quinta-feira, 1 de outubro de 2020

“TROCA DE FARPAS” ENTRE GUEDES E MAIA: UM JOGO DE CENA NA DISPUTA ENTRE QUEM MELHOR SERVE A BURGUESIA PARA APLICAR A AGENDA NEOLIBERAL


A “troca de farpas” entre o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM) e o ministro Paulo Guedes é parte da disputa política de quem melhor leva adiante a agenda neoliberal exigida pelos rentistas e o imperialismo. Depois de intensa acusações mútuas por rede sociais Maia chamou Guedes de “desequilibrado”. O ministro estafeta dos rentistas havia dito: “Não há razão para interditar as privatizações. Há boatos de que haveria acordo entre o presidente da Câmara e a esquerda para não pautar as privatizações. Precisamos retomar as privatizações, temos que seguir com as reformas e temos que pautar toda essa transformação que queremos fazer. A retomada do crescimento vem pela aceleração de investimentos em cabotagem, infraestrutura, logística, setor elétrico, das privatizações, Eletrobrás, Correios... Estamos esperando”. Na verdade, ambos apenas querem se apresentar como os melhores serviçais do imperialismo, porém Maia deseja ser o comandante desse processo na Câmara Federal para cacifar o chamado “centro político” como uma peça fundamental da sucessão presidencial de Bolsonaro, via uma chapa entre o PSDB e o DEM, cotando nesse jogo parlamentar com a simpatia do PT e do PCdoB, que inclusive votaram em massa nele para presidir a Casa legislativa. 
Maia já tinha falado que não há votos na Câmara para tirar recursos do Fundeb para o Renda Cidadã. Além disso, declarou “Guedes não tem votos para aprovar privatização, CPMF e a culpa é dos outros?”. O ministro quer que o corrupto Congresso Nacional avalize suas “reformas estruturais”, ditadas pelo imperialismo. As(contra)reformas, que a exemplo da Previdência, só fizeram o país retroceder na recessão econômica imposta pelo “ajuste” do capital financeiro, são o verdadeiro vírus letal para a classe trabalhadora. Entre as propostas “salvadoras” de Guedes estão a privatização de estatais, como a Eletrobrás e os Correios, a autonomia do Banco Central, a redução de jornada e de salários dos servidores públicos, a extinção dos fundos públicos, o fim dos concursos públicos, a privatização da água e do saneamento, mais cortes nos investimentos públicos e mais transferência de recursos estatais para os bancos privados. Maia tem pleno acordo com essa agente neoliberal, apenas deseja que o governo Bolsonaro-Guedes assuma sua responsabilidade nessa pauta impopular de olho nas eleições. 

No meio deste embate neoliberal, a CUT e o PT sempre colocam o movimento operário a serviço de uma Frente Ampla com setores burgueses, sabotando a luta direta em nome de acordos com os partidos patronais que tem alguns choques pontuais com o Planalto de olho nas eleições presidenciais de 2022. Somente a esquerda reformista, totalmente corrompida ideologicamente, poderia acreditar que a burguesia nacional seria capaz de interromper a escalada neofascista do governo Bolsonaro, muito pelo contrário soma-se a ofensiva imperialista do capital financeiro para dilapidar o Estado e liquidar as conquistas históricas da classe trabalhadora brasileira.

É necessário convocar uma greve geral do conjunto dos explorados que são atacados pelo governo e o parlamento burguês. Nesse sentido, precisa-se superar a política de colaboração de classes para seguir na luta sem depositar nenhuma expectativa no circo eleitoral de novembro!