sábado, 1 de junho de 2019

MEMÓRIAS DA FRENTE POPULAR: HÁ 15 ANOS ATRÁS, GOVERNO LULA PARTICIPOU DA COVARDE OCUPAÇÃO MILITAR DO HAITI


Neste mês de junho completou-se 15 anos da ocupação militar do Haiti, data da chegada das tropas da missão de “paz” da ONU (Minustah) comandadas pelo governo brasileiro, na época gerenciado pelo presidente Lula do PT. Nesse período ficou constatado que grandes empresas norte-americanos, canadenses e franceses exploram a mão de obra haitiana para produção têxtil, pagando em média R$ 10 por dia nas zonas francas implementadas no país após o golpe de estado patrocinado pelo imperialismo ianque. As consequências desta investida neocolonialista são evidentes: a migração em massa dos haitianos que não suportam essa situação ou a revolta dos que ficam. Para conter essa insatisfação popular, as tropas de “estabilização” da ONU comandadas pelo exército do Brasil, e seus altos comandantes que hoje integram o governo neofascista de Bolsonaro, fizeram o trabalho “sujo” de brutal repressão, inclusive contra greves operárias e manifestações populares.

A sinistra ‘Internacional Comunitária’, batismo eufemístico para a coalizão militar imperialista que invadiu o Haiti, promovendo sua recolonização foi vigorosamente denunciada pelos Marxistas: a ocupação do Haiti é terceirizada, os países que têm tropas lá são todos periféricos em relação aos Estados Unidos e ao imperialismo de um modo geral. Países como Argentina, Bolívia, Uruguai, Paraguai, Chile, Senegal, Burkina Faso, Bangladesh, Iêmen, etc. Essa terceirização acontece militarmente e economicamente porque as zonas francas que estão sendo implementadas no Haiti são com empresas de países periféricos como Coréia do Sul e República Dominicana. A produção, porém, é destinada ao mercado norte-americano a favor do seu próprio capitalismo”. A continuidade da ocupação até outubro de 2014 foi aprovada mesmo dias depois que a própria OIT foi forçada a reconhecer o que todos já sabiam: a existência de sistema de trabalho forçado de crianças no Haiti. Segundo a OIT, uma em cada 10 crianças haitianas trabalha em regime forçado, o que na prática é um índice bem mais elevado que este. Com 225 mil crianças que trabalham a custo quase zero para as empresas transnacionais implantadas no país, o trabalho infantil sem qualquer direito é uma forma de escravidão moderna capitalista e amplamente praticado no Haiti, crescendo após o terremoto que matou mais de 200 mil pessoas na ilha. Estas trabalham em média de 14 horas diárias e em muitos casos recebem maus tratos, que chegam à exploração sexual pelos próprios soldados da ONU.

Já se passaram 15 anos, desde o fatídico junho de 2004, quando as tropas da ONU ocuparam o país depois que o imperialismo ianque através dos seus marineres impuseram a saída de Aristide via um golpe de estado e mudam suas marionetes a frente de um governo fantoche. Por isto, os Marxistas Revolucionários apoiaram a organização da resistência armada haitiana pela derrota e expulsão das tropas invasoras, inclusive as brasileiras comandadas pelos governos da Frente Popular, uma vez que a ONU e o imperialismo nunca cederão aos apelos piedosos “pela retirada das tropas” como prega a esquerda reformista. Contra a tragédia capitalista incrementada pelo terremoto, cólera, os estupros e a miséria social é necessário que as massas exploradas da “ilha negra” organizem a resistência por uma nova expulsão dos colonizadores responsáveis pela “moderna” escravidão assalariada imposta pelo imperialismo ianque.