RESERVAS DE US$3,1 TRILHÕES NOS EUA: COM TANTO DINHEIRO
DEPOSITADO NO FED SERÁ MESMO QUE O GOVERNO CHINÊS QUER ACABAR COM O DÓLAR?
O uso do padrão dólar como divisa cambial em todo o mundo
remonta ao fim Segunda Guerra Mundial, onde o imperialismo ianque emergiu como
o grande vencedor militar e político contra o imperialismo alemão e japonês. A
moeda dos EUA foi então adotada como base para as transações internacionais,
comerciais e financeiras substituindo o padrão ouro, vigente até o momento. O
yuan está longe de ser o padrão de uma nova divisa internacional, embora a
China seja hoje o maior exportador global. Os chineses têm reservas enormes,
cerca de 3,1 trilhões de dólares, mas a grande parte desse montante em títulos
do governo norte-americano, depositados com rendimentos financeiros no Banco
Central norte-americano, o “temível” FED, que “regula” a economia da do
planeta. É verdade que a China está querendo aumentar o grau de
internacionalização da sua moeda, porém sua economia nacional restaurada ao
modo de produção capitalista foi impulsionada gigantescamente pelos capitais
financeiros ianques, assim também como ocorreu em Taiwan na menor escala. Por
essa razão o governo restauracionista do PCC, apesar de suas “bravatas” contra
o dólar, é mais um refém da Governança Global do Capital Financeiro.
Vale “lembrar” aos entusiastas do advento ficcional de uma “Nova Ordem Multipolar” que a moeda norte-americana ganhou essa posição hegemônica global após a vitória do imperialismo ianque na Segunda Guerra, quando derrotou militarmente os imperialismos alemão e japonês. Assim foi criado o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial com um sistema cambial em que todas as outras moedas nacionais foram fixadas em relação ao dólar, inclusive o então rublo soviético. Temos que registrar aos “esquecidos” da esquerda reformista que os Estados Unidos terminaram a II Guerra arrasando uma Europa totalmente “depauperada” econômica e politicamente. O triunfo militar ianque, e a vergonhosa capitulação stalinista na Europa Ocidental, fez com que o mundo financeiro saísse do padrão-ouro para um padrão dólar, tornando-se o FED o banco central do planeta. Até mesmo a garantia que a moeda norte-americana fosse lastreada em ouro, acabou 1971, demonstrando ao mundo a “supremacia” financeira do imperialismo ianque sobre seus possíveis concorrentes, Europa e Ásia, que nunca o ameaçaram pelo simples fato de terem suas economias reconstruídas no pós guerra com os maciços investimentos de capitais dos rentistas de Wall Street e afins.
É neste momento histórico que surge uma Governança Global, não apenas para tratar de influir no rumo das bolsas de valores, mercado de títulos e no câmbio, como pensam os ingênuos e os idiotas úteis, mas para instaurar uma Nova Ordem Mundial que tivesse o controle dos Estados nacionais onde circulavam seus capitais financeiros. Essa “shadow” Governança Global do Capital Financeiro, que está muito acima dos respectivos governos de turno dos países, na verdade meras gerências estatais, mostrou toda sua potência política e econômica na recente pandemia do coronavírus, onde transitando por seus interesses de manutenção do modo de produção capitalista, ameaçado por suas próprias contradições internas, controlou todos os governos burgueses, inclusive o chinês, como se fossem seus marionetes à serviço da super capitalização das corporações transnacionais(Big Pharma, Big Tech e principalmente Big Rentismo), que conseguiram assim evitar um desastroso crash financeiro internacional no início de 2020.
Como o governo “comunista” chinês(que de comunista mesmo só o símbolo da bandeira e mais nada!)não está disposto a derrotar militar, política e economicamente o imperialismo ianque, para impor o yuan como padrão cambial no mundo, mas apenas almeja por uma “multipolaridade” mais equalizada no mercado global, o dólar seguirá seu curso de hegemonia global, mesmo que agônico, pois só poderá ser enterrado definitivamente com a vitória da revolução socialista no planeta. E essa perspectiva Marxista revolucionária passa bem longe da cabeça dos burocratas restauracionistas do Partido Comunista Chinês, estafetas da Governança Global do Capital Financeiro, a quem devem seu “prodigioso” crescimento econômico dos últimos 30 anos.