MAIS UM LANCE DA DISPUTA INTERBURGUESA: HELDER BARBALHO É ALVO DE OPERAÇÃO DA PF... BOLSONARO USA “COMBATE A CORRUPÇÃO” PARA CHANTAGEAR O DIREITISTA GOVERNADOR DO PARÁ
A Polícia Federal realiza nesta quarta-feira (10) a Operação
Bellum, que apura fraudes na compra de respiradores pulmonares, aparelho
essencial no combate à pandemia do novo coronavírus, pelo governo do Pará. São 23 mandados de busca e apreensão no Pará e mais seis
estados. O direitista Helder Barbalho (MDB), governador do Estado, é um dos alvos da busca
realizada pela PF. Barbalho, que recebeu a PF em sua casa, é o segundo
governador a ser alvo de operação da Polícia Federal que apura ilegalidades na
Saúde. Wilson Witzel (PSC), do Rio de Janeiro, foi o primeiro. Witzel foi alvo
da Operação Placebo, no mês de maio. Além da residência do governador, houve
buscas em empresas, secretarias de estado de saúde, fazenda e casa civil do
estado do Pará. A PF diz que a compra de respiradores custou ao estado do Pará
mais de R$ 50 milhões. Desse total, metade teria sido pago à empresa vendedora
do equipamento de forma antecipada. Parte dos aparelhos registraram grande
atraso em sua entrega, além de não estarem compatíveis com o modelo comprado.
Alguns não seriam até funcionais para combater a Covid-19, razão pela qual
foram adquiridos em caráter de urgência. Na Operação Bellum, a PF investiga os
crimes de fraude à licitação, falsidade documental e ideológica, lavagem de
dinheiro, corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Nestes casos concretos devemos
aproveitar as fissuras do confronto inter-burguês para denunciar os bandos
burgueses em choque e mobilizar os trabalhadores para reforçar a luta pelas
parcas garantias constitucionais existentes e nunca o inverso, ou seja, dar suporte
a cavalgada institucional fascista em nome do pseudo “combate a corrupção”. A
corrupção não é um fenômeno moral de personagens da política burguesa, é um
mecanismo indissociável da lei de acumulação do capital, já descrito por Marx
há mais de um século atrás. Qualquer movimentação política no tecido da
sociedade capitalista que tenha como eixo central o "combate a
corrupção" levará invariavelmente a um caminho de golpes fascistas, assim
já demonstrou a história da luta de classes dos últimos cem anos! Não há
absolutamente nenhum aspecto progressista nas campanhas contra a corrupção, são
o "ovo da serpente" do nazismo e seus correlatos regionais, como
vimos agora nas operações da PF no Pará e no Rio. Para os Marxistas Leninistas, a Polícia Federal
criada em 1967 em plena ditadura militar para perseguir a militância de
esquerda, hoje controlada diretamente pelo Planalto e apresentada como uma das
mais importantes “instituições republicanas”, é composta por um seleto grupo de
agentes que formam a elite da repressão nacional, sendo o corpo policial mais
bem treinado e municiado do país, recebendo não só treinamento militar, como
também uma severa doutrinação ideológica para a manutenção da ordem burguesa,
sendo responsável pelo monitoramento e perseguição aos movimentos sociais, além
de ser usada contra os adversários burgueses corruptos de Bolsonaro. O serviço
de inteligência e de repressão da Polícia Federal, longe com sua propalada
“autonomia” para combater a “criminalidade” em nome da “segurança pública”,
mantém a mesma estrutura de polícia política dos tempos da ditadura militar. Os genuínos Trotskistas estão
na trincheira de classe oposta pelo vértice aos vestais da burguesia, sejam
juízes, promotores ou políticos “salvadores da pátria”. Nossa Guerra
Revolucionária é para demolir “pedra sobre pedra” o edifício de todas as
instituições do Estado burguês, não pretendemos reformar esta podre edificação
chamada capitalismo!