EUA INCREMENTAM PROVOCAÇÕES CONTRA IRÃ: OS MARXISTAS
LENINISTAS COM INDEPENDÊNCIA POLÍTICA SE COLOCAM NA TRINCHEIRA DE LUTA DO
REGIME DOS AIATOLÁS CONTRA O IMPERIALISMO IANQUE!
O imperialismo ianque está conscientemente agravando a
situação no golfo Pérsico com Washington tentando piorar ao máximo a situação
rumo a uma futura agressão militar de grande envergadura no Oriente Médio. Na
segunda-feira (17), o Departamento de Defesa dos EUA anunciou o preparo para
envio de forças adicionais ao Oriente Médio em resposta à “ameaça do
Irã”, que segundo a Casa Branca foi responsável pelos ataques a petroleiros no
golfo de Omã. “Os recentes ataques iranianos comprovam as informações
confiáveis e credíveis que recebemos sobre o comportamento hostil das forças
iranianas e de grupos associados que ameaçam funcionários norte-americanos e
interesses na região", disse o secretário interino de Defesa dos EUA,
Patrick Shanahan, declarando que mais 1.000 soldados serão enviados para o
Oriente Médio. Por sua vez, a Guarda Revolucionária do Irã disse nesta
quinta-feira (20) que derrubou um drone Northrop Grumman RQ-4 Global Hawk dos
EUA que teria invadido seu espaço aéreo na província de Hormozgán, perto do
Estreito de Ormuz. O Estreito de Ormuz é uma via de importância estratégica e
rota de mais de um terço do tráfego marítimo de petróleo. O derrubada do drone
ocorre durante uma escalada na tensão entre Estados Unidos e Irã. Washington
acusa Teerã de atacar dois navios petroleiros nas proximidades do Estreito de
Ormuz. Cerca de um quinto do petróleo mundial precisa passar pelo Estreito de
Ormuz. O Irã nega as acusações. O regime de Teerã denunciou uma conspiração
ianque para criar insegurança na estratégia região do estreito de Ormuz, onde
navega grande parte dos petroleiros mundiais. Em resposta às provocações de
Trump, o regime dos Aiatolás anunciou anteriormente a suspensão de parte de
seus compromissos estabelecidos no acordo nuclear celebrado entre o Irã e o
ex-presidente Obama em 2015, que previam o “congelamento” de um ousado programa
militar de Teerã. As ameaças militares da Casa Branca contra o Irã acontecem
logo a brutal escalada da máquina de guerra sionista contra a Síria no começo
de mês, quando houveram bombardeios de Israel contra o sul de Damasco e na
província de Al Quneitra, na fronteira com as Colinas de Golã. Não custa
lembrar que o enclave de Israel é o principal inimigo do regime dos aiatolás na
região, em função do apoio militar e político que Teerã tem dado ao Hamas e ao
Hezbolah. Os Marxistas Leninistas não têm a menor dúvida de que lado se postar
caso se deflagre um conflito militar entre a nação oprimida do Irã e o
imperialismo ianque. Estaremos incondicionalmente ao lado do regime dos
Aiatolás contra a Casa Branca, apesar do caráter burguês e obscurantista do
governo iraniano. Assim como na Venezuela e a Síria, os Bolcheviques
estabeleceram uma frente única de ação com o nacionalismo burguês para derrotar
o principal inimigo dos povos, o imperialismo! As sanções e o rompimento do
acordo nuclear com o Irã são uma condição básica para avanço dessa da ofensiva
bélica imperialista. Não esqueçamos que o objetivo central do Pentágono
continua a ser desestabilizar a Síria para neutralizar o regime da oligarquia
Assad, debilitar o Hezbollah e seguir sem maiores obstáculos em seu plano de
atacar Irã. Sempre declaramos que os revolucionários não são partidários do
Regime dos Aitolás no Irã, embora reconheçamos os avanços anti-imperialistas
conquistados pelas massas em 1979. Sempre alertamos que a burguesia iraniana,
diante de seu isolamento internacional e das sanções impostas pela ONU, estava
buscando um acordo estratégico com o imperialismo ianque e europeu. Agora essa
etapa se rompe. O imperialismo ianque e Israel exigem a rendição completa do
Irã, perspectiva que sofre grande resistência interna, particularmente pelas
massas iranianas que viram a barbárie imposta à Líbia e a destruição em curso
na Síria. Frente a esta situação, defendemos integralmente o direito deste país
oprimido a possuir todo arsenal militar atômico ao seu alcance. É absolutamente
sórdido e cretino que o imperialismo ianque e seus satélites pretendam proibir
o acesso à tecnologia atômica aos países que não se alinham com a Casa Branca,
quando esta arma “até os dentes” Estados gendarmes como Israel com farta
munição atômica. Como Marxistas Revolucionários não dissimulamos em um só
momento o caráter burguês e obscurantista do regime nacionalista do Irã. Mas
estes fatos em nada mudam a posição comunista diante de uma possível agressão
imperialista contra uma nação oprimida. Não nos omitiremos de estabelecer uma
unidade de ação com o Regime dos Aiatolás, diante de uma agressão imperialista.
Por esta mesma razão, chamamos o proletariado persa a construir uma alternativa
revolucionária dos trabalhadores que possa combater consequentemente o
imperialismo e derrotar todas as alas do regime, denunciando desde já o papel
servil do governo Rohani.
É bom lembrar que os Marxistas já estabeleceram uma frente única com os aiatolás na derrubada do Xá Reza Pahlevi e seu regime pró-imperialista, apesar de conhecermos o caráter de classe da direção religiosa muçulmana. A perspectiva de agressão, mesmo com todas as concessões feitas pelo regime dos Aiatolás e o governo Rohani, embutem uma vingança contra a humilhação sofrida pelos EUA na desastrosa tentativa de intervenção militar no Irã, ainda sob o governo democrata de Jimmy Carter. Não temos nenhuma dúvida que o império pretende somar para suas empresas transnacionais as reservas de petróleo do Irã às da Líbia e do Iraque para, desta forma, deter a hegemonia absoluta do controle energético do planeta. Somente idiotas úteis à Casa Branca podem ignorar estes fatos e declarar “solidariedade” às ações militares da OTAN contra os “bárbaros ditadores” que se recusam a aceitar a “democracia made in USA”. Os Marxistas Revolucionários defendem integralmente o direito do Irã a possuir todo arsenal militar atômico ao seu alcance para se defender do imperialismo e do sionismo. Porém, compreendem que a tarefa de defender o Irã inclusive contra sua burguesia nativa está, antes de tudo, nas mãos do proletariado mundial e das massas árabes. Somente elas podem lutar consequentemente pela derrota do imperialismo em todo o Oriente Médio, abrindo caminho para sepultar a exploração capitalista interna que condena a miséria os explorados da região.