quarta-feira, 17 de junho de 2020

CRESCE NÚMERO DE MORTOS POR AÇÕES POLICIAIS NA PANDEMIA: EXTERMÍNIO DO POVO POBRE PELO APARATO DE REPRESSÃO DA BURGUESIA


As manifestações contra a brutalidade policial nos Estados Unidos estão repercutindo no Brasil, um dos países onde o aparato de repressão da burguesia contra o povo pobre provoca mais mortes. Protestam chamam a atenção para essa realidade que tem o Estado do Rio de Janeiro como epicentro e que nestes tempos de pandemia se agravou. Somente em março e abril, 290 pessoas morreram no Estado em operações policiais, embora parte da população estivesse confinada em casa e os crimes em geral tenham diminuído. Esse número de vítimas equivale a um terço dos mortos pela polícia norte-americana em todo o ano de 2019. As estatísticas ainda não incluem o caso que teve maior repercussão nos últimos tempos, porque ocorreu em maio. As 290 mortes por intervenção policial no Rio ― em dois meses marcados pelo confinamento para conter os contágios por coronavírus ― representam um aumento de 13% em relação a 2019, ano em que as mortes já foram recorde. Só em abril, o número de mortes subiu 43% em relação ao mesmo mês do ano passado. No quadrimestre, o Rio soma 606 mortes pela ação do Estado ― 8% a mais que no mesmo período de 2019, conforme dados do Instituto de Segurança Pública. A chegada do neofascista Bolsonaro ao governo, com seu discurso de extermínio dos pobres e seus planos de eximir de responsabilidades os policiaiss aumentaram a impunidade de que eles desfrutam. É raro que eles acabem no banco dos réus ou sejam condenados, na verdade não acobertados por governadores burgueses porque são seus soldados na defesa da propriedade privada.

Em São Paulo, onde as 255 mortes em supostos confrontos com a polícia entre janeiro e março representam um aumento de 23% em relação a um ano atrás, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado. Um décimo das 57.000 mortes violentas registradas no Brasil no ano passado foi causada por agentes das forças de segurança. Uma investigação ampla publicada recentemente pelo The New York Times revela vários dados alarmantes. Seus repórteres analisaram em detalhes as 48 mortes nas mãos da polícia em um distrito da cidade do Rio de Janeiro no ano passado. Metade dos suspeitos recebeu um ou mais tiros nas costas, em 25% dos casos estava envolvido pelo menos um policial processado por assassinato, e apenas dois uniformizados ficaram feridos nas operações. Um, baleado, e o outro, por ter tropeçado. O Brasil compartilha com os Estados Unidos uma história marcada pela escravidão. Cinco milhões dos 12,5 milhões de africanos trazidos à força para as Américas pelos europeus vieram para cá. Como alertamos anteriormente, a polícia em seu todo institucional é o braço armado dos interesses capitalistas, trata-se do monopólio estatal que a burguesia detém para exercer a violência contra o proletariado e a população oprimida. Não defendemos nenhum tipo de “reforma democrática” no aparato policial, combatemos pela sua destruição revolucionária no bojo da demolição do Estado burguês. Exigir o “fim da PM” e sua substituição por uma “polícia democrática” ou “comunitária”, como advogam os revisionistas, corresponde a admitir a legitimidade histórica da repressão da burguesia sobre os trabalhadores por meios mais “civilizados”.

O movimento de resistência tem que se basear em um dos princípios fundamentais da luta de classe elaborada por Marx e Engels que é a destruição violenta de todo aparato repressivo da burguesia, fato este que não pode estar separado da luta pelo poder do proletariado, pondo fim definitivo através da revolução socialista a toda ordem burguesa apodrecida que necessita da guerra contra nossa classe para sobreviver em meio à pandemia do Coronavírus. Para tanto é necessário superar a política de colaboração de classes da Frente Popular, o que passa por ir além dos panelaços contra o governo neofascista de Bolsnaro e de seus “ex-aliados”, Witzel e Dória, convocando uma verdadeira jornada nacional de protesto e lutas, coordenada e unificada pelas centrais e sindicatos, associações de moradores, movimentos populares como UNE, MST e MTST, que paralise as categorias que estão trabalhando em unidade com os setores sociais explorados que se encontram em casa, os servidores públicos, a juventude estudantil, os desempregados e mesmo os marginalizados que povoam ruas, praças e calçadas, estes últimos sem qualquer proteção social. Deve-se lutar pela estabilidade no emprego, pagamento integral dos salários, nenhuma demissão, benefícios sociais do INSS para todos que precisam! Entra-se na ordem do dia a unificação da luta ativa, organizando a puteza dos explorados e oprimidos! Somente os trabalhadores da cidade e do campo com uma plataforma revolucionária de luta pelo seu próprio podem dar uma saída progressista à barbárie que o capitalismo em agonia arrasta a humanidade, deixando um rastro de morte que já consome milhares de vidas! Essa alternativa é a Revolução Socialista!