quarta-feira, 17 de junho de 2020

ACUADO PELO STF BOLSONARO AMEAÇA: “ESTÁ CHEGANDO A HORA”... DO GOLPE OU DO FIM DO GOVERNO NEOFASCISTA?


Na manhã desta quarta-feira (17/06) no cercadinho do Palácio do Alvorada, quando tentava aplacar a cobrança de suas turbas reacionárias, revoltadas contra as recentes ações do STF, o presidente neofascista afirmou que “está chegando a hora de tudo ser colocado no devido lugar”. Os Ministros do Supremo mandaram buscar, apreender e prender arsenais de seus apoiadores fanáticos do “baixo clero”, além de quebrar sigilo de parlamentares bolsonaristas. Enquanto o Supremo agia segunda e terça-feira passadas, Bolsonaro manteve silêncio sepulcral, depois de 48 horas calado, veio a público para tuitar uma porção de  considerações diplomáticas de indignação tentando dar a impressão de que é um democrata comprometido com as instituições. Durante o período de silêncio, os generais palacianos, em busca de um acordo com o Supremo, tentaram articular junto com o Centrão a demissão do energúmeno ministro Weintraub, o que parece que já está definido. Porém seu momento de presidente “civilizado” durou pouco e Bolsonaro voltou a arrostar ameaças: “Está chegando a hora”. A essa altura nosso leitor poderia cobrar um prognóstico, chegando a hora do golpe ou do fim do governo Bolsonaro? A resposta tem que ser sincera, nem de uma coisa nem da outra! A conjuntura política nacional vive um certo impasse na correlação das forças sociais e políticas. A oposição burguesa em seu conjunto, do PSOL ao PSDB, passando pelo PT, PDT, PSB, PCdoB etcetera, não pretende antecipar o fim do governo, seja pela ação das ruas, seja no campo institucional. Apesar de todos os partidos da oposição burguesa, a exceção do PSDB, ter apresentado formalmente algum pedido de impeachment, suas lideranças não casam de declarar que não há clima para o “Fora Bolsonaro”, sejam estes Ciro, Dino, Haddad ou Lula. A cúpula dos partidos da esquerda burguesa adotou a estratégia de “sangrar” Bolsonaro até 2022, e só aí decidir quem estaria em melhores condições de disputar um segundo turno com o neofascista. Registre-se o fato de até o momento ter fracassado a tática da oposição da Rede Globo em “ganhar” o vice-presidente Mourão, dividindo o governo para tentar um impeachment no Congresso. Tampouco lançar uma grande mobilização popular pelo Fora Bolsonaro está nos planos da Frente Popular ou da Frente mais Ampla. Os recentes atos de rua, surgiram muito mais da espontaneidade das massas, do que qualquer articulação da esquerda reformista. Portanto segue o “plano original” de Lula de sangrar Bolsonaro ao limite das próximas eleições presidenciais, estratégia também compartida por Tucanos, Pedetistas, DEM e afins. Na outra trincheira está cristalino que Bolsonaro não reúne condições mínimas de desferir seu sonhado “auto-golpe” contra o STF e o Congresso Nacional. O Alto Comando das Forças Armadas não acompanharia o clã miliciano em uma aventura militar para beneficiar Olavo de Carvalho, as hordas e em última instância camadas da PM, muito mal vista por generais, brigadeiros e almirantes de carreira, que não tem simpatia alguma pelo crescimento do poder das corrompidas polícias estaduais. Seria inimaginável, que sem ameaça alguma do movimento operário sobre a estabilidade do Estado Burguês, a cúpula das FFAA desse um golpe contra o STF. Pesa muito também o fator da própria incerteza das eleições presidenciais nos EUA, onde a provável derrota de Trump retiraria um dos principais pilares de sustentação de Bolsonaro. Enfim não será agora, e não está ainda na hora, de um desfecho para a disjuntiva da delicada situação política que atravessa o país, enquanto isso seguiremos disputando o “campeonato mundial fúnebre” do Coronavírus, por conta da irresponsabilidade do governo central e dos estaduais, sendo que de fato o Brasil já é o líder do desastre sanitário e econômico planetário, ficando os EUA com a “Taça” formal, porque o “Troféu” real de mortes do Covid é mesmo tupiniquim...