“BEM VINDO AO SELETO CLUBE DOS PARTIDOS BURGUESES”: PSOL COMPÕE
ORGANICAMENTE FRENTE PARLAMENTAR DE COLABORAÇÃO DE CLASSES COM PT, PSB E REDE,
APOIANDO TAMBÉM O CANDIDATO DA QUADRILHA CABRAL/PESÃO/PICIANNI A PRESIDÊNCIA
DA ALERJ
O ano de 2019 marca o ingresso formal do PSOL no “seleto
clube” dos partidos que estabelecem todo tipo de alianças políticas para
garantir seu espaço nas apodrecidas instituições do regime político burguês. Depois
de integrar organicamente uma frente de colaboração de classes com o PT, PSB e
Rede na disputa para a Câmara Federal, o PSOL apoiou a candidatura única de André
Ceciliano (PT), reeleito presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj)
com o voto dos 5 deputados psolistas. O petista já era presidente da Alerj
desde 2017, via um mandato-tampão costurado por um acordo com a máfia
parlamentar comandada por Cabral, Pezão e Jorge Picciani. Além dos votos do
MDB, DEM e toda a canalha direitista, ele contou com a chancela do PSC, partido
do governador fascista Wilson Witzel, o mesmo que comemorou o assassinato de
Marielle Franco em comício ao lado dos bandos milicianos do PSL. O apoio
escandaloso do PSOL a Ceciliano demonstra que seu discurso de ser uma
“alternativa de esquerda” aos partidos burgueses tradicionais não passa de uma
farsa. Agora o PSOL ingressou definidamente no seleto clube das legendas
burguesas que sustentam a ordem capitalista, não tendo nenhuma moral para
criticar PT, PCdoB e PDT por suas alianças com os partidos patronais, ao
contrário, levará adiante essa política em torno de uma “nova” frente de
colaboração de classes em todas as futuras disputas eleitorais. Recordemos que
em abril de 2017, o então presidente Jorge Picciani (MDB) se licenciou por
conta dos escândalos de corrução envolvendo a quadrilha do PMDB mas deixou no
lugar seu homem de confiança: Ceciliano. Apadrinhado por Jorge Picciani, o
petista é apontado nos corredores da Casa, ironicamente, como “um petista do
MDB”. Isso porque integrou as bases aliadas dos ex-governadores presos Luiz
Fernando Pezão (MDB) e Sérgio Cabral (MDB). Ele chegou a votar pela
privatização da CEDAE. Nem mesmo a eleição do fascista para o governo do Rio de
Janeiro conseguiu impedir que o petista fosse reconduzido para presidir a
Alerj, ao contrário, Ceciliano aproximou-se de Witzel que costurou um acordo
com sua base aliada para apoiar o petista. O PT inclusive tem membros importantes
compondo o governo fluminense. Witzel e Ceciliano encontraram-se dia antes da
votação no Palácio Laranjeiras e selaram o acordo para a disputa da Presidência
da Assembleia. Além dos dois, havia mais cinco pessoas na negociação: o
vice-governador Cláudio Castro (PSC), os deputados Márcio Pacheco (PSC) e
Rodrigo Amorim (PSL), o secretário de Desenvolvimento Econômico e Geração de
Emprego e Renda, Lucas Tristão e o chefe de gabinete de Witzel, Cleiton
Rodrigues. O PSL com o maior número de integrantes na Casa (12 parlamentares)
aceitou perder o cargo mais importante, a presidência e abocanhou comissões
importantes como a de Comissão e Justiça e Orçamento. Em troca, o petista vai
aprovar a pauta de ataque aos direitos dos trabalhadores como a reforma neoliberal
da previdência dos servidores públicos. Ceciliano garantiu que Witzel não
enfrentará problemas para aprovar seus projetos sinistros. Obviamente os 5
deputados do PSOL sabiam de toda essa negociação podre mas fecharam o voto no
petista em troca de permanecer na presidência da Comissão de Direitos Humanos,
nem sequer lançaram um nome para “marcar posição”. Entre eles encontra-se o
parlamentar Flávio Serafini, este apresenta-se como da “esquerda do PSOL”,
ex-membro da Insurgência e agora da “Subverta”, agrupamento oportunista que tem
a cara-de-pau de se reclamar “das tradições da IV Internacional”. As demais
correntes de esquerda do PSOL, como a CST do vereador Babá, que parasita os
mandados parlamentares da legenda na cidade do Rio de Janeiro e a Resistência
permanecem “caladinhas” diante desse voto escandaloso e da integração do
partido na nova frente de colaboração de classes. Essa conduta reforça a
necessidade de denunciar o PSOL como um partido da ordem, que inclusive tende a
ser ainda mais direitista que o próprio PT na medida que sua militância
pequeno-burguesa sem vínculos operários por trás de suas pautas “identitárias”
trafica alianças até com os partidos burgueses fascistas, os mesmos que
comemoraram o assassinato de Marielle Franco!