Os atos deste domingo (14/06) perderam extensão nacional e
força frente aos realizados no domingo anterior (Largo da Batata). Mesmo
demonstrando muita disposição de luta para derrotar a ofensiva neofascista, as
manifestações do 14J ficaram restritas a São Paulo (Av. Paulista), Porto Alegre
e Fortaleza, com um número de participantes inferior e não cobrindo as
principais cidades do país como no domingo passado. A razão da relativa
desmobilização popular não reside na indisposição para a luta das bases
proletárias e da juventude, mas fundamentalmente na ausência de uma direção
política consequente que realize um claro chamado para a ação direta das
massas. Neste domingo a convocação ficou praticamente a cargo da Frente Povo
Sem Medo, e ainda assim limitada a capital paulista, a Frente Popular de
colaboração de classes (PT, PCdoB) voltou a sabotar a atividade e agora até com
requintes de “divisionismo”, contando com a ajuda dos funcionários do PCO para
promover a confusão das datas. A CUT chegou a convocar a manifestação pelo
“Fora Bolsonaro” para o sábado (13/06), onde sequer apareceu, a exceção de
Brasília, deixando o PCO sozinho na Paulista a desfilar “impropérios” contra o
combativo ato no Largo da Batata, isto quando seu patrão petista sequer dava as
caras na atividade. No Domingo 14J o PT enviou uma pequena delegação a
Paulista, chefiada por Gleisi Hoffman, já o descarado PCdoB qualificou a
possibilidade de ir às ruas como uma “quebra da quarentena”. O resultado da
política de sabotagem do PT foi que as manifestações do domingo recuaram em
número de participantes, mas deixaram um claro sinal de combatividade e coragem
para enfrentar a escória golpista encastelada no Planalto. A tarefa agora da
Frente Povo Sem Medo é coordenar um chamado aberto a assinatura de todas as
entidades políticas e sindicais que queiram convocar uma nova manifestação
nacional de luta para derrubar o governo neofascista de Bolsonaro. Desta forma
ficará absolutamente cristalino para o movimento quem são as forças políticas
que não pretendem ir para as ruas, fazendo o discurso demagógico da cretina
oposição parlamentar, incapaz de abandonar os gabinetes de Brasília e seus
“Manifestos” em parceria com a burguesia em defesa das instituições do Estado
capitalista. Os Marxistas Leninistas da LBI prosseguirão com o apelo político
pela ação direta das massas, denunciando a inutilidade da esquerda reformista
do confinamento e dos acordos com os governos estaduais e partidos reacionários
da burguesia. É necessário organizar uma jornada nacional de lutas contra o
neofascismo, construindo um grande Congresso Popular do movimento operário,
camponês e da juventude para o início do mês de Agosto.