terça-feira, 11 de abril de 2023

CEM DIAS DA DEMAGOGIA DE UM GOVERNO BURGUÊS INIMIGO VISCERAL DA CLASSE OPERÁRIA: FRENTE AMPLA LULA&ALCKMIN UMA GERÊNCIA À SERVIÇO DA GOVERNANÇA GLOBAL DO CAPITAL FINANCEIRO 


O governo da Frente Ampla burguesa, Lula&Alckmin, encabeçado pela aliança entre a esquerda burguesa, reformistas e contando com o apoio e participação orgânica da direita capitalista é um governo pró-imperialista à serviço da especulação financeira do rentismo internacional. Assim como foram os governos anteriores do PT e sua Frente Popular de colaboração de classes, mas agora com uma característica ainda mais neoliberal e com um “programa” ainda mais subordinado as diretrizes ideológicas e econômicas do imperialismo ianque. Não só Lula&Alckmin se comprometem a não mexer nos ganhos financeiros da ofensiva imperialista dos últimos anos, como também têm se comprometido com sua continuidade. Esse caráter fundamental de classe do governo, e que Lula e seus aliados tentam esconder com arroubos demagógicos identitários do presidente, discursos agradáveis para o consórcio da mídia corporativa e medidas ilusórias, enrolações e migalhas para o povo trabalhador. É portanto de extrema importância para a luta das massas proletárias quebrar essas ilusões políticas com a Frente Ampla burguesa e afirmar com todas as letras: Esse governo é um governo inimigo de classe!

Os compromissos de classe do governo da Frente Ampla ficam evidentes em sua política econômica ultraneoliberal, que na realidade, pouco se diferencia da essência capitalista das gerências de Bolsonaro e Temer. Recentemente foi apresentado pelo novo pupilo dos banqueiros, Fernando Haddad o “novo arcabouço fiscal”, que não passa de um recauchutado teto de gastos estatais, no lugar do limite constitucional aprovado no governo golpista de Michel Temer. É um novo “compromisso” com o rentismo internacional, um freio para os gastos “públicos” que visa garantir ao mercado financeiro que o governo irá cumprir o superávit fiscal para o pagamento de juros e amortizações da dívida pública com seus credores, principalmente bancos nacionais e especuladores imperialistas ou seja, a Governança do Capital Financeiro.

Se em seus discursos demagógicos Lula recrimina bancos e o mercado, na prática se submete servilmente a seus interesses fundamentais. Por isso, o tal “Deus mercado” reagiu positivamente ao anúncio do novo “arcabouço”, com alta das bolsas e queda do dólar. O novo teto coloca um limite no crescimento das despesas do governo a até 70% do crescimento da arrecadação do ano anterior. Por exemplo, se a arrecadação aumenta 2%, o aumento das despesas poderá ser de até 1,4% (ou seja, 70% de 2%), além da inflação. Mas esse aumento das despesas também terá um piso e um limite máximo, entre 0,6% e 2,5%.

Entretanto o fundamento pétreo da Frente Ampla é garantir o pagamento da ilegítima dívida interna e externa, instrumento de dominação da Governança Global sobre os países periféricos. Vale lembrar que além dos governos da Frente Popular anteriores terem pago religiosamente os juros e amortizações da dívida pública, Dilma vetou em 2016 uma Auditoria da Dívida que chegou a ser aprovada pelo próprio Congresso Nacional no ano anterior. O pagamento de juros e amortização da dívida pública consumiu 46,30% do orçamento federal executado em 2022, ou seja R$ 1,879 trilhão. Além disso, o Brasil tem cerca de US$ 300 bilhões de reservas internacionais aplicadas em títulos da dívida norte-americana, só que estes títulos rendem juros abaixo da inflação brasileira, ou seja, o governo tupiniquim financia o déficit do imperialismo norte-americano!

Outro símbolo do caráter de classe do governo da Frente Ampla é a sua recusa em revogar o Novo Ensino Médio (NEM). É uma demonstração evidente de seus compromissos históricos com as corporações capitalistas do ensino privado. A suspensão do cronograma de implementação do NEM, anunciada pelo ministro da Educação, Camilo Santana, mostra que o governo está sentindo a pressão da mobilização. Mas a suspensão por 90 dias, enquanto se realiza a Consulta Pública, não significa um recuo efetivo. Fato é que tanto Lula quanto o oligarca Camilo Santana se pronunciaram diversas vezes contra a revogação, defendendo apenas “ajustes” no novo modelo. Apesar da Reforma do Ensino Médio ter sido elaborada ainda na gerência Dilma e aprovada por Temer, sendo implementada por Bolsonaro, não podemos omitir que o embrião do reacionário projeto foi formulado durante o governo petista, assim como, a Reforma Trabalhista e a Reforma da Previdência aprovadas nos governos Temer e Bolsonaro.

O avanço da crise capitalista mundial, reduz drasticamente a margem de manobra de qualquer gerência estatal burguesa no país. O governo da Frente Ampla está comprometido em estabilizar, com sua política de colaboração de classes, o regime de subordinação nacional a Governança Global do Capital Financeiro. Porém a dupla Lula&Alckmin só pode provocar a brutal queda das condições de vida das massas proletárias, que não se alimentam de demagogia identitária. Os Marxistas Leninistas devem estabelecer claramente sua oposição operária e revolucionária a farsa política do Lulopetismo, denunciando neste processo de inserção junto aos trabalhadores a corrupção material e ideológica da esquerda reformista, e avançando pacientemente na construção de uma alternativa de poder proletário!