Estão marcados para esse domingo (14.06) novos atos de rua em
todas as capitais do país, convocados pela “Frente Povo sem Medo” e as chamadas
“Antifas”, com o eixo de luta de “Fora Bolsonaro, o racismo e o fascismo, pela
vida!”. Após o importante ato de massas realizado no Largo da Batata no último
domingo (07/06) e em várias cidades do Brasil, que representou politicamente a
continuidade da corajosa manifestação das torcidas antifascistas no dia 31/05,
as mesmas entidades que convocaram o povo a ir às ruas contra o governo
Bolsonaro, rompendo a “paralisia do medo” disseminada pelo PT e Lula, decidiram
corretamente dar continuidade à iniciativa chamando para o próximo domingo na
Av.Paulista e em todas as grandes cidades do país. Várias organizações
políticas estão se somando a essa atividade de protesto, a LBI e sua juventude
se incorporam criticamente ao chamado de luta da “Frente Povo sem Medo” e as “Antifas”,
buscando a unificação dos combates ao racismo e ao fascismo. Trata-se de uma
iniciativa importante para enfrentar a ofensiva reacionária em curso promovida
pelas hordas bolsonaristas e as milícias que apoiam o governo. Intervir nesses
protestos em defesa de um programa revolucionário para fortalecer a luta por
colocar abaixo Bolsonaro e o regime Bonapartista de exceção que o sustenta é um
dever da esquerda revolucionária. Entretanto, é preciso intervir com uma
plataforma programática que não patrocine as ilusões na democracia burguesa,
com saída como eleições gerais, impeachment ou mesmo a convocação de uma
assembleia constituinte como defendem Boulos, o PSOL e seus satélites. É
perfeitamente justo que os Marxistas Revolucionários tenhamos uma pauta
programática muito mais avançada do que a proposta por Boulos e sua “Frente
Povo Sem Medo”, porém sabotar a frente única de ação direta para prestar
“serviço sujo” ao PT, que com ou sem pandemia não mobiliza os trabalhadores
para derrotar a ofensiva neofascista, é traição de classe no seu grau mais
elevado!
Não por acaso, em um divisionismo paralisante, a CUT convocou
um ato virtual para sábado, 13. Segundo a central ligada ao PT “A Executiva
Nacional da CUT reforça ainda a necessidade de intensificar a pressão no
Congresso Nacional para impedir a aprovação de medidas propostas pelo governo
que prejudicam a classe trabalhadora... E no dia 13 de junho, a luta de todos
será no grande ato virtual”. A Frente Popular de colaboração de classes (PT e
PCdoB), com o auxílio dos seus funcionários “alugados” do PCO, que já apostaram
na desmobilização e até mesmo um boicote aberto ao Largo da Batata, agora
resolveram partir para o divisionismo descarado das manifestações
antifascistas. A CUT, braço sindical do PT está convocando um dia de luta para
o próximo dia 13, sábado, no sentido de esvaziar a manifestação na Paulista que
promete ser um domingo ainda maior do que o anterior no Batata. Detalhe
importante, o simulacro de ato da CUT e Frente Brasil Popular no sábado será...
virtual! Isso mesmo, Lula e seus apêndices corrompidos não querem saber de
nenhuma atividade nas ruas contra o governo Bolsonaro, para os petistas e afins
sob o pretexto da pandemia a única “arma” contra a extrema direita deve ser a
da pressão parlamentar neste Congresso Nacional dominado pelo Centrão.
A LBI alerta que CPI ou impeachment no congresso é a trilha
que aponta a esquerda reformista para tirar Bolsonaro e entronar o general
Mourão. O “Fora Bolsonaro” pela via do impeachment neste Congresso do Centrão
não corresponde a derrubada do governo neofascista, pelo contrário significa o
“Fica Bolsonaro” até 2022 e no bojo da proposta um aceno político a Mourão e
Rodrigo Maia, possíveis beneficiários de um descarte do presidente por parte da
burguesia nacional. Com o movimento de massas paralisado e amedrontado pela
histeria do Coronavírus utilizada pela Frente Popular para não mobilizar os
trabalhadores através dos sindicatos, não haverá mobilização de peso pela
derrubada de Bolsonaro, mais além dos panelaços e atos de vanguarda, a esquerda
seguirá na linha do “sangramento” até 2022, acrescida da demagogia do
impeachment e de uma ridícula CPI no Congresso para apurar se Bolsonaro é
realmente culpado ou não do atual desastre nacional.
A tarefa política que se impõe neste momento, é dotar o
movimento quase espontâneo das massas de uma plataforma socialista de combate
contra a ofensiva neofascista. As manifestações devem se multiplicar
exponencialmente no curso da liberação de funcionamento de todos os setores da
economia por parte dos governos estaduais em plena pandemia, mostrando o
cretinismo da política do isolamento social, ou seja, você está “liberado” para
trabalhar, consumir e se “entupir” em coletivos lotados, mas não é “conveniente
protestar”... Na via da frente única para mobilizar, com total independência
política do eixo dos organizadores, os Marxistas da LBI convocam toda a
vanguarda classista que não se rendeu à colaboração de classes da Frente
Popular, a engrossar a manifestação antifascista no próximo domingo 14 de Junho
da Av. Paulista e em todas as grandes cidades do país com eixo: Abaixo Bolsonaro
e todo o regime Bonapartista de exceção! Construir uma alternativa
revolucionária de poder proletário!