O senador Flávio Bolsonaro definiu como seus novos advogados
Luciana Pires e Rodrigo Rocca que serão seus defensores no caso das
"rachadinhas", investigadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro
(MP-RJ), após a saída do mafioso advogado Frederick Wassef, que escondeu
Fabrício Queiroz em seu escritório na cidade de Atibaia. Os novos advogados de
Flávio Bolsonaro já defenderam figuras abjetas do cenário nacional. Rodrigo
Rocca defendeu o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral e só deixou a defesa
quando o político corrupto aceitou fazer delação premiada. Rocca também
defendeu os militares assassinos e torturadores, como Brilhante Ustra e José
Nogueira Belham, este último acusado pelo assassinato e ocultação do cadáver do
deputado federal Rubens Paiva, em janeiro de 1971, durante a ditadura militar.
O coronel Ustra, ídolo de Bolsonaro, tem em seu currículo macabro uma lista de
mais de cem crimes contra militantes da esquerda. A advogada Luciana também
defendeu torturadores no passado, como o general Nilton Cerqueira, denunciado
pelo envolvimento no atentado do Riocentro, em 1981, no qual bombas foram
“plantadas” por militares no local, onde ocorriam shows em defesa dos
trabalhadores, mas que acabou fracassando após um dos artefatos ter explodido
no colo de um sargento, que morreu, ferindo gravemente um tenente. Conforme
informou Flávio Bolsonaro, foi
justamente o passado de defesa de torturadores que estavam na ativa durante a ditadura militar que
contaram a favor para que fossem escolhidos para defender o senador. Assim como
Queiroz, que foi o seu chefe de gabinete à época de deputado estadual, Flávio é
investigado por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Os
acenos de “pacificação e acordo nacional” para concluir as reformas, são um
mero artifício político para a permanecia do clã neofascista Bolsonaro no Planalto, desgraçadamente saudados como
“avanço democrático na defesa das instituições” pela Frente Ampla. O PT que
encena um distanciamento da Frente Ampla, defendendo sua tradicional política
de Frente Popular de colaboração de classes (um pouco mais seletiva), afirma que
não fará acordo com golpistas, mas por outro lado segue contra as mobilizações
de rua para derrubar Bolsonaro, esperando “sangrar” o governo até as eleições
presidenciais de 2022.