quinta-feira, 4 de junho de 2020

CRESCE A MOBILIZAÇÃO QUE JÁ AMEAÇA GOVERNABILIDADE DE TRUMP: DEMOCRATAS CONVOCAM EX-PRESIDENTE NEGRO OBAMA PARA TENTAR CAPITALIZAR A REBELIÃO POPULAR


O ex-presidente Democrata negro, Barack Obama, fez um discurso online, transmitido para todo país a partir de Chicago, em meio a rebelião popular que incendeia todo o território dos EUA. Obama foi convocado pela cúpula dos Democratas para se apresentar como uma liderança “negra responsável” capaz de capitalizar politicamente os protestos para o terreno eleitoral. O ex-presidente vocalizou uma típica narrativa da burguesia Social Democrata, falando das injustiças estruturais da sociedade norte-americana e também criticando a crônica violência policial contra o povo negro: "Eu peço que cada prefeito reveja o uso da força policial e faça as mudanças que forem necessárias". Nos EUA, o controle das polícias é de responsabilidade dos prefeitos, e Obama para “equilibrar” sua postura de “estadista” junto a classe dominante, também afirmou “que apoia os policiais que agem de maneira justa e agradeceu a eles pelo trabalho”. Obama saiu de suas “férias” de ex-presidente, depois do oitavo dia das gigantescas manifestações, para tentar estabilizar a crise de governabilidade do imperialismo, nos marcos de saídas institucionais do próprio regime, além de tentar resgatar a imagem bastante desgastada dos Democratas que desde o início das manifestações se colocaram como defensores intransigentes da repressão policial. Como o movimento espontâneo das massas continua vigoroso, mas sem uma direção política e tampouco um eixo programático socialista, além do justo porém limitado “Black Lives Matter”, Obama traz o Partido Democrata novamente para o “jogo”, mesmo tendo que carregar um candidato presidencial “semimorto” como o direitista Joe Biden. Por outro lado a esquerda reformista continua paralisada, ainda tentando ressuscitar a posição de  “isolamento social e respeito a quarentena”, enquanto milhões de ativistas estão lutando nas ruas do país inteiro. A situação dos EUA está longe da estabilização, apesar da intervenção federal das Forças Armadas, e o mais importante a rebelião popular norte-americana alterou a própria correlação de forças no mundo inteiro, impulsionando mobilizações sociais em outros países que estavam em plena quarentena, como o Brasil por exemplo. O “Maio Francês de 68” foi um marco histórico na luta de classes do proletariado mundial, catapultando  vitórias marcantes contra o imperialismo, como a da guerra do Vietnã. O “Maio Americano de 2020” também entrará na história política dos explorados e oprimidos por ter abalado as estruturas do capital, no próprio coração do imperialismo. Oxalá a vanguarda da classe operária possa construir sua ferramenta revolucionária, o Partido Trotskista, para superar a crise capitalista que já arrasta a humanidade para o caminho da barbárie.