CÚPULA DE MONTEVIDÉU SOBRE A CRISE NA VENEZUELA: SOCIAL
DEMOCRACIA SE UNE A DIREITA EUROPEIA EXIGINDO A RETIRADA IMEDIATA DE NICOLÁS
MADURO
Países membros da União Europeia e cinco nações da América
Latina, reunidos nesta quinta-feira (7/02) em Montevidéu no Uruguai, no chamado
"Grupo de Contato Internacional" (GCI), exigiram a realização de
eleições presidenciais "críveis" na Venezuela e o fim da
"repressão e das violações dos direitos humanos". A iniciativa da
formação do GCI partiu de governos europeus (Sociais Democratas e neoliberais de
direita) em conjunto com algumas lideranças da esquerda latino-americana, como
México, Uruguai e Bolivia, que buscam pressionar pela saída do presidente
Nicolas Maduro pela "via democrática", como uma alternativa a
intervenção militar planejada pela Casa Branca em Washington. O ministro das
Relações Exteriores do governo Social Democrata português, Augusto Santos
Silva,definiu assim o encontro: "A reunião do Grupo de Contato
Internacional (GCI) em Montevidéu, no Uruguai, foi positiva e os participantes
concordaram com a necessidade de uma nova eleição presidencial conduzida
através de um processo eleitoral confiável." O ex-presidente do Uruguai,
Pepe Mujica, representando a esquerda burguesa latino-americana endossou a
mesma linha política: "O ideal para resolver a situação da Venezuela é
realizar eleições nas quais nem o presidente Nicolás Maduro, nem o líder da
oposição Juan Guaidó, venham a participar." O emissário do governo de Evo
Morales, o chanceler Diego Pary, afirmou: "A Bolívia quer um diálogo sem
condições. Quem deve definir o que vão debater e o que discutir devem ser os
venezuelanos. São os venezuelanos que devem resolver qual é o caminho". A
resolução final da cúpula de Montevideu deliberou: "O Grupo de Contato
Internacional decidiu que enviará uma missão técnica à Venezuela para avançar
com o processo eleitoral como solução pacífica para sair da crise no país. Os
países do bloco também querem explorar a melhor forma possível de enviar ajuda
humanitária ao país." Em resumo poderíamos definir que o "apoio"
dado pelo GCI ao governo da Venezuela, do qual o governo neofascista brasileiro
não participa, é o caminho mais curto para uma vergonhosa capitulação política
do legítimo presidente Nicolas Maduro. Esta é exatamente a função política da
Social Democracia e da esquerda burguesa latino-americana na crise venezuelana,
restaurar plenamente a estabilidade da ordem capitalista e coordenar a
"transição democrática" para uma retirada de cena do regime Chavista
e das conquistas nacionais do proletariado industrial. Os Marxistas Leninistas
que lutam ombro a ombro com o governo Maduro contra a intervenção golpista do
imperialismo ianque no país, não nutrem a menor ilusão na plataforma
programática do Chavismo, alertando sempre as massas da forte tendência de
capitulação do nacionalismo burguês. A única alternativa realmente socialista e
progressiva diante da crise econômica e social instalada na Venezuela é a
expropriação completa dos monopólios burgueses e o controle operário da
produção industrial do país. Esta tarefa histórica não será realizada pelo
Chavismo, pelo seus próprios vínculos com setores da classe dominante, somente
a classe operária organizada de forma independente e fortemente armada poderá
conduzir a derrota do golpismo ianque e estabelecer a Ditadura do Proletariado!