O ato virtual organizado pelo movimento tucano “Direitos Já,
Fórum pela Democracia”, que ocorreu na noite desta sexta-feira (26/06), contou é
claro com a participação das principais lideranças do próprio PSDB, FHC,
Alckmin, Eduardo Leite, Artur Virgílio e Bruno Araújo marcaram suas presenças
com seus apêndices da REDE, Cidadania e PSB. Este primeiro bloco “atucanado”
fez questão de defender o “regime democrático” de uma forma geral, sem qualquer
alusão ao governo Bolsonaro, salvo um pequeno comentário crítico de algum
prefeito sobre a gestão da pandemia. O PDT teve Ciro Gomes como figura
principal. O oligarca cearense fez questão de tentar demarcar com o PT, dizendo
que temos que identificar os responsáveis pelo desastre bolsonarista, porém
poupando o próprio Bolsonaro de qualquer ataque mais frontal, para finalizar
Ciro afirmou que poderemos chegar a mais de 150 mil mortes de Covid, clamando
urgentemente por uma ação enérgica de isolamento social do governo, “esqueceu”
no entanto de explicar por que o seu títere Camilo Santana foi um dos
primeiros governadores a abrir todos os
setores da economia no Ceará, antes mesmo dos gestores estaduais da direita
golpista. As “estrelas”petistas presentes ao encontro, como Tarso Genro,
Haddad tiveram posições bem distintas na
forma, mas idênticas no conteúdo de colaboração de classes. Tarso estava ainda
na fase de temer um “golpe fascista” dobrando a esquina, e por esta razão
defendeu a Frente Ampla pela democracia com os coveiros dela. Haddad por sua
vez começou seu discurso com a preocupação de defender os empresários em
“dificuldades”, passando depois para a defesa da instauração de um processo de
impeachment contra Bolsonaro, cobrando o protagonismo do STF, a mesma
instituição que cassou o mandato da petista Dilma Rousseff, legitimando o golpe
parlamentar em 2016. O candidato do PT a presidência da república encerrou sua
participação na atividade pedindo para que todos os integrantes da Frente Ampla
reconhecessem o papel de Lula, como apto para uma futura disputa eleitoral. O
PSOL mandou ao “ato democrático” com os neoliberais e golpistas da Globo, sua
principal expressão política no momento, Guilherme Boulos, além de vários
parlamentares. Boulos, o político mais a esquerda da Frente Ampla, na apologia
programática do regime da democracia dos ricos, demarcou campo com o “Fora
Bolsonaro”, mas na mesma via institucional de Haddad, disseminando ilusões
justamente no Congresso dominado pelos que estão retirando todos os direitos
históricos dos trabalhadores. Seria cansativo descrever a totalidade dos
“detalhes” inúteis do conjunto das intervenções no ato, coordenado pelo ex-
tucano Fernando Guimarães, expulso do partido em 2019 pela ala de João Doria.
Entretanto o fundamental, para além das diferenças de nuances entre os participantes,
é a profunda identidade ideológica em torno da defesa da democracia burguesa
como o regime ideal para conciliar os interesses do proletariado e dos
capitalistas. Nem mesmo a ala esquerda do evento, PT e PSOL, fizeram qualquer
referência às lutas da classe trabalhadora como o elemento fundamental para
derrotar a ofensiva neoliberal da direita fascista em nosso país. Tanto as
diversas frações da burguesia, tucanos, ciristas, Rede Globo, como a esquerda
reformista, PSOL, PCdoB e PT, são unânimes em temer a ação direta e
independente do proletariado, como ficou evidente em todas as participações no
“Direitos Já”...da burguesia...uma grande fraude política para tentar bloquear
o combate revolucionário das massas!