigor, mesmo antes da legislação do ministro Sérgio Moro, já
está sendo operada na prática. O policial mata sem temor da mínima represália
legal com a justificativa de ter sido tomado por “violenta emoção”. O
justiceiro da Lava Jato, agora no cargo de Ministro da Justiça, propôs no seu
reacionário pacote o item que prevê alterações no Código Penal relativas à
legítima defesa, trata-se da possibilidade de redução ou mesmo isenção de pena
de policiais que causarem morte durante sua atividade, um verdadeiro
"tributo" aos policiais assassinos e milicianos fascistas que
integram o aparelho repressor da burguesia.
Como já explicamos, a polícia em seu todo institucional é o braço armado dos interesses capitalistas, trata-se do monopólio estatal que a burguesia detém para exercer a violência contra o proletariado e a população oprimida. Não defendemos nenhum tipo de "reforma democrática" no aparato policial como apregoa o PSOL e o PSTU, combatemos pela sua destruição revolucionária no bojo da demolição do Estado burguês. Exigir o "fim da PM" e sua substituição por uma "polícia democrática" ou "comunitária", como advogam os revisionistas, corresponde a admitir a legitimidade histórica da repressão da burguesia sobre os trabalhadores por meios mais "civilizados". Para julgar e condenar crimes hediondos praticados contra nosso povo por agentes do Estado capitalista, é necessário a organização de comitês de segurança militar do proletariado, que proteja o povo trabalhador da PM e dos bancos criminosos que agem a sombra da burguesia.
Como já explicamos, a polícia em seu todo institucional é o braço armado dos interesses capitalistas, trata-se do monopólio estatal que a burguesia detém para exercer a violência contra o proletariado e a população oprimida. Não defendemos nenhum tipo de "reforma democrática" no aparato policial como apregoa o PSOL e o PSTU, combatemos pela sua destruição revolucionária no bojo da demolição do Estado burguês. Exigir o "fim da PM" e sua substituição por uma "polícia democrática" ou "comunitária", como advogam os revisionistas, corresponde a admitir a legitimidade histórica da repressão da burguesia sobre os trabalhadores por meios mais "civilizados". Para julgar e condenar crimes hediondos praticados contra nosso povo por agentes do Estado capitalista, é necessário a organização de comitês de segurança militar do proletariado, que proteja o povo trabalhador da PM e dos bancos criminosos que agem a sombra da burguesia.