segunda-feira, 1 de junho de 2020

“JUNTOS” E “SOMOS 70%”: DUAS FACETAS DA “FRENTE AMPLÍSSIMA” DE COLABORAÇÃO DE CLASSES PARA SABOTAR A LUTA DIRETA DOS TRABALHADORES


Dois movimentos políticos burgueses que unem um espectro político de direita, centro e esquerda, surgiram neste final de semana se proclamando “em defesa da democracia”. O movimento ‘Somos 70 porcento’ surgiu após debate na internet entre o economista Eduardo Moreira, ex-apoiador do golpe parlamentar contra Dilma Rossef (PT) com o ex-senador Roberto Requião (MDB-PR). No Twitter, o camaleão Moreira anotou que “70% rejeitam aproximação ao Centrão (Datafolha); 70% acham Bolsonaro Péssimo/Ruim/Regular; 70% apoiam medidas de isolamento e mais de 70% sabem que a terra é redonda. Por sua vez o “Estamos Juntos” foi lançado com publicação nos principais jornais do país de um manifesto político. O documento reúne mais de 2000 signatários “em defesa da vida, da liberdade e da democracia no Brasil”. O manifesto inclui artistas, políticos, músicos, jornalistas, esportistas, juristas e outros, abarca um amplo espectro político e ideológico, desde a direita até representantes da esquerda e centro burguês. Entre os signatários estão nomes como Luciano Huck , Flávio Dino, Fernando Haddad, Fernando Henrique Cardoso, Marcelo Freixo (PSOL), Tábata Amaral entre outros. O manifesto diz que ““Como aconteceu no movimento Diretas Já, é hora de deixar de lado velhas disputas em busca do bem comum”, diz o texto. “Esquerda, centro e direita unidos para defender a lei, a ordem, a política, a ética, as famílias, o voto, a ciência, a verdade, o respeito e a valorização da diversidade, a liberdade de imprensa, a importância da arte, a preservação do meio ambiente e a responsabilidade na economia”. O manifesto não fala da saída do Bolsonaro, não ataca o programa neoliberal do governo, não faz uma citação crítica que seja à operação Lava Jato, que é a mãe do neofascismo, não condena a tutela militar. A questão é os principais políticos signatários desses manifestos defendem as liberdades democráticas para os trabalhadores? A resposta é simples: absolutamente não! Ao contrário, são adversários de que os trabalhadores se organizem de forma independente contra o fechamento do regime burguês ontem e hoje, como podemos citar em vários exemplos e momentos históricos: na greve petroleira de 1995 atacada pelo Exército por ordem de FHC. Esses dois movimentos são consequência da política de colaboração de classes do PT que desde a posse de Bolsonaro procurou “sangrar” o governo até 2022, apoiando indiretamente a pauta das reformas neoliberais. A justificativa da pandemia do coronavírus caiu como uma luva na estratégia de ampliação máxima do espectro político da Frente Popular, que agora já pode ser batizada sem modéstia alguma de Frente Amplíssima. O mais grave, no entanto é que toda a “plataforma sanitária” da esquerda reformista para enfrentar a pandemia é a mesma dos tucanos e do setor técnico/militar do próprio governo federal, um “Fique em casa” confiando que somente a quarentena é o antídoto necessário. A LBI, no sentido inverso do cretinismo parlamentar, vem convocando o movimento operário e popular a romper com o calendário institucional da democracia dos ricos, construindo uma alternativa revolucionária de poder para derrotar cabalmente a brutal ofensiva neofascista em curso na América Latina e no planeta inteiro! Nós Marxistas Leninistas compreendemos a gravidade do momento político, e em oposição ao caminho de derrotas da Frente Amplíssima, lançamos um chamado para a formação de uma Frente Operária e Popular, que assuma como norte político a ação direta das massas, no combate frontal e vitorioso contra ofensiva neoliberal que ameaça suprimir as conquistas históricas dos trabalhadores!