"ESTADO DA UNIÃO" DO IMPÉRIO IANQUE: TRUMP JÁ SE PREPARA PARA SER DESCARTADO PELO CAPITAL FINANCEIRO, MAS ANTES PRETENDE ATACAR
A VENEZUELA
O tradicional discurso do "Estado da União", um
instrumento utilizado anualmente pelo presidente dos EUA para a abertura dos
trabalhos legislativos do país, que deveria ter ocorrido no último dia 29 de
janeiro, somente ocorreu na madrugada do dia 06/02 em função do impasse
estabelecido entre Donald Trump e o Congresso norte-americano. Na raíz do
litígio entre Trump e o parlamento, que chegou a paralisar a liberação dos
gastos estatais (shutdown) por cerca de um mês, estava a determinação do
"tresloucado" presidente em construir um muro na extensa fronteira
entre o México e os EUA. Trump e o Congresso têm até 15 de fevereiro para
chegar a um acordo sobre o orçamento para "segurança na fronteira",
para a qual o presidente faz questão de uma "ineficaz" barreira física.
Os líderes do Partido Democrata se recusam a atender a demanda por verbas para
a construção do famigerado muro, enquanto Trump está prestes a declarar uma
"emergência nacional" na tentativa de realocar outros fundos
federais, incluindo talvez do Pentágono, para construir o muro mesmo sem
aprovação do Congresso. Embora o presidente não tenha mencionado uma declaração
de emergência em seu discurso na madrugada desta quinta-feira, Trump disse nos
últimos dias que está se preparando para fazer isso sem ao menos conseguir o
consenso em seu próprio Partido Republicano. Trump também lamentou, em seu
discurso, a obstrução do Congresso e as investigações que assolam seu governo,
pediu aos parlamentares reunidos na Câmara que trabalhassem juntos para
promulgar sua agenda: "Se vai haver paz e legislação, não pode haver
guerra e investigação. Simplesmente não funciona assim”, sendo aplaudido
apenas por um setor de correligionários mais direitistas do Partido
Republicano. Ao fazer esta declaração, Trump foi comparado pela mídia
corporativa ao presidente Richard Nixon que, em 1974, também pediu ao Congresso
para que colocasse um fim nas investigações de Watergate, o que não aconteceu e
menos de sete meses depois, Nixon renunciaria após a abertura de um processo de
impeachment no Congresso. Está claro que o establishment do capital financeiro
imperialista prepara a queda de Trump e que o "cavalo de batalha" em
torno do muro é apenas uma saída honrosa para manter a "moral" de sua
franja política reacionária. Porém existe ainda uma chance para Trump obter o
consenso da burguesia ianque e prolongar sua estadia política na Casa Branca,
esta "janela" se chama "Intervenção na Venezuela". Neste
ponto tanto Democratas como Republicanos estão plenamente de acordo em derrubar
o regime nacionalista Chavista pela via de um golpe de Estado ou mesmo uma
intervenção militar estrangeira, caso obtenham as condições para uma empreitada
deste porte, quais sejam o apoio logístico de tropas brasileiras e colombinas.
Por enquanto a Casa Branca aposta suas fichas em uma fissura interna no centro
do regime Chavista, alimentando o marionete Juan Guaidó como uma
"isca" para atrair dissidentes de Maduro. Trump não tem muito tempo
de vida política e sua barganha distracionista em torno do muro está chegando
ao fim, por isso tende a acelerar o ritmo da ofensiva golpista contra a
Venezuela, sua única possibilidade de êxito de se manter como comandante do
monstro imperialista.