LULA AFIRMA QUE OCUPAÇÃO DO CONGRESSO “NÃO TEM PRECEDENTE HISTÓRICO”: SERÁ QUE ESQUECEU A CORAJOSA AÇÃO DO MLST EM 2006?
Em um pronunciamento oficial na cidade de Araraquara, em que decretou a intervenção parcial do seu governo no Distrito Federal, apenas na área da Secretaria de Segurança, o presidente Lula afirmou que o movimento que ocupou o Congresso Nacional e também a sede do STF, tinha inspiração “stalinista e fascista”, além de dizer que a ação não tinha nenhum paralelo na história do Brasil. Como um exemplar político burguês, Lula conclamou novamente a defesa das “instituições e da ordem”, entretanto mentiu descaradamente sobre a própria história recente do país. No ano de 2006, em plena vigência do governo petista da Frente Popular, o Movimento de Libertação dos Sem Terra(MLST) protagonizou uma corajosa manifestação política que resultou na ocupação da Câmara dos Deputados, presidida na época por Aldo Rabelo(ex-PCdoB). O MLST, liderado pelo dirigente histórico da esquerda, Bruno Maranhão, ocupou o parlamento para reivindicar a realização da reforma agrária, bandeira abandonada completamente pelo Lulopetismo em favor do agronegócio. Naquela ocasião o conjunto da esquerda reformista domesticada pelo capital, acusou o MLST de “vandalismo e desrespeito com as instituições”, exigindo do governo Lula uma violenta repressão ao movimento dos trabalhadores rurais, que teve dezenas de militantes presos após o ato no Congresso Nacional. Agora sob a justificativa esfarrapada de uma ameaça “golpista”, que seria operada pelo ativismo da direita bolsonarista, a esquerda reformista presta solidariedade irrestrita justamente as instituições golpistas, como o autocrático STF e a quadrilha do Congresso Nacional. A grande lição programática que a vanguarda classista dos trabalhadores deve abstrair do dia de hoje é que a ação direta das massas deve ser o centro da luta de classes para demolir o Estado capitalista e suas instituições apodrecidas, porém desgraçadamente hoje é a extrema direita que detém esse protagonismo.
