A burocracia sindical não apenas da Força e da UGT mas também da CUT e da CTB (dirigidas pelo PT e PCdoB) vem apresentando a falácia de que o
novo relatório da reforma neoliberal da previdência apresentado pelo relator da
comissão especial da Câmara, Samuel Moreira (PSDB-SP) é uma "vitória fruto
da pressão sindical". Para Vagner Freitas, presidente da CUT, a greve
geral desta sexta-feira (14) só fortaleceu a luta dos sindicatos que, com a
ajuda da classe trabalhadora, vão continuar pressionando os deputados em seus
redutos e bases eleitorais, avisando que não vão votar em traidores do povo, da
mesma forma que os que votaram a favor da reforma Trabalhista não retornaram ao
Congresso Nacional nas eleições de 2018. “Esta greve geral está sendo exitosa,
apesar das práticas antissindicais de patrões e Tribunais, mesmo com a
repressão policial em vários estados. Foi maior do que a greve construída em
2017 contra a reforma de Michel Temer. E nós vamos a Brasília, vamos organizar
novas manifestações, coletar assinaturas e entregar um abaixo-assinado no
Congresso Nacional” (site CUT, 14.06). A política da CUT orientada pelo PT de
fazer lobby parlamentar para aprovar o “acordão” fechado entre Maia e o
“Centrão” foi copiada integralmente pela Conlutas controlada pelo PSTU. Vejamos
o que nos diz José Maria de Almeida chamando a “Ocupar Brasília” em agosto, depois do recesso parlamentar: “Após esse
vitorioso dia de greve e mobilizações, é hora de preparar a continuidade dessa
luta. É muito importante discutir os próximos passos, temos que aumentar a
pressão não só sobre o governo Bolsonaro, mas também sobre o Congresso
Nacional... É hora de fortalecer o processo mobilização em cada sindicato, em
cada estado, cada categoria, para que possamos organizar uma nova ocupação de
Brasília “ (site PSTU, 14.06). Obviamente o PSTU critica “para consumo interno”
o acordão celebrado com o apoio dos governadores do PT e PCdoB, mas no fundo,
como faz o grupo Resistência (PSOL), seu parceiro na direção da Conlutas, alega
“vemos um recuo em pontos da proposta do governo Bolsonaro" (Editorial da
Esquerda Online), ou seja, também comemoraram o relatório da Comissão Especial
da Previdência na Câmara como um “grande avanço”. Longe de apostar na pressão
sobre o parlamento e os governadores como defendem juntos CUT e Conlutas, PT,
PSOL e PSTU, uma política de colaboração de classes que vai nos levar a derrota
em nome de fazer apenas alguns ajustes cosméticos da reforma neoliberal exigida
pelos rentistas, é necessário engajar a vanguarda classista na preparação de
uma verdadeira greve geral que paralise a produção industrial, os transportes e
o comercio, ocupando fábricas e terras para impor através da luta direta
revolucionária a derrota do governo Bolsonaro/Mourão e de suas reformas
neoliberais!