quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

E AGORA PSTU?: MORENISTAS NÃO CONVOCAM A OPOSIÇÃO OPERÁRIA AO GOVERNO BURGUÊS E PRÓ-IMPERIALISTA DE LULA&ALCKMIN... VÃO APENAS “DEBATER” O CARÁTER DA GESTÃO PETUCANA

Com o artigo “Governo Lula-Alckmin tomou posse: E agora?” (02/01) a direção nacional do PSTU segue em seus “estudos” distracionistas sobre o caráter da gestão da Frente Ampla burguesa. Apesar de estarmos na vigência do terceiro mandato de Lula, dando sequência ao quarto governo da Frente Popular, os Morenistas que deram um giro em sua linha política desde 2018 (depois de apoiarem o impeachment em 2016 votaram nas candidaturas presidenciais petistas nas duas últimas diputas no 2º turno), não conseguem decidir se fazem oposição a Gestão Petucana ou capitulam integralmente ao LuloPetismo. Na verdade, esses revisionistas do Trotskysmo em crise terminal ao defenderem a linha de suposta “independência” seguem a política do PSOL de apoio (nada)“crítico” a gerência pró-imperialista sob o comando do PT. Apesar de todas as lições abstraídas com a gerência Lulopetista de completa submissão a burguesia e ao imperialismo com sua corrompida política de colaboração de classes com rentistas e grandes empresários, a direção nacional do PSTU nos chama cinicamente depois da posse apenas a “debater” sobre o caráter do governo da Frente Ampla.

Segundo o PSTU “É hora de encarar de frente o debate sobre a serviço de quem está o governo Lula-Alckmin, sobre a natureza de classe do projeto que será implementado, e os desafios colocados à classe trabalhadora, à juventude e aos setores oprimidos”. Essa é a posição dos Morenistas: estudar, debater e... não mobilizar contra o governo Lula&Alckmin para manter seus vínculos políticos e materiais com a Frente Popular (seja no governo ou nos sindicatos). 

Nesse “estudo” os Morenistas nos dizem que “O governo Lula é um governo burguês normal que, embora não fosse o preferido de todos os seus setores, é plenamente aceito pela burguesia e o imperialismo”. Apesar dessa caracterização o PSTU não só apoiou a candidatura Lula no 2º turno como se nega a fazer oposição a sua gestão burguesa. 

Por que será? Trata-se de uma aberta capitulação ao LuloPetismo para não se “isolar” e usufruir das benesses estatais e sindicais distribuídas pela Frente Popular aos que não combatem sua gestão capitalista e pró-imperialista.

A explicação do PSTU para sua posição distracionista é que Lula comanda “um governo diferente de Bolsonaro”. Com essa caraterização os Morenistas tratam de substituir a luta de classes usando o rifado e desmoralizado Bolsonaro como espantalho para justificar seu apoio a Lula, negando-se a dizer que ambas gerências têm um caráter de classe burguês, o critério fundamental de análise para os Marxistas. 

O mais tragicômico em seus estudos é que o PSTU nos diz: “É inadmissível que partidos e organizações socialistas integrem e prestem apoio a Lula-Alckmin. Inclusive, não se posicionar como oposição de esquerda, ou dizer que defende as medidas progressivas do governo, já é uma forma de apoio.” Porém é justamente isso que o PSTU está fazendo ao seguir a política da maioria da direção do PSOL em defesa da suposta “independência”!

Não por acaso o próprio artigo em questão do PSTU reconhece defender a independência e não a oposição operária ao governo Lula&Alckmin ao citar Moreno: “Nos anos 80, houve uma importante polêmica sobre a posição dos revolucionários frente ao governo Miterrand, na França. Um governo bem mais à esquerda do que seria hoje Lula-Alckmin. O que defendia Nahuel Moreno, o principal dirigente da LIT-QI naquele momento? Coerente com a história do trotskismo, defendeu que não se prestasse qualquer tipo de apoio ao governo e lutou pela completa INDEPENDÊNCIA política dos revolucionários frente a esse governo, mesmo contra todas as ilusões da classe trabalhadora”. (grifo nosso)

Por fim, o PSTU declara formalmente “Lutar com independência do governo, construir uma oposição de esquerda e fortalecer uma alternativa socialista”. Note-se que o PSTU não chama a combater o governo Lula&Alckmin, não convoca a oposição operária e popular a Gestão Petucana, limita-se a defender a independência do governo e a futuramente construir uma oposição de esquerda dentro dos marcos institucionais do regime político burguês, obviamente a medida que houver desgaste da gestão petista, dando um gêneroso “fôlego” (via um pacto social) ao não convocar lutas que enfrentem o governo e, muito menos, agitando amplamente desde já a tarefa de construir imediatamente a oposição ao atual governo burguês da Frente Ampla.

O PSTU segue como papagaio a política do PSOL e, desta forma, ambos rejeitam cabalmente fazer nas ruas e no parlamento a oposição operária e popular ao governo Lula&Alckmin. Ao invés disso, os Morenistas a posição do PSTU vai acabar levando-os a parar de criticar Lula e passar a condição de conselheiros domesticados do governo petista, inclusive findando sua própria existência como uma legenda partidária formalmente independente da Frente Popular.

Em breve veremos (de novo!) todo um setor oriundo do cambaleante PSTU se incorporar como corrente interna do PSOL, como já apontam cartas de ruptura de militantes que acabaram de deixar a legenda. Pelo visto os Morenistas “aos poucos” estão aprendendo a lição deixada por Valério Arcary (Resistência) que virou um corrompido funcionário a serviço do PT dentro do PSOL. 

Por isso concluímos, perguntando: E agora PSTU?