terça-feira, 18 de junho de 2019

DITADURA GOLPISTA TORTUROU E MATOU POR ENVENENAMENTO MOHAMED MORSI, EX-PRESIDENTE ELEITO DO EGITO PELA IRMANDADE MUÇULMANA: MAIS UMA VÍTIMA DA “PRIMAVERA ÁRABE” FESTEJADA PELO IMPERIALISMO E OS REVISIONISTAS DO TROTSKISMO!



Morreu nesta segunda-feira, 17 de junho, mais uma vítima da “Primavera Árabe” orquestrada pela Casa Branca e o Pentágono, o ex-presidente eleito do Egito em 2012, Mohamed Morsi, dirigente da Irmandade Muçulmana (IM). Depois de Kadaffi ter sido assassinado pelas tropas da OTAN na Líbia, agora foi a vez de Morsi, envenenado pela ditadura militar assassina golpista. Ele desmaiou após uma sessão de um tribunal e morreu em seguida. Morsi estava preso desde julho de 2013, depôs perante o tribunal que o acusava de atos terroristas antes de desmaiar e morrer. “Ele falou diante do juiz por 20 minutos, então, se agitou e desmaiou” noticiou a imprensa. Desde sua destituição em 2013, seu ex-ministro da Defesa, General Abdel Fattah al-Sisi, conduz uma repressão contra a oposição islâmica, especialmente a Irmandade Muçulmana, que teve milhares de membros presos e mortos. A IM foi tornada ilegal pela ditadura militar assassina apoiada pelo imperialismo ianque. Em 2018, um comitê de três parlamentares ingleses publicou um relatório que dizia que Morsi era mantido em solitária durante 23 horas por dia. As condições da sua prisão eram semelhantes à de tortura e poderiam levá-lo à morte. 


Ele tinha um histórico de problemas de saúde, era diabético e teve problemas no fígado e nos rins mas não recebia tratamento médico adequado. Lembremos que entre os meses de julho-agosto de 2013 houve um golpe militar no Egito e sua consolidação política. O desenrolar dos acontecimentos foi uma prova cabal do que a LBI afirmava anteriormente: não houve qualquer “revolução” no Egito, mesmo democrática, como pregada pelos revisionistas do trotskismo como o PSTU, a CST e a Esquerda Marxista. Ao contrário, vimos a volta da Junta Militar diretamente ao governo. Entretanto, as ácidas lições que devem ser apreendidas no Egito não param por aí. O fato de um amplo setor das massas apoiarem inicialmente o golpe das FFAA claramente orquestrado com o suporte do Pentágono contra o governo eleito da Irmandade Muçulmana (Morsi) significa que na ausência de um programa e de uma direção revolucionária o “povo na rua” pode apoiar saídas reacionárias. Como Leninistas não fazemos nenhum tipo de fetiche teórico da espontaneidade das massas, ainda mais na ausência de norte programático e inexistência de uma direção classista e revolucionária. Na época reafirmamos que tanto no Egito como no Brasil (Jornadas de Julho), sem o protagonismo histórico do proletariado o movimento das massas pode facilmente girar à direita e convergir com interesses reacionários das classes dominantes. Ao contrário, os Morenistas apoiaram os “rebeldes” pró-OTAN na Líbia, saudaram os mercenários na Síria e no Egito defenderam a unidade com os militares golpistas a serviço da Casa Branca. Hoje, como em 2013, declaramos que para avançar rumo a uma verdadeira revolução no Egito, ainda que seja democrática, será preciso que o proletariado imponha suas próprias demandas de classe, sem estabelecer nenhuma “unidade tática” com a cúpula das FFAA, que até hoje governa abertamente a serviço do imperialismo ianque no comando de um brutal regime repressivo!