ACUADO PELO STF BOLSONARO AMEAÇA: “ESTÁ CHEGANDO A
HORA”... DO GOLPE OU DO FIM DO GOVERNO NEOFASCISTA?
Na manhã desta quarta-feira (17/06) no cercadinho do Palácio
do Alvorada, quando tentava aplacar a cobrança de suas turbas reacionárias,
revoltadas contra as recentes ações do STF, o presidente neofascista afirmou
que “está chegando a hora de tudo ser colocado no devido lugar”. Os Ministros
do Supremo mandaram buscar, apreender e prender arsenais de seus apoiadores
fanáticos do “baixo clero”, além de quebrar sigilo de parlamentares
bolsonaristas. Enquanto o Supremo agia segunda e terça-feira passadas, Bolsonaro
manteve silêncio sepulcral, depois de 48 horas calado, veio a público para
tuitar uma porção de considerações diplomáticas de indignação tentando dar a
impressão de que é um democrata comprometido com as instituições. Durante o
período de silêncio, os generais palacianos, em busca de um acordo com o
Supremo, tentaram articular junto com o Centrão a demissão do energúmeno
ministro Weintraub, o que parece que já está definido. Porém seu momento de
presidente “civilizado” durou pouco e Bolsonaro voltou a arrostar ameaças:
“Está chegando a hora”. A essa altura nosso leitor poderia cobrar um
prognóstico, chegando a hora do golpe ou do fim do governo Bolsonaro? A
resposta tem que ser sincera, nem de uma coisa nem da outra! A conjuntura
política nacional vive um certo impasse na correlação das forças sociais e
políticas. A oposição burguesa em seu conjunto, do PSOL ao PSDB, passando pelo
PT, PDT, PSB, PCdoB etcetera, não pretende antecipar o fim do governo, seja
pela ação das ruas, seja no campo institucional. Apesar de todos os partidos da
oposição burguesa, a exceção do PSDB, ter apresentado formalmente algum pedido
de impeachment, suas lideranças não casam de declarar que não há clima para o
“Fora Bolsonaro”, sejam estes Ciro, Dino, Haddad ou Lula. A cúpula dos partidos
da esquerda burguesa adotou a estratégia de “sangrar” Bolsonaro até 2022, e só
aí decidir quem estaria em melhores condições de disputar um segundo turno com
o neofascista. Registre-se o fato de até o momento ter fracassado a tática da
oposição da Rede Globo em “ganhar” o vice-presidente Mourão, dividindo o
governo para tentar um impeachment no Congresso. Tampouco lançar uma grande
mobilização popular pelo Fora Bolsonaro está nos planos da Frente Popular ou da
Frente mais Ampla. Os recentes atos de rua, surgiram muito mais da
espontaneidade das massas, do que qualquer articulação da esquerda reformista.
Portanto segue o “plano original” de Lula de sangrar Bolsonaro ao limite das
próximas eleições presidenciais, estratégia também compartida por Tucanos,
Pedetistas, DEM e afins. Na outra trincheira está cristalino que Bolsonaro não
reúne condições mínimas de desferir seu sonhado “auto-golpe” contra o STF e o
Congresso Nacional. O Alto Comando das Forças Armadas não acompanharia o clã
miliciano em uma aventura militar para beneficiar Olavo de Carvalho, as hordas
e em última instância camadas da PM, muito mal vista por generais, brigadeiros
e almirantes de carreira, que não tem simpatia alguma pelo crescimento do poder
das corrompidas polícias estaduais. Seria inimaginável, que sem ameaça alguma
do movimento operário sobre a estabilidade do Estado Burguês, a cúpula das FFAA
desse um golpe contra o STF. Pesa muito também o fator da própria incerteza das
eleições presidenciais nos EUA, onde a provável derrota de Trump retiraria um
dos principais pilares de sustentação de Bolsonaro. Enfim não será agora, e não
está ainda na hora, de um desfecho para a disjuntiva da delicada situação
política que atravessa o país, enquanto isso seguiremos disputando o “campeonato
mundial fúnebre” do Coronavírus, por conta da irresponsabilidade do governo
central e dos estaduais, sendo que de fato o Brasil já é o líder do desastre
sanitário e econômico planetário, ficando os EUA com a “Taça” formal, porque o
“Troféu” real de mortes do Covid é mesmo tupiniquim...