segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

“BEM VINDO AO SELETO CLUBE DOS PARTIDOS BURGUESES”: PSOL COMPÕE ORGANICAMENTE FRENTE PARLAMENTAR DE COLABORAÇÃO DE CLASSES COM PT, PSB E REDE, APOIANDO TAMBÉM O CANDIDATO DA QUADRILHA CABRAL/PESÃO/PICIANNI A PRESIDÊNCIA DA ALERJ 


O ano de 2019 marca o ingresso formal do PSOL no “seleto clube” dos partidos que estabelecem todo tipo de alianças políticas para garantir seu espaço nas apodrecidas instituições do regime político burguês. Depois de integrar organicamente uma frente de colaboração de classes com o PT, PSB e Rede na disputa para a Câmara Federal, o PSOL apoiou a candidatura única de André Ceciliano (PT), reeleito presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) com o voto dos 5 deputados psolistas. O petista já era presidente da Alerj desde 2017, via um mandato-tampão costurado por um acordo com a máfia parlamentar comandada por Cabral, Pezão e Jorge Picciani. Além dos votos do MDB, DEM e toda a canalha direitista, ele contou com a chancela do PSC, partido do governador fascista Wilson Witzel, o mesmo que comemorou o assassinato de Marielle Franco em comício ao lado dos bandos milicianos do PSL. O apoio escandaloso do PSOL a Ceciliano demonstra que seu discurso de ser uma “alternativa de esquerda” aos partidos burgueses tradicionais não passa de uma farsa. Agora o PSOL ingressou definidamente no seleto clube das legendas burguesas que sustentam a ordem capitalista, não tendo nenhuma moral para criticar PT, PCdoB e PDT por suas alianças com os partidos patronais, ao contrário, levará adiante essa política em torno de uma “nova” frente de colaboração de classes em todas as futuras disputas eleitorais. Recordemos que em abril de 2017, o então presidente Jorge Picciani (MDB) se licenciou por conta dos escândalos de corrução envolvendo a quadrilha do PMDB mas deixou no lugar seu homem de confiança: Ceciliano. Apadrinhado por Jorge Picciani, o petista é apontado nos corredores da Casa, ironicamente, como “um petista do MDB”. Isso porque integrou as bases aliadas dos ex-governadores presos Luiz Fernando Pezão (MDB) e Sérgio Cabral (MDB). Ele chegou a votar pela privatização da CEDAE. Nem mesmo a eleição do fascista para o governo do Rio de Janeiro conseguiu impedir que o petista fosse reconduzido para presidir a Alerj, ao contrário, Ceciliano aproximou-se de Witzel que costurou um acordo com sua base aliada para apoiar o petista. O PT inclusive tem membros importantes compondo o governo fluminense. Witzel e Ceciliano encontraram-se dia antes da votação no Palácio Laranjeiras e selaram o acordo para a disputa da Presidência da Assembleia. Além dos dois, havia mais cinco pessoas na negociação: o vice-governador Cláudio Castro (PSC), os deputados Márcio Pacheco (PSC) e Rodrigo Amorim (PSL), o secretário de Desenvolvimento Econômico e Geração de Emprego e Renda, Lucas Tristão e o chefe de gabinete de Witzel, Cleiton Rodrigues. O PSL com o maior número de integrantes na Casa (12 parlamentares) aceitou perder o cargo mais importante, a presidência e abocanhou comissões importantes como a de Comissão e Justiça e Orçamento. Em troca, o petista vai aprovar a pauta de ataque aos direitos dos trabalhadores como a reforma neoliberal da previdência dos servidores públicos. Ceciliano garantiu que Witzel não enfrentará problemas para aprovar seus projetos sinistros. Obviamente os 5 deputados do PSOL sabiam de toda essa negociação podre mas fecharam o voto no petista em troca de permanecer na presidência da Comissão de Direitos Humanos, nem sequer lançaram um nome para “marcar posição”. Entre eles encontra-se o parlamentar Flávio Serafini, este apresenta-se como da “esquerda do PSOL”, ex-membro da Insurgência e agora da “Subverta”, agrupamento oportunista que tem a cara-de-pau de se reclamar “das tradições da IV Internacional”. As demais correntes de esquerda do PSOL, como a CST do vereador Babá, que parasita os mandados parlamentares da legenda na cidade do Rio de Janeiro e a Resistência permanecem “caladinhas” diante desse voto escandaloso e da integração do partido na nova frente de colaboração de classes. Essa conduta reforça a necessidade de denunciar o PSOL como um partido da ordem, que inclusive tende a ser ainda mais direitista que o próprio PT na medida que sua militância pequeno-burguesa sem vínculos operários por trás de suas pautas “identitárias” trafica alianças até com os partidos burgueses fascistas, os mesmos que comemoraram o assassinato de Marielle Franco!