As mobilizações de massas irromperam a cena política dos
Estados Unidos, em todas as grandes cidades dezenas de milhares protestam
contra o assassinato covarde do negro George Floyd, pelas mãos da polícia
racista de Minneapolis. Desde os multitudinários protestos contra a guerra do
Vietnã, no final dos anos 60, não se via no coração do monstro imperialista,
marchas, atos e mobilizações em geral tão gigantescas. Este “Maio Americano”,
ainda em pleno curso adentrando junho, ficará marcado na história política dos
EUA, como algo ainda mais significativo do que a própria pandemia do
coronavírus, que esvaziou as cidades gerando mais de cem mil pessoas mortas,
principalmente e não por coincidência negros, pobres e moradores de rua do país
mais rico do mundo. Esta avalanche de manifestantes, que estão enfrentando
corajosamente a repressão das polícias locais, a Guarda Nacional (Exército) e o
governo reacionário de Trump, que os acusa de “terroristas”, não contaram com o
chamado para a ação de nenhuma corrente da esquerda reformista. Os atos de
protestos foram sendo convocados espontaneamente por redes sociais, ou
emergiram mesmo da revolta latente das massas com toda a situação de crise
capitalista dos EUA, combinam a fúria nacional com uma polícia racista e a
crise econômica, agravada com a pandemia, onde o governo central só “resgatou”
grandes corporações, deixando a população mais vulnerável sem saúde, emprego e
o mínimo de proteção social por parte do Estado Burguês. O repugnante
assassinato de Floyd foi apenas a centelha que provocou o enorme “incêndio
nacional”, trazendo a superfície política a enorme crise na base do regime
imperialista.Entretanto neste grave momento que atravessamos, unindo a maior
crise sanitária e econômica que o planeta já passou, aferir qual é a plataforma
política da esquerda reformista, absolutamente hegemônica no campo do movimento
de massas. A pergunta bem direta que todo militante classista deve fazer não
pode ser outra.Como se postou o conjunto da esquerda reformista (Social
Democratas, nacionalistas, revisionistas do Trotskismo, stalinistas,
etc..) diante da irrupção das massas nos EUA? A resposta é quase tão chocante
quanto o brutal assassinato de Floyd, a esquerda reformista simplesmente não
moveu uma “única palha” no sentido de engrossar o chamado para as mobilizações
antirracistas, aferrou-se vergonhosamente a política da burguesia imperialista
“progressista” (OMS), com o mote do “Fique em casa” e “Respeite o
isolamento (controle) social”. Esta conduta de introjetar covardia política e
histeria do medo no proletariado, resultou no desgraçado comunicado político da
esquerda reformista para o povo negro, juventude e proletariado em luta na ação
direta das ruas: “Voltem para casa, estamos em quarentena por conta da
pandemia!”. E para fechar com “chave de ouro” o cretino programa da inação e
desmobilização das massas, obviamente os reformistas enviaram seus
“Youtubers” para filmarem e divulgarem os protestos em suas páginas na
internet...