CEM DIAS DA DEMAGOGIA DE UM GOVERNO BURGUÊS INIMIGO VISCERAL
DA CLASSE OPERÁRIA: FRENTE AMPLA LULA&ALCKMIN UMA GERÊNCIA À SERVIÇO DA
GOVERNANÇA GLOBAL DO CAPITAL FINANCEIRO
O governo da Frente Ampla burguesa, Lula&Alckmin, encabeçado pela aliança entre a esquerda burguesa, reformistas e contando com o apoio e participação orgânica da direita capitalista é um governo pró-imperialista à serviço da especulação financeira do rentismo internacional. Assim como foram os governos anteriores do PT e sua Frente Popular de colaboração de classes, mas agora com uma característica ainda mais neoliberal e com um “programa” ainda mais subordinado as diretrizes ideológicas e econômicas do imperialismo ianque. Não só Lula&Alckmin se comprometem a não mexer nos ganhos financeiros da ofensiva imperialista dos últimos anos, como também têm se comprometido com sua continuidade. Esse caráter fundamental de classe do governo, e que Lula e seus aliados tentam esconder com arroubos demagógicos identitários do presidente, discursos agradáveis para o consórcio da mídia corporativa e medidas ilusórias, enrolações e migalhas para o povo trabalhador. É portanto de extrema importância para a luta das massas proletárias quebrar essas ilusões políticas com a Frente Ampla burguesa e afirmar com todas as letras: Esse governo é um governo inimigo de classe!
Os compromissos de classe do governo da Frente Ampla ficam
evidentes em sua política econômica ultraneoliberal, que na realidade, pouco se
diferencia da essência capitalista das gerências de Bolsonaro e Temer.
Recentemente foi apresentado pelo novo pupilo dos banqueiros, Fernando Haddad o
“novo arcabouço fiscal”, que não passa de um recauchutado teto de gastos estatais,
no lugar do limite constitucional aprovado no governo golpista de Michel Temer.
É um novo “compromisso” com o rentismo internacional, um freio para os gastos
“públicos” que visa garantir ao mercado financeiro que o governo irá cumprir o
superávit fiscal para o pagamento de juros e amortizações da dívida pública com
seus credores, principalmente bancos nacionais e especuladores imperialistas ou
seja, a Governança do Capital Financeiro.
Se em seus discursos demagógicos Lula recrimina bancos e o
mercado, na prática se submete servilmente a seus interesses fundamentais. Por
isso, o tal “Deus mercado” reagiu positivamente ao anúncio do novo “arcabouço”,
com alta das bolsas e queda do dólar. O novo teto coloca um limite no
crescimento das despesas do governo a até 70% do crescimento da arrecadação do
ano anterior. Por exemplo, se a arrecadação aumenta 2%, o aumento das despesas
poderá ser de até 1,4% (ou seja, 70% de 2%), além da inflação. Mas esse aumento
das despesas também terá um piso e um limite máximo, entre 0,6% e 2,5%.
Entretanto o fundamento pétreo da Frente Ampla é garantir o
pagamento da ilegítima dívida interna e externa, instrumento de dominação da
Governança Global sobre os países periféricos. Vale lembrar que além dos
governos da Frente Popular anteriores terem pago religiosamente os juros e
amortizações da dívida pública, Dilma vetou em 2016 uma Auditoria da Dívida que
chegou a ser aprovada pelo próprio Congresso Nacional no ano anterior. O
pagamento de juros e amortização da dívida pública consumiu 46,30% do orçamento
federal executado em 2022, ou seja R$ 1,879 trilhão. Além disso, o Brasil tem
cerca de US$ 300 bilhões de reservas internacionais aplicadas em títulos da
dívida norte-americana, só que estes títulos rendem juros abaixo da inflação
brasileira, ou seja, o governo tupiniquim financia o déficit do imperialismo
norte-americano!
Outro símbolo do caráter de classe do governo da Frente
Ampla é a sua recusa em revogar o Novo Ensino Médio (NEM). É uma demonstração
evidente de seus compromissos históricos com as corporações capitalistas do
ensino privado. A suspensão do cronograma de implementação do NEM, anunciada
pelo ministro da Educação, Camilo Santana, mostra que o governo está sentindo a
pressão da mobilização. Mas a suspensão por 90 dias, enquanto se realiza a
Consulta Pública, não significa um recuo efetivo. Fato é que tanto Lula quanto
o oligarca Camilo Santana se pronunciaram diversas vezes contra a revogação,
defendendo apenas “ajustes” no novo modelo. Apesar da Reforma do Ensino Médio
ter sido elaborada ainda na gerência Dilma e aprovada por Temer, sendo
implementada por Bolsonaro, não podemos omitir que o embrião do reacionário
projeto foi formulado durante o governo petista, assim como, a Reforma
Trabalhista e a Reforma da Previdência aprovadas nos governos Temer e
Bolsonaro.
O avanço da crise capitalista mundial, reduz drasticamente a
margem de manobra de qualquer gerência estatal burguesa no país. O governo da
Frente Ampla está comprometido em estabilizar, com sua política de colaboração
de classes, o regime de subordinação nacional a Governança Global do Capital
Financeiro. Porém a dupla Lula&Alckmin só pode provocar a brutal queda das
condições de vida das massas proletárias, que não se alimentam de demagogia
identitária. Os Marxistas Leninistas devem estabelecer claramente sua oposição
operária e revolucionária a farsa política do Lulopetismo, denunciando neste
processo de inserção junto aos trabalhadores a corrupção material e ideológica
da esquerda reformista, e avançando pacientemente na construção de uma
alternativa de poder proletário!