05 DE JUNHO DE 1967 - COMEÇA A “GUERRA DOS SEIS DIAS”, ISRAEL OCUPA A CISJORDÂNIA, FAIXA DE GAZA E COLINAS DE GOLÃ: PALESTINA E SÍRIA
CONTINUAM SENDO ATACADAS PELOS MAIORES INIMIGOS DO
POVOS ÁRABES, TRUMP E NETANYAHU
Nesse 05 de Junho completa-se 52 anos da “Guerra dos Seis
Dias”. Ficou assim conhecida porque em 1967 o sionismo impôs aos regimes
nacionalistas árabes uma humilhante derrota, “anexando” de uma única tacada os
territórios do Sinai, Gaza, Golã e Cisjordânia tomados à força do Egito, Síria
e Jordânia. Israel assegurou a vitória quase no primeiro dia da guerra ao
destruir em poucas horas quase todos os aviões de combate egípcios. Às 07h24
hora local, um flash de Tel Aviv anuncia que naquela manhã os egípcios atacaram
Israel pelo sul com tanques e aviões. Minutos mais tarde, um comunicado oficial
israelense fala de violentos combates e que as forças israelenses teriam
contra-atacado. As sirenes soam em Tel Aviv e é lançado o alerta em outras
cidades do país. Atualmente, a maioria dos historiadores consideram que na
realidade a aviação israelense iniciou os combates ao bombardear as bases
aéreas egípcias. Às 08:12h, a rádio do Cairo interrompe sua programação para
anunciar: “as forças israelenses iniciaram essa manhã uma agressão contra nós.
Realizaram bombardeios aéreos no Cairo e nossos aviões enfrentaram os aviões
inimigos”. Começam a se ouvir explosões no Cairo, onde também soam as sirenes.
Israel mobiliza seus reservistas e requisita veículos, enquanto os blindados
israelenses avançam para o sul e rompem as linhas egípcias até o Sinai. No
Cairo, os aeroportos civis fecham e é declarado estado de emergência em todo o
território egípcio. Na Síria, que mobiliza a defesa civil, a Rádio Damasco
interrompe bruscamente sua programação para anunciar que Israel atacou o Egito.
Pouco depois das 10h00, a Síria anuncia que sua aviação começou a bombardear as
posições israelenses. Ao mesmo tempo, a Jordânia impõe a lei marcial, coloca
suas Forças Armadas sob comando egípcio e declara guerra a Israel à tarde.
Kuwait, Sudão e Iraque entram na guerra, seguidos por Argélia e Iêmen, e
finalmente pela Arábia Saudita. Em Jerusalém começam os combates nas ruas entre
os bairros jordanianos e israelenses. Logo as hostilidades se estendem para as
fronteiras de Israel com a Jordânia e Síria. Na frente jordaniana-israelense
começam fortes combates já nas primeiras horas. A aviação síria realiza vários
bombardeios em Israel, especialmente contra Haifa, enquanto a aviação
israelense ataca várias vezes o aeroporto de Damasco. Tanto no Egito quanto em
Israel, ninguém duvida da vitória. Nos países árabes, onde a maioria dos
comunicados são vitoriosos, reina o entusiasmo. Ao tomar o controle da
localidade de Khan Yunis, na zona de Gaza, as tropas israelenses neutralizam de
uma vez todas as forças egípcias e palestinas nessa área. Israel garante dessa
forma a segurança do flanco ocidental de suas tropas, que mais ao sul enfrentam
a grande parte o exército egípcio. À noite, o primeiro-ministro israelense Levi
Eshkol declara em um discurso no Parlamento que todos os combates se
desenvolveram no território egípcio e no Sinai. Afirma que Israel provocou
severas baixas na aviação egípcia, síria e jordaniana. O desfecho da “Guerra
dos Seis Dias” aconteceu no ar nesse primeiro dia. À meia-noite, Tel Aviv
anuncia ter neutralizado a aviação egípcia. Cerca de 400 aviões, entre eles 300
egípcios e 50 sírios, foram destruídos no primeiro dia. Após a derrota dos
países árabes em 67, ganha corpo a organização militar palestina "Al Fatah",
a Vitória, surgida no final de 59, sob a direção de Yasser Arafat e Abu Lyad
que proclamava abertamente a necessidade da destruição de Israel. É a "Al
Fatah" que vai dirigir a resistência à ocupação militar de Israel na faixa
de Gaza. Durante três anos, o exército sionista não consegue sufocar a rebelião
popular instalada na região. Logo depois, em 1968, na cidade jordaniana de
Karameh, os fedayin, ou seja, os guerrilheiros palestinos orientados pela
"Al Fatah", conseguem derrotar o exército sionista, criando pela
primeira vez o símbolo da resistência palestina vitoriosa. No ano seguinte,
Arafat assume a direção da OLP, que adota em sua carta de constituição: "a
destruição do enclave do imperialismo como condição preliminar para a unidade
dos povos árabes". A partir daí, estrutura-se como um verdadeiro Estado
Palestino sem território, criando instituições como o Conselho Nacional
Palestino, um verdadeiro parlamento com representação das suas diversas facções
sociais e políticas. A essência de todos os conflitos militares travados na
região reside na própria arena da luta de classes internacional, sendo a
existência de Israel, um enclave militar artificialmente implantado no coração
do Oriente, fundamental na repressão dos interesses do imperialismo mundial em
uma região estratégica, pelas reservas petrolíferas, para o funcionamento da
economia capitalista no planeta. É uma tarefa do conjunto do proletariado de
todo mundo, inclusive o judeu, a destruição deste gerdame imperialista, no
sentido de impulsionar enormemente a luta dos povos contra a exploração
capitalista. A "devolução" de algumas cidades nos territórios
ocupados pelo exército israelense para as mãos da OLP, a converteu
definitivamente em agência policial sionista do seu próprio povo. Já são freqüentes
os enfrentamentos entre a OLP e os ativistas da intifada, resultando no
encarceramento de várias lideranças do Hamas e Jirad. A completa falência
política da estratégia pequeno-burguesa da OLP evidencia enormemente a
necessidade da construção imediata de um partido operário revolucionário no
seio das massas palestinas, cuja primeira tarefa passa por uma profunda
delimitação programática com todas as variantes nacionalistas,
pequeno-burguesas e teocráticas. O
fracasso completo do chamado pan-arabismo claudicante em relação a Israel,
revelou a impossibilidade em selar a unidade dos povos orientais sob a batuta
do nacionalismo e do capitalismo tardio, dependente do imperialismo mundial. O
máximo aonde as burguesias árabes chegaram foi na formação de um cartel petrolífero,
a OPEP, preocupada em cuidar de seus próprios interesses às costas das
necessidades mais elementares das massas exploradas. A verdadeira unidade de
todos os povos milenares que habitam esta região, só será possível no marco de
uma Federação Soviética das Repúblicas Socialistas Árabes. Cabe ao partido
mundial da revolução proletária, a IV Internacional, conduzir essa tarefa até a
vitória final.