sábado, 15 de junho de 2019

A VERDADE SOBRE O 14J: UM GRANDE DIA DE PROTESTO NACIONAL, MAS BEM DISTANTE DE UMA VERDADEIRA GREVE GERAL...


O 14J encerrou o dia de ontem com massivos atos noturnos nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, enfrentando mais uma vez a brutalidade da polícia militar dos respectivos estados. Milhares de ativistas da juventude e também uma parcela de trabalhadores demonstraram o veemente repúdio a desastrosa proposta da (contra)reforma da Previdência, que desgraçadamente vem sendo apoiada (em sua versão “light” do “Centrão”) pelas principais lideranças da Frente Popular e os governadores da “esquerda” (PT, PDT, PSB e PCdoB). Porém, como nós da LBI já caracterizamos em um balanço anterior, o 14J passou bem distante de uma verdadeira greve geral que paralisasse os principais ramos de produção e serviços do país. A vanguarda militante do 14J concentrou-se mais uma vez na juventude e nos trabalhadores de educação gravemente atingidos pelo draconiano ajuste neoliberal levado a cabo pelo governo neofascista de Bolsonaro. É verdade que houveram algumas manifestações da classe operária, como no ABC paulista que cruzaram os braços por algumas horas, mas que não podem ser configuradas como uma greve de produção. O setor de transportes, como metroviários e rodoviários, também ensejou uma contribuição importante ao 14J, passando por cima de suas direções sindicais vacilantes ou até mesmo pelegas. Mais uma vez a tão decantada “unidade” com os traidores contumazes da Força Sindical, UGT e burocratas deste “gênero” revelou-se uma grande fraude política, estes tradicionais pelegos recuaram de todos os chamados para paralisar suas bases e até orientaram na véspera o boicote ao 14J. Porém a ação política mais eficaz para debilitar a greve geral, veio mesmo da CUT e da direção do PT, que comemorou o relatório da Comissão Especial da Previdência na Câmara como um “grande avanço”, seguindo obviamente a orientação dos governos da chamada “oposição”. Neste compasso de colaboração de classes, os burocratas da CUT utilizaram as manifestações do 14J como instrumento de barganha parlamentar com o “Centrão”, que segundo a mídia teria rompido as determinações da equipe econômica de Paulo Guedes ao retirar o regime de capitalização, BPC e aposentadoria rural do projeto governista. Mas não foram só as lideranças do PT e PCdoB que escandalosamente comemoram os “avanços” do Centrão, também os dirigentes do PSOL (inclusive suas alas de “esquerda”) consideraram uma “vitória” a apresentação do relatório no Congresso: “Também na véspera da Greve Geral, o relator da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, o tucano paulista Samuel Moreira, leu seu relatório na comissão especial. Nele, vemos um recuo em pontos da proposta do governo Bolsonaro" (Editorial da Esquerda Online, Resistência). Lançada a confusão política e desmobilização distracionista, foi patente que segmentos importantes do proletariado não poderiam aderir integralmente a uma greve geral de “lobby parlamentar”. Sem dúvida alguma perdeu-se uma enorme chance de encestar um duro golpe no “cambaleante” governo fascista, imerso a profundas crises internas e bombardeado diariamente com o escândalo da “Vaza Jato”. Com esta plataforma política da Frente Popular deve ficar absolutamente cristalino que o movimento operário e popular não conseguirá derrotar e enterrar esta (contra) reforma da Previdência, no máximo conseguirá “melhorar” o sinistro projeto do rentista Paulo Guedes, mantendo as linhas fundamentais da destruição da Previdência Pública em nosso país. É necessário denunciar as limitações da esquerda reformista (PT, PCdoB, PSOL e PSTU) que canta a “grande vitória” do 14J com sua aliança com o “Centrão”, organizando a vanguarda classista na preparação de uma verdadeira greve geral que paralise a produção industrial do país!