INTERVIR NAS MANIFESTAÇÕES ANTIFASCISTAS DESTE DOMINGO EM
DEFESA DE UM PROGRAMA REVOLUCIONÁRIO: ABAIXO BOLSONARO E O REGIME BONAPARTISTA,
NENHUMA ILUSÃO NA DEMOCRACIA BURGUESA, SUPERAR O ESPONTANEÍSMO CONSTRUINDO UMA ALTERNATIVA DE DIREÇÃO!
Estão marcados para esse domingo (07.06) atos em diversas
capitais, convocados pelas chamadas “Antifas”, as torcidas antifascistas dos
times de futebol nacional, com o eixo de luta contra o racismo e o fascismo.
Várias organizações políticas estão se somando a essa atividade de protesto, PT
e PSOL apoiam testemunhalmente a iniciativa, apesar de senadores do PT e o
governador do Ceará, Camilo Santana, terem se colocado contrários às
manifestações sob o pretexto de respeitar o “isolamento social” na pandemia. A
LBI e sua juventude se incorporam criticamente ao chamado de luta das
“Antifas”, buscando a unificação dos combates ao racismo e ao fascismo. Trata-se
de uma iniciativa importante para enfrentar a ofensiva reacionária em curso
promovida pelas hordas bolsonaristas e as milícias que apoiam o governo.
Intervir nesses protestos em defesa de um programa revolucionário para
fortalecer a luta por colocar abaixo Bolsonaro e o regime Bonapartista de
exceção que o sustenta é um dever da esquerda revolucionária. Entretanto, é
preciso intervir com uma plataforma programática que não patrocine as ilusões
na democracia burguesa, com saída como eleições gerais, impeachment ou mesmo a
convocação de uma assembleia constituinte. CPI ou impeachment no congresso é a
trilha que aponta a esquerda reformista para tirar Bolsonaro e entronar o
general Mourão. O PT, PCdoB e o PSOL que relutavam em defender o Fora
Bolsonaro, com a intensidade da crise resolveram abraçar o pedido de uma CPI e
posterior impeachment regimental no Congresso. O “Fora Bolsonaro” pela via do
impeachment neste Congresso do Centrão não corresponde a derrubada do governo
neofascista, pelo contrário significa o “Fica Bolsonaro” até 2022 e no bojo da
proposta um aceno político a Mourão e Rodrigo Maia, possíveis beneficiários de
um descarte do presidente por parte da burguesia nacional. É a mesma política
desenhada pelo Pentágono no Brasil e seus acólitos nacionais, como a Globo. Com
o movimento de massas paralisado e amedrontado pela histeria do Coronavírus
utilizada pela Frente Popular para não mobilizar os trabalhadores através dos
sindicatos, não haverá mobilização de peso pela derrubada de Bolsonaro, mais
além dos panelaços e atos de vanguarda, a esquerda seguirá na linha do
“sangramento” até 2022, acrescida da demagogia do impeachment e de uma ridícula
CPI no Congresso para apurar se Bolsonaro é realmente culpado ou não do atual
desastre nacional.
Como Marxistas alertamos que o espontaneísmo e
elementos lúmpens presentes no movimento das “Antifas” pode ser utilizado pela
direita para armar provocações contra os protestos de domingo, em busca de
impor uma repressão estatal a luta em curso. Nesse sentido, organizar comitês
de segurança e autodefesa para as manifestações é fundamental para fazer
avançar o movimento. Não fazemos nenhum fetiche do “autonomismo” e do
“espontaneísmo” do movimento de massas, conhecemos o desfecho histórico de
mobilizações que acabaram por servir aos interesses da contrarrevolução
mundial, no Brasil o final reacionário das “Jornadas de junho” que diante da
ausência da ação organizada do movimento operário, abriu caminho para o golpe
parlamentar de 2016 deve servir de exemplo para a vanguarda classista. Por esta
razão, a defesa de um programa proletário que incorpore a unidade com os
trabalhadores do campo e da cidade rumo a convocação de uma greve geral é um
escopo programático que serve para impedir que esse movimento não seja
sequestrado pela Globo, como em 2013.
Com esse norte político, interveremos nas atividades desse domingo e nas
demais luta em curso. A tarefa dos Marxistas Leninistas neste grave momento de
confusão, medo e inércia é o de elevar a consciência revolucionária do
proletariado e contribuir para tornar sua luta mais organizada na perspectiva
do socialismo. Em tempos de pandemia, a maneira de protestar pode se adequar às
exigências de proteção sanitária, mas não deve ser descartada no mundo, tendo
como pretexto as possibilidades de contaminação. As redes sociais assumiram
grande importância, mas devem ser subordinadas as ações diretas da classe
trabalhadora, seja nas ruas e locais de trabalho, como panelaços, atos em
praças públicas e até bloqueios de avenidas. As torcidas organizadas deram um
bom exemplo de luta e coragem no domingo passado, é dever dos Revolucionários
buscar generalizar esse tipo de ação direta norteada por um programa comunista
para vencer a reação burguesa e a paralisia imposta pela Frente Popular!