terça-feira, 16 de junho de 2020

BARROSO NO “RODA VIVA”: “NÃO TEM POSSIBILIDADE DE GOLPE HOJE, EM 64 TINHA CORRUPÇÃO, QUEBRA DE HIERARQUIA E AMEAÇA DE UMA DITADURA COMUNISTA”, OU QUANDO O MINISTRO “DEMOCRATA” REVELA SUA SIMPATIA PELO MILITARISMO


O programa televisivo “Roda Viva” na TV Cultura, trouxe ontem (15/06) como entrevistado o Ministro do STF e atual presidente do TSE, Luis Roberto Barroso. Obviamente que a primeira bateria de perguntas dizia respeito sobre a possibilidade de um golpe militar no Brasil. Barroso não se fez de rogado, e além de “rasgar” elogios as Forças Armadas, o que não foi propriamente uma surpresa, revelou que já viu piores momentos na história do Brasil, como o “Mensalão e o Petrolão”, afirmando que vê uma absoluta “normalidade democrática” no governo neofascista de Bolsonaro. Porém a “pérola” da entrevista ainda estava por vir, foi quando o presidente do TSE reafirmando a negação de qualquer processo golpista em curso, afirmou que a situação contemporânea era totalmente distinta de 1964, quando os militares agiram para,segundo Barroso:”combater a corrupção, impedir a quebra da hierarquia nas Forças Armadas e evitar uma ditadura comunista”. O Ministro não poderia ser mais sincero em revelar sua simpatia pelo golpe de Estado, arquitetado pela CIA, que derrubou o governo nacionalista do presidente João Goulart. Para finalizar Barroso disse que nenhum elemento destes ocorridos em 64 estaria presente, ou seja “corrupção, quebra de hierarquia e ameaça comunista”, evidentemente só o último está fora da conjuntura política atual. O grande “democrata” Barroso, tanto alentado pela Frente Popular como um “guardião das instituições”, é na verdade um apoiador fervoroso do golpismo, desde é claro que o golpe não seja contra eles os “togados”. Ao defender retrospectivamente o golpe militar contra um governo da esquerda burguesa reformista, além de ser um dos pilares do golpe parlamentar em 2016, Barroso se mostra um simpatizante ativo do bolsonarismo, sem se comprometer com  “os excessos de extrema direita”. O movimento de massas não pode confiar que “figuras republicanas” como estas possam deter a escalada golpistas e antidemocrática em plena gestação no país. A derrota do neofascismo somente poderá triunfar sob a via da mobilização permanente das massas, os “democratas” de ocasião da burguesia representam a cobertura de esquerda do golpe militar, ordenando a paralização das lutas e da ação direta do proletariado em nome da “confiança nas instituições”. As lições trágicas da derrota histórica da classe operária de 1964, devem servir para pavimentar outro caminho, totalmente distinto do apontado pela esquerda reformista. Barroso e seus pares “democratas” do STF, Congresso Nacional e governos estaduais, não impediram o avanço da extrema direita, apenas estão dispostos a estabelecer a demagogia eleitoral para enganar e paralisar a luta proletária. Construir uma alternativa de poder independente da burguesia, esta é a tarefa revolucionária colocada para a vanguarda classista. Convocar um Congresso Nacional operário, popular e da juventude, como um instrumento de organização das massas para iniciar a derrota do governo neofascista!