sábado, 20 de junho de 2020

“A ERA DO DÓLAR ESTÁ NO FIM”: QUEM AFIRMA É O INSUSPEITO “MORGAN STANLEY”


“A era do dólar está chegando ao fim,” de acordo com a declaração de Stephen Roach, pesquisador da Universidade de Yale e ex-presidente do Morgan Stanley para a Ásia. Morgan Stanley é uma empresa global de serviços financeiros sediada nos EUA que opera em 42 países. Em 2009, o Morgan Stanley fez uma joint-venture com o Citigroup, formando o Morgan Stanley Smith Barney, nada menos que o maior banco de investimentos do mundo. O ex-CEO do Morgan Roach prevê uma queda adicional de 35% na moeda ianque da maior economia do mundo, contra seus principais rivais (EURO) citando um aumento no déficit nacional dos EUA e uma queda acentuada na economia real. O economista foi entrevistado na última segunda-feira (15/06) no programa "Trading Nation" da CNN e reiterou suas previsões em um editorial que ele escreveu para a agência de risco Bloomberg.”O dólar deixará de ser a principal moeda de reserva internacional e seu colapso não é uma conseqüência da pandemia ou do confinamento” afirmou Roach. A economia capitalista dos Estados Unidos já estava em declínio muito antes da pandemia, com uma acentuada crise de superprodução. O processo de quebra do imperialismo começou há mais de uma década, com a ascensão industrial da China e a retirada dos investimentos nos Estados Unidos de seus parceiros comerciais tradicionais, e até mesmo das grandes corporações ianques, que passaram a produzir no gigante asiático. A moeda da China, o Yuan, está se tornando cada vez mais atraente para os investidores, à medida que o regime de Pequim passa por uma fase de reformas estruturais que podem mudar a economia industrial da China para uma economia mais orientada a um perfil de serviços e de crescimento do consumo interno. A posição do Dólar, o índice de variação cambial enfraqueceu-se nos últimos 30 dias, com uma queda de 3,9%, sofrendo uma forte queda no ano de 2,5%. O índice mede o dólar em relação a uma cesta de seis moedas rivais, incluindo o Euro, a Libra esterlina e o Iene japonês. Embora um dólar mais fraco possa beneficiar as exportações dos EUA no curto prazo, seria mais muito problemático no longo prazo, em função do seu lastro internacional.Um Dólar mais fraco afeta os ativos e o mercado de ações, incluindo os índices Dow Jones e S&P 500, pois a maior parte da dívida é denominada em Dólar. Além disso, a maioria dos financiamentos externos e do comércio internacional é denominada em Dólar. Adicionado a essa perspectiva sombria está o déficit orçamentário dos Estados Unidos, que vem sendo desencadeado há décadas e sendo sustentado pelas reservas internacionais depositadas justamente no FED. Se o imperialismo ianque perde este recurso ímpar, ou seja de ser o “cofre do planeta”, onde todos os países do mundo depositam suas reservas cambiais, o fim da hegemonia global será apenas uma questão de pouco tempo...