quinta-feira, 11 de junho de 2020

O “MISTÉRIO” DE WALL STREET: ECONOMIA EM RUÍNA E RENTISTAS EM ÊXTASE FINANCEIRO


No início desta semana surgiu o que parece ser um aparente “mistério” impressionante. Nesta mesma semana o Departamento Nacional de Pesquisa Econômica, organismo do próprio governo Trump, declarou que os EUA estavam em recessão, uma contração econômica que se tornará a mais acentuada desde a Grande Depressão de 1929. Porém os índices de Wall Street retornaram aos altos níveis atingidos no início do ano, quando ainda os rentistas comemoravam o “milagre da retomada do crescimento”. Desde a forte queda das Bolsas em meados de março, quando os mercados financeiros nos EUA e internacionalmente congelaram por conta da pandemia global, Wall Street teve um aumento espetacular. O Dow subiu 48% desde 23 de março, o Nasdaq, com tecnologia pesada, subiu 45% e agora é 1000 pontos a mais do que no início do ano, e o S&P 5000, que também subiu 45%, está de volta ao nível de antes da quarentena mundial. Também a IBOVESPA no Brasil apresentou o mesmo “fenômeno”, enquanto o PIB nacional despencava refletindo a profunda crise da economia real, os rentistas “estouravam champanhe” com os lucros na especulação bursátil. A ascensão do mercado financeiro ocorre em meio à maior crise de sanitária e econômica em um século, enquanto o número de mortes por coronavírus continuam aumentando nos EUA, Brasil, México, Índia etc..., contrastando fortemente com a economia real capitalista. Na semana passada, o Escritório de Orçamento do Congresso dos EUA alertou que, ao contrário do que alardeia o bufão presidente Trump e que afirma que a economia voltará a "rugir", os efeitos contínuos da pandemia durarão pelo menos uma década. As estimativas para o efeito da pandemia nas cinco maiores economias européias colocam a contração do Reino Unido em 14%, Espanha 11,6%, França 10,3%, Itália 9,2% e Alemanha 6,1%. O Banco Mundial previu que o PIB global contrairá 5,2% este ano. Até mesmo a “locomotiva” chinesa, pela primeira vez em anos, terá uma redução de crescimento do seu PIB em 50%. Sob essas condições de aguda crise capitalista, as “métricas” tradicionais para determinar os preços das ações, como a relação preço/lucro, foram deixadas totalmente de lado. Como é possível ações de empresas que estão registrando perdas ou que não conseguem nem fornecer uma estimativa futura de suas receitas devido à pandemia, estão subindo vertiginosamente? A resposta a este “mistério” pode ser encontrada na conduta da classe dominante, ou especificamente seu setor hegemônico financeiro, à pandemia. Desde o início, tratou o COVID não como uma crise de saúde, a ser tratada pela aplicação de medidas cientificamente fundamentadas, e atendimento sanitário universal, mas como um golpe na acumulação de lucros e capital, agindo para forçar resgates bilionários do Estado Burguês, tornando os grandes bancos (públicos e privados) como os “guardiões da economia planetária”. A própria estratégia da “quarentena global” foi montada pela OMS, sob encomenda dos rentistas que fizeram a apologia “científica das estatísticas”, ao invés de buscar alternativas médicas e sanitárias para combater a pandemia. A única preocupação da OMS foi “parar tudo” e quebrando empresas, enquanto os rentistas despejavam “dinheiro de helicóptero” para “salvar a humanidade”, leia-se tornarem-se “donos do mundo” sem competição com a já debilitada burguesia industrial. Por isso mesmo o Coronavírus foi introduzido inicialmente na China, para liquidar a economia produtiva da “locomotiva” industrial do planeta. Entretanto a resposta ao surto da Covid, por parte governo do Partido Comunista, foi enérgica de todos os ângulos possíveis, os “estragos” se deram em uma dimensão muito menor do que a prevista no país de 1,5 bilhão de habitantes. Mas nos “paraísos do capital”, como EUA e Europa a devastação da pandemia foi enorme na economia real, deixando o campo livre para a intervenção dos rentistas, os únicos beneficiados com este “capitalismo totalmente especulativo e de vigilância” que emerge nesta “nova normalidade” da conjuntura internacional.