O ministro da Educação do governo neofascista Bolsonaro, o
“olavista” Abraham Weintraub, anunciou, na tarde desta quinta-feira (18/06) que
está deixando o cargo. Weintraub representava a chamada “ala ideológica” do
governo, e sua saída foi considerada um recuo dos “ortodoxos” diante da
ofensiva do STF. Em um vídeo publicado nas redes sociais, Weintraub, ao lado de
Jair Bolsonaro, anunciou que “sim, eu estou saindo do MEC. Eu vou começar a
transição agora e nos próximos dias eu passo o bastão para o ministro que vai
ficar no meu lugar, interino ou definitivo”. Neste vídeo, Weintraub diz que não
discutirá os motivos que levaram a sua saída, mas que recebeu um convite para
ser diretor de um banco. “Já fui diretor de um banco no passado. Volto ao mesmo
cargo, porém em um banco mundial”. A situação de Weintraub no Ministério da
Educação se tornou insustentável, do ponto de vista das próprias instituições
golpistas, após a divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril.
Nesta reunião o discípulo de Olavo de Carvalho diz que “eu por mim botava todos
esses vagabundos na cadeia. Começando pelo STF”. A saída do olavista começou a
ser defendida até mesmo por apoiadores de Jair Bolsonaro. O líder do governo no
Senado, Fernando Bezerra (MDB), representando o Centrão afirmou que “sim, o
demitiria”. Durante todo o período em que esteve no ME Weintraub “elegeu” a
Educação Pública como sua inimiga, atacando as universidades federais que,
segundo ele estaria “infestadas de esquerdistas”. Em abril do ano passado, ele
anunciou o corte de ao menos 30% da verba de custeio das universidades federais
dizendo que nelas havia “muita balbúrdia” e grandes plantações de maconha.
Recentemente, o bolsonarista acusou a China de ter criado o coronavírus para
que afetar outros países e aumentar seu poder econômico. Os ataques racistas ao
povo chinês causaram outro inquérito contra o ministro, desta vez por racismo.
Weintraub e toda a corja terraplanista de extrema-direita é o ícone do que há
de mais reacionário na política burguesa, porém não podemos deixar de pontuar
que a ofensiva do STF contra o governo neofascista, não faz parte de um combate
independente da classe operária e do movimento de massas. Não se pode omitir
que o STF foi quem diretamente garantiu o golpe institucional em 2016 e que abriu o caminho para o atual regime
bonapartista, cujo próprio bolsonarismo é a expressão mais concentrada. O proletariado e seus aliados históricos
devem iniciar sua própria ofensiva política para derrubar este governo
neofascista, contando somente com suas próprias forças sociais, pautada por um
programa revolucionário. A luta intestinal e fratricida no campo da burguesia,
entre os próprios setores da classe dominante, só poderá ser de utilidade
política para a classe operária, se mobiliza as massas com um projeto de poder,
muito distinto da pressão de lobby parlamentar defendida pela Frente Popular.