quarta-feira, 28 de agosto de 2024

É PRECISO ROMPER COM A PARALISIA E ENROLAÇÃO DOS PELEGOS DA CONTRAF-CUT: PREPARAR A GREVE NACIONAL DOS BANCÁRIOS PARA DERROTAR A INTRANSIGÊNCIA DOS BANQUEIROS E DO GOVERNO LULA! 

A campanha salarial dos bancários, cuja data-base é setembro, continua na enrolação das negociações faz-de-conta entre a Contraf-CUT e a Fenaban. Depois de 10 rodadas de negociação, os banqueiros apresentaram dia 27/08 um reajuste de 100% do INPC mas somente para janeiro de 2025. Isso é uma verdadeira provocação à categoria que contrasta com a lucratividade recorde dos bancos que lucraram só em 2023 145bilhões e, em 2024 (1º semestre), o lucro dos cinco maiores bancos já atingiu a marca de R$ 60 bilhões. Apesar de lucros milionários recordes, os banqueiros e o governo Lula/Alckmin promoveram demissões em massa, fechamento de agências, PDV’s, arrocho salarial, aumento das tarifas, privatizações, assédio moral institucionalizado etc.

Por sua vez, os pelegos Contraf-CUT/CTB entregaram uma pauta rebaixadíssima e, ainda, arrastaram as negociacões até as portas da data-base, fazendo um grande teatro nas redes sociais, com tuitaços inúteis, mas sem organizar a mobilização real com assembleias presenciais, reuniões com delegados sindicais, paralisações, greve nacional, unificação com outras categorias em luta como a dos Correios e do INSS, ação direta... Não é a toa que estão orientando assembleias só para próxima semana com o intuito de sabotar a possibilidade de greve e chantagear a categoria para aceitar qualquer esmola a mais dos banqueiros até lá.

Frente à ofensiva patronal, não defendem uma política de enfrentamento com um plano de lutas unificado por reposição de perdas inflacionárias reais, estabilidade, isonomia salarial, estatização sob controle dos trabalhadores, mas simplesmente uma surrada política de abonos/PLR e índices irrisórios, com métodos burocráticos empregados para atomizar a luta como a divisão da categoria em assembleias virtuais por banco para aprovar qualquer migalha e apresentá-la como uma grande vitória.

Esta é uma política de colaboração de classes que desarma politicamente os trabalhadores e promove a ideia de que os ataques podem ser evitados com simples diplomacia política ou aconselhamento moral ou simplesmente pedindo respeito aos banqueiros, preferindo abandonar a ação direta nas ruas com os métodos históricos da luta de classes. Afinal, em ano eleitoral precisam encurtar a campanha salarial e se meterem com seus candidatos nos palanques eleitorais.

A camarilha burocrática da Contraf-CUT/CTB, verdadeiros ministros sindicais do governo Lula/Alckmin, está aliada aos banqueiros não só no conluio de sabotar a campanha salarial como também estão unidos na defesa do “Estado de direito sempre” que é a defesa do Estado burguês e sua “democracia”, uma das máscaras que a ditadura do capital financeiro assume para melhor explorar e esmagar a classe trabalhadora. Enfim, sacrificam a mobilização independe dos trabalhadores para defenderem juntos (capital e trabalho) a democracia dos ricos e a estabilidade do regime político e de suas podres instituições.

É necessário, portanto, superar a dispersão das lutas, unificando-as e centralizando-as rumo a construção de um amplo movimento, capaz de derrotar a política de arrocho e privatizações do governo dos banqueiros. Os bancários querem a unidade para a luta, não para realizar um jogo de faz-de-conta com os banqueiros, paralisar a mobilização, servindo aos interesses dos patrões e do governo Lula que os pelegos representam.

Por isso, nós ativistas independentes e militantes do MOB(Oposição Bancária) remamos contra a maré dessa política criminosa das camarilhas sindicais governistas. Já passa da hora de preparar pela base uma greve nacional da categoria bancária contra a intransigência da Fenaban e do governo federal que se esconde atrás da chamada "mesa única de negociação". Greve já!