O programa televisivo “Roda Viva” na TV Cultura, trouxe ontem
(15/06) como entrevistado o Ministro do STF e atual presidente do TSE, Luis
Roberto Barroso. Obviamente que a primeira bateria de perguntas dizia respeito
sobre a possibilidade de um golpe militar no Brasil. Barroso não se fez de
rogado, e além de “rasgar” elogios as Forças Armadas, o que não foi
propriamente uma surpresa, revelou que já viu piores momentos na história do
Brasil, como o “Mensalão e o Petrolão”, afirmando que vê uma absoluta “normalidade
democrática” no governo neofascista de Bolsonaro. Porém a “pérola” da
entrevista ainda estava por vir, foi quando o presidente do TSE reafirmando a
negação de qualquer processo golpista em curso, afirmou que a situação
contemporânea era totalmente distinta de 1964, quando os militares agiram
para,segundo Barroso:”combater a corrupção, impedir a quebra da hierarquia nas
Forças Armadas e evitar uma ditadura comunista”. O Ministro não poderia ser
mais sincero em revelar sua simpatia pelo golpe de Estado, arquitetado pela
CIA, que derrubou o governo nacionalista do presidente João Goulart. Para
finalizar Barroso disse que nenhum elemento destes ocorridos em 64 estaria
presente, ou seja “corrupção, quebra de hierarquia e ameaça comunista”,
evidentemente só o último está fora da conjuntura política atual. O grande
“democrata” Barroso, tanto alentado pela Frente Popular como um “guardião das
instituições”, é na verdade um apoiador fervoroso do golpismo, desde é claro
que o golpe não seja contra eles os “togados”. Ao defender retrospectivamente o
golpe militar contra um governo da esquerda burguesa reformista, além de ser um
dos pilares do golpe parlamentar em 2016, Barroso se mostra um simpatizante
ativo do bolsonarismo, sem se comprometer com
“os excessos de extrema direita”. O movimento de massas não pode confiar
que “figuras republicanas” como estas possam deter a escalada golpistas e
antidemocrática em plena gestação no país. A derrota do neofascismo somente
poderá triunfar sob a via da mobilização permanente das massas, os “democratas”
de ocasião da burguesia representam a cobertura de esquerda do golpe militar,
ordenando a paralização das lutas e da ação direta do proletariado em nome da
“confiança nas instituições”. As lições trágicas da derrota histórica da classe
operária de 1964, devem servir para pavimentar outro caminho, totalmente
distinto do apontado pela esquerda reformista. Barroso e seus pares
“democratas” do STF, Congresso Nacional e governos estaduais, não impediram o
avanço da extrema direita, apenas estão dispostos a estabelecer a demagogia
eleitoral para enganar e paralisar a luta proletária. Construir uma alternativa
de poder independente da burguesia, esta é a tarefa revolucionária colocada
para a vanguarda classista. Convocar um Congresso Nacional operário, popular e
da juventude, como um instrumento de organização das massas para iniciar a
derrota do governo neofascista!