O massivo ato antifascista contra o governo Bolsonaro
realizado no Largo da Batata em São Paulo, com o afluxo de cerca de 5 mil
ativistas, foi um importante marco político para a retomada da inciativa de uma
ação de massas na atual conjuntura de paralisia e medo. Podemos até debater se
a posição da Frente Povo Sem Medo, MTST e torcidas antifascistas, em remanejar
o local da atividade (em função de uma medida judicial) da Paulista para o Batata
foi o mais acertado ou não. Porém perder o senso das proporções e atacar a
vitoriosa manifestação ocorrida no Largo da Batata, como “quinta coluna de
Bolsonaro”, é parte de uma política aventureira do PCO à serviço da posição
oficial da Frente Popular (PT e PCdoB) que se colocou contra a realização de
atividades de massas neste domingo. Por sinal, o PT e Lula não moveram uma
“única palha” por ato algum, seja na Paulista, no Batata, Av. Presidente Vargas
ou qualquer outro rincão deste país. A bancada parlamentar do PT no Senado
chegou a divulgar uma nota conjunta com PDT, PSB e Rede onde condenava a
realização das manifestações que iriam acontecer, somente no final da noite do
próprio domingo a executiva do partido lançou um comunicado saudando os atos,
depois de permanecer calada por mais de 48horas. Se é correto criticar Boulos,
o PSOL e sua FPSM, pelo atraso em romper a inércia e convocar as ruas, o que
falar então de Lula, o PT e sua Frente Popular que não mobilizaram sua enorme
base militante para qualquer ação direta contra a ofensiva da extrema direita.
Adentrar neste momento de retorno das mobilizações, em uma discussão estéril
sobre qual seria o melhor local para o ato deste domingo (diante é claro da
medida judicial) nos parece um distracionismo “encomendado” pelos que defendem
justamente a desmobilização geral. A determinação do PCO em manter a convocação
para a Paulista, mesmo diante da decisão majoritária da coordenação da
manifestação em realizar no Batata, foi de um claro divisionismo intencional,
que só não teve maiores consequências em função dos dez “gatos pingados” que
seguiram a determinação do Sr. Pimenta, buscando algum holofote na mídia
corporativa. A realidade concreta dos fatos se fez mais pesada do que a
polêmica vazia pretendida pelo PCO, Lula ficou estático esperando alguma
entrevista para falar mal de Bolsonaro esperando as eleições de 2022, enquanto
Boulos e seus grupos políticos afins foram para as ruas neste domingo. A
fidelidade canina do Sr. Rui a Lula e também a Dilma e Gleisi, tem uma base na
corrupção ideológica e material do PCO diante do PT, atacam violentamente o que
costumam chamar de “esquerda pequeno burguesa” e fazem “vista grossa” as
traições do PT e da CUT. Podem enganar alguns poucos ingênuos com um discurso
“radical agressivo” contra Boulos, PSOL, PSTU etc.., mas “miam como gatinhos” diante
da colaboração de classes da Frente Popular, os que tem de fato o controle
político e a direção burocrática dos movimentos sociais.