CRESCE A MOBILIZAÇÃO QUE JÁ AMEAÇA GOVERNABILIDADE DE TRUMP:
DEMOCRATAS CONVOCAM EX-PRESIDENTE NEGRO OBAMA PARA TENTAR CAPITALIZAR A
REBELIÃO POPULAR
O ex-presidente Democrata negro, Barack Obama, fez um discurso online,
transmitido para todo país a partir de Chicago, em meio a rebelião popular que
incendeia todo o território dos EUA. Obama foi convocado pela cúpula dos
Democratas para se apresentar como uma liderança “negra responsável” capaz de
capitalizar politicamente os protestos para o terreno eleitoral. O
ex-presidente vocalizou uma típica narrativa da burguesia Social Democrata,
falando das injustiças estruturais da sociedade norte-americana e também
criticando a crônica violência policial contra o povo negro: "Eu peço que
cada prefeito reveja o uso da força policial e faça as mudanças que forem
necessárias". Nos EUA, o controle das polícias é de responsabilidade dos
prefeitos, e Obama para “equilibrar” sua postura de “estadista” junto a classe
dominante, também afirmou “que apoia os policiais que agem de maneira justa e
agradeceu a eles pelo trabalho”. Obama saiu de suas “férias” de ex-presidente,
depois do oitavo dia das gigantescas manifestações, para tentar estabilizar a
crise de governabilidade do imperialismo, nos marcos de saídas institucionais
do próprio regime, além de tentar resgatar a imagem bastante desgastada dos
Democratas que desde o início das manifestações se colocaram como defensores
intransigentes da repressão policial. Como o movimento espontâneo das massas
continua vigoroso, mas sem uma direção política e tampouco um eixo programático
socialista, além do justo porém limitado “Black Lives Matter”, Obama traz o
Partido Democrata novamente para o “jogo”, mesmo tendo que carregar um
candidato presidencial “semimorto” como o direitista Joe Biden. Por outro lado
a esquerda reformista continua paralisada, ainda tentando ressuscitar a posição
de “isolamento social e respeito a
quarentena”, enquanto milhões de ativistas estão lutando nas ruas do país
inteiro. A situação dos EUA está longe da estabilização, apesar da intervenção
federal das Forças Armadas, e o mais importante a rebelião popular
norte-americana alterou a própria correlação de forças no mundo inteiro,
impulsionando mobilizações sociais em outros países que estavam em plena
quarentena, como o Brasil por exemplo. O “Maio Francês de 68” foi um marco
histórico na luta de classes do proletariado mundial, catapultando vitórias marcantes contra o imperialismo,
como a da guerra do Vietnã. O “Maio Americano de 2020” também entrará na
história política dos explorados e oprimidos por ter abalado as estruturas do
capital, no próprio coração do imperialismo. Oxalá a vanguarda da classe operária
possa construir sua ferramenta revolucionária, o Partido Trotskista, para
superar a crise capitalista que já arrasta a humanidade para o caminho da
barbárie.