sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

CÚPULA DE MONTEVIDÉU SOBRE A CRISE NA VENEZUELA: SOCIAL DEMOCRACIA SE UNE A DIREITA EUROPEIA EXIGINDO A RETIRADA IMEDIATA DE NICOLÁS MADURO 


Países membros da União Europeia e cinco nações da América Latina, reunidos nesta quinta-feira (7/02) em Montevidéu no Uruguai, no chamado "Grupo de Contato Internacional" (GCI), exigiram a realização de eleições presidenciais "críveis" na Venezuela e o fim da "repressão e das violações dos direitos humanos". A iniciativa da formação do GCI partiu de governos europeus (Sociais Democratas e neoliberais de direita) em conjunto com algumas lideranças da esquerda latino-americana, como México, Uruguai e Bolivia, que buscam pressionar pela saída do presidente Nicolas Maduro pela "via democrática", como uma alternativa a intervenção militar planejada pela Casa Branca em Washington. O ministro das Relações Exteriores do governo Social Democrata português, Augusto Santos Silva,definiu assim o encontro: "A reunião do Grupo de Contato Internacional (GCI) em Montevidéu, no Uruguai, foi positiva e os participantes concordaram com a necessidade de uma nova eleição presidencial conduzida através de um processo eleitoral confiável." O ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, representando a esquerda burguesa latino-americana endossou a mesma linha política: "O ideal para resolver a situação da Venezuela é realizar eleições nas quais nem o presidente Nicolás Maduro, nem o líder da oposição Juan Guaidó, venham a participar." O emissário do governo de Evo Morales, o chanceler Diego Pary, afirmou: "A Bolívia quer um diálogo sem condições. Quem deve definir o que vão debater e o que discutir devem ser os venezuelanos. São os venezuelanos que devem resolver qual é o caminho". A resolução final da cúpula de Montevideu deliberou: "O Grupo de Contato Internacional decidiu que enviará uma missão técnica à Venezuela para avançar com o processo eleitoral como solução pacífica para sair da crise no país. Os países do bloco também querem explorar a melhor forma possível de enviar ajuda humanitária ao país." Em resumo poderíamos definir que o "apoio" dado pelo GCI ao governo da Venezuela, do qual o governo neofascista brasileiro não participa, é o caminho mais curto para uma vergonhosa capitulação política do legítimo presidente Nicolas Maduro. Esta é exatamente a função política da Social Democracia e da esquerda burguesa latino-americana na crise venezuelana, restaurar plenamente a estabilidade da ordem capitalista e coordenar a "transição democrática" para uma retirada de cena do regime Chavista e das conquistas nacionais do proletariado industrial. Os Marxistas Leninistas que lutam ombro a ombro com o governo Maduro contra a intervenção golpista do imperialismo ianque no país, não nutrem a menor ilusão na plataforma programática do Chavismo, alertando sempre as massas da forte tendência de capitulação do nacionalismo burguês. A única alternativa realmente socialista e progressiva diante da crise econômica e social instalada na Venezuela é a expropriação completa dos monopólios burgueses e o controle operário da produção industrial do país. Esta tarefa histórica não será realizada pelo Chavismo, pelo seus próprios vínculos com setores da classe dominante, somente a classe operária organizada de forma independente e fortemente armada poderá conduzir a derrota do golpismo ianque e estabelecer a Ditadura do Proletariado!