quarta-feira, 17 de junho de 2020

“LIVRO BOMBA” DE JONH BOLTON, EX-CONSELHEIRO DE SEGURANÇA NACIONAL IANQUE: UM REPUBLICANO “LINHA DURA” FAZ MAIS UM LANCE PARA DEBILITAR A CAMPANHA DE TRUMP À REELEIÇÃO
  

O ex-conselheiro nacional de Segurança e membro "linha dura" do Partido Republicano John Bolton vazou novos trechos do livro capaz de chacoalhar a estruturas da Casa Branca e de dificultar ainda mais a reeleição de Trump nas eleições de novembro. No livro “The room where it happened” (A sala onde tudo aconteceu, em português), que deve ser publicado ainda esse mês, Bolton detalha o tipo de relação de proximidade que tinha com o presidente ianque e revela segredos de alcova que mostram a maneira de Trump agir nos bastidores do poder. Novos trechos foram publicados nesta quarta-feira, 17, pelos jornais The New York Times, Wall Street Journal e Washington Post. Trump foi a farsa republicana que tomou o lugar do Tea Party na eleição passada que derrotou a senhora da guerra “madame Clinton”. Sua permanência na Casa Branca é temporária por mais que tente agradar os Falcões do Pentágono. Entretanto durante todo seu mandato não teve força suficiente para deflagrar um ataque real contra os “inimigos” militares dos EUA (Rússia, China, Irã e a própria Coréia do Norte). O motivo da demissão de Bolton foram “discordâncias fundamentais” sobre como lidar com políticas externas em relação ao Irã, Coreia do Norte e Afeganistão. As tentativas do governo Trump de buscar aberturas diplomáticas com inimigos dos EUA, como o Irã e a Coreia do Norte, desagradam Bolton. A tensão entre os dois foi agravada pelas decisões de Trump de suspender um ataque aéreo ao Irã - planejado em retaliação à derrubada de um drone americano - e de se encontrar com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, na Zona Desmilitarizada, além de atravessar a fronteira entre as duas Coreias. Por essa razão agora Joe Binden, ungido a candidatura única no Partido Democrata lidera as pesquisas de intenção de votos realizadas nesses dias e tem apoio dos principais setores de peso da burguesia ianque. A reprovação ao presidente republicano vem crescendo e as denúncias de Bolton vai aprofundar essa tendência. Se mantida esta dinâmica política, e todos os ingredientes da conjuntura apontam para um afundamento ainda maior de Trump nos próximos meses, podemos afirmar que os Democratas já estão com um pé de volta a Casa Branca. O ciclo da extrema direita no comando do imperialismo ianque, sob a batuta de Trump não vem agradando muito ao capital financeiro, que mostra clara simpatia aos Democratas que ainda controlam a estrutura “independente” do FED. Apesar dos resgates trilionários autorizados por Trump ao Tesouro, a burguesia imperialista ianque, tendo nomes de peso como Bill Gates, vem se chocando com as determinações erráticas do direitista, marchando “discretamente” para a campanha de Binden. O poderoso proletariado norte-americano dará a última palavra nesta crise capitalista, que se configura como a maior de toda sua longa história de lutas e que transpassa qualquer resultado eleitoral, mas para esta grandiosa tarefa terá que reconstruir sua ferramenta revolucionária: o Partido Marxista Leninista!

Entre os principais motivos da ruptura entre e Bolton estão o Afeganistão. Trump anunciou um “acordo de paz” com os líderes talibãs. Estas negociações eram impensáveis para Bolton, que defendeu o envio de militares ao Afeganistão e ao Iraque durante o mandato do então presidente, George W. Bush, e sempre criticou as concessões feitas aos adversários dos Estados Unidos. Entre as histórias, Bolton diz que o presidente americano pediu ao presidente da China, Xi Jinping, para ajudá-lo a ser reeleito comprando mais produtos agrícolas dos EUA. Em uma reunião individual entre Trump e Xi, durante o encontro do G-20, em junho de 2019, no Japão, o mandatário chinês teria reclamado sobre críticos da China na América. “Ele, surpreendentemente, virou a conversa para a próxima eleição presidencial dos EUA, aludindo à capacidade econômica da China de afetar as campanhas em andamento, implorando a Xi para garantir que ele vencesse”, escreveu Bolton. A versão é corroborada por relatórios escritos após a reunião do G-20, que sugeriram que Trump pressionou Xi a comprar mais produtos agrícolas dos EUA, mas o presidente chinês relutou em assumir quaisquer compromissos.

A reorientação dos esforços militares ianques contra a China são um fato novo e recente na conjuntura mundial, o que obviamente não se pode afirmar o mesmo em relação a Rússia. Trump espera sua reeleição para ações mais concretas nesta direção, entretanto como uma política de Estado imperialista, não nutrimos ilusões que esta mesma linha se altere com um triunfo eleitoral do Democrata Joe Biden. Para defenestrar a ofensiva global do imperialismo contra os povos, somente a revolução socialista mundial!