“A era do dólar está chegando ao fim,” de acordo com a
declaração de Stephen Roach, pesquisador da Universidade de Yale e
ex-presidente do Morgan Stanley para a Ásia. Morgan Stanley é uma empresa global de serviços financeiros
sediada nos EUA que opera em 42 países. Em 2009, o Morgan Stanley fez uma
joint-venture com o Citigroup, formando o Morgan Stanley Smith Barney, nada
menos que o maior banco de investimentos do mundo. O ex-CEO do Morgan Roach
prevê uma queda adicional de 35% na moeda ianque da maior economia do mundo,
contra seus principais rivais (EURO) citando um aumento no déficit nacional dos
EUA e uma queda acentuada na economia real. O economista foi entrevistado na
última segunda-feira (15/06) no programa "Trading Nation" da CNN e
reiterou suas previsões em um editorial que ele escreveu para a agência de
risco Bloomberg.”O dólar deixará de ser a principal moeda de reserva
internacional e seu colapso não é uma conseqüência da pandemia ou do
confinamento” afirmou Roach. A economia capitalista dos Estados Unidos já
estava em declínio muito antes da pandemia, com uma acentuada crise de
superprodução. O processo de quebra do imperialismo começou há mais de uma
década, com a ascensão industrial da China e a retirada dos investimentos nos
Estados Unidos de seus parceiros comerciais tradicionais, e até mesmo das
grandes corporações ianques, que passaram a produzir no gigante asiático. A moeda da China, o Yuan, está se tornando
cada vez mais atraente para os investidores, à medida que o regime de Pequim
passa por uma fase de reformas estruturais que podem mudar a economia
industrial da China para uma economia mais orientada a um perfil de serviços e
de crescimento do consumo interno. A posição do Dólar, o índice de variação
cambial enfraqueceu-se nos últimos 30 dias, com uma queda de 3,9%, sofrendo uma
forte queda no ano de 2,5%. O índice mede o dólar em relação a uma cesta de
seis moedas rivais, incluindo o Euro, a Libra esterlina e o Iene japonês.
Embora um dólar mais fraco possa beneficiar as exportações dos EUA no curto
prazo, seria mais muito problemático no longo prazo, em função do seu lastro
internacional.Um Dólar mais fraco afeta os ativos e o mercado de ações,
incluindo os índices Dow Jones e S&P 500, pois a maior parte da dívida é
denominada em Dólar. Além disso, a
maioria dos financiamentos externos e do comércio internacional é denominada em
Dólar. Adicionado a essa perspectiva sombria está o déficit orçamentário dos
Estados Unidos, que vem sendo desencadeado há décadas e sendo sustentado pelas
reservas internacionais depositadas justamente no FED. Se o imperialismo ianque
perde este recurso ímpar, ou seja de ser o “cofre do planeta”, onde todos os
países do mundo depositam suas reservas cambiais, o fim da hegemonia global
será apenas uma questão de pouco tempo...